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Charlie Hunnam fala sobre Rei Arthur e sua relação com a moda

Em entrevista exclusiva à ESTILO, o ator se mostrou muito simples e contou um pouco sobre sua trajetória até chegar ao papel de Rei Arthur.

Por Luísa Graça
Atualizado em 20 jan 2020, 13h45 - Publicado em 20 Maio 2017, 12h00
 (Brian Bowen Smith/Divulgação)
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Quando Charlie Hunnam recusou o convite para interpretar Christian Grey em 50 Tons de Cinza (2015), alguns fãs ficaram aliviados. Nada contra a franquia blockbuster, mas quem o acompanha sabia que, com o fim da série norte-americana Sons of Anarchy (2008-2014), que o fez famoso, ele poderia optar por trabalhos que direcionassem sua carreira de maneira, digamos, mais original. Corta para maio de 2017 e Hunnam protagoniza dois grandes filmes prestes a estrear no Brasil, ambos de cineastas cult: Rei Arthur: A Lenda da Espada, um remake com a assinatura estilizada de Guy Ritchie, previsto para este mês, e Z – A Cidade Perdida, de James Gray (de A Imigrante, 2013), em cartaz em junho. Além de trazer Jude Law como vilão e uma versão quase mística de Guinevere, a produção de Ritchie faz um retrato animado da vida do lendário Rei Arthur antes de encontrar a espada Excalibur e descobrir sua ascendência real, crescendo como um órfão num bairro pobre.

Esse Arthur é charmoso, sarcástico e tem a moral e a sabedoria das ruas. Um malandro digno. “Um malandro com um coração de ouro”, corrige ele, esboçando um sorriso largo, em entrevista à ESTILO. O longa é cheio de cenas de ação e o ator britânico, 37 anos, já sabe alguma coisa sobre elas. Fez muitas como o anti-herói Jax Teller, de Sons of Anarchy, e também no sci-fi Círculo de Fogo (2013). Para Rei Arthur, a preparação física incluiu exercícios aeróbicos, levantamento de peso e boa alimentação – mas nada diferente de sua rotina. “Sempre me exercitei. Isso é fundamental para me trazer estabilidade e clareza mental. Se as pessoas saíssem mais e fossem mais ativas, seriam menos deprimidas”, opina. De fato, o que o empolgou no papel não foram essas cenas, mas a jornada pessoal do personagem, que enxerga como próxima à sua. “Ele é um cara comum tentando fazer o melhor que pode no ambiente difícil em que vive. Tem aspirações, mas não a de se tornar rei. Quando esse destino é apresentado a ele, ele rejeita. Isso tem a ver comigo.”

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O bate-papo aconteceu na suíte de um hotel londrino decorada com lustres suntuosos, ilustrações de David Downton e com muitos chás e doces à disposição. O ator, no entanto, foi criado num contexto bem diferente, longe dali. Em Distrito dos Lagos, cidade perto de Newcastle, norte da Inglaterra, ele jogava rúgbi e comprava briga para se sentir incluído, já que na região as porradas eram a moeda de troca e as celebridades locais eram os caras durões. “Entrei em muitas brigas, algumas bem violentas. Desenvolvi mecanismos de defesa para me proteger”, diz com ar pensativo. “Apenas recentemente me dei conta do quanto essas experiências me moldaram, mas não têm a ver com quem eu sou ou quem eu gostaria de ser, sabe? Quando chegamos aos 30 anos, surge a tendência a examinar mais profunda e honestamente quem nós somos.”

Ele tem andado mesmo reflexivo. Com a simplicidade de quem não se vê num pedestal, deixa a conversa por vezes soar como uma sessão de terapia. Filosofa sobre inseguranças, sobre encarar os próprios demônios, ego… Até exploração da Amazônia virou assunto (ele filmou Z – A Cidade Perdida na região amazônica da Colômbia). Mas o clima é leve. Hunnam tem um quê pueril, quase maroto. Gargalha com facilidade, faz piadas e até dancinhas. Tira onda da própria roupa. “Não sei qual é meu estilo nem se tenho um! Tenho?”, brinca o ator, que recentemente fez a campanha do perfume Reveal, da Calvin Klein, ao avaliar o look que estava usando no dia em que aconteceu a entrevista – camisa azul listrada, calça de sarja bege e tênis New Balance preto com meias estampadas.

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