Angelina Jolie cria perfil no Instagram após receber carta de jovem afegã
Atriz, que nunca teve perfis nas redes sociais, mudou de ideia nesta sexta (20) por uma boa causa
Angelina Jolie decidiu criar uma conta oficial no Instagram nesta sexta-feira (20). A atriz, que nunca havia tido um perfil na rede social, surgiu por um bom motivo.
A artista de 46 anos, que é reconhecida não só por seus papéis no cinema, mas também por suas atividades sociais, escolheu como primeira publicação uma carta recebida por ela enviada por uma adolescente afegã.
“Esta é uma carta que recebi de uma adolescente no Afeganistão. Neste momento, o povo do Afeganistão está perdendo sua capacidade de se comunicar nas redes sociais e de se expressar livremente. Então, vim ao Instagram para compartilhar suas histórias e as vozes das pessoas no mundo todo que lutam por seus direitos humanos básicos”, escreveu Jolie na legenda da postagem.
O texto se refere ao fato de que, no último domingo (15), o grupo extremista Talibã tomou o poder do Afeganistão. Poucos dias após a invasão do país, algumas mulheres já relatavam que eram proibidas de frequentar escolas e universidades, além de serem obrigadas a usar burca, veste usada por mulheres muçulmanas e que cobre todo o corpo.
Em entrevista exclusiva a CLAUDIA em maio deste ano, Angelina Jolie comentou o motivo pelo qual não tinha perfis online. “Eu não tenho redes sociais nem um assessor para levar a público essas questões. Não é que eu seja contra as novas ferramentas de comunicação, mas prezo pela seriedade da troca com as pessoas. Não há nada que eu possa fazer sobre fofocas, mentiras. Mas, para eu participar das redes, teria que entender uma forma delas garantirem conversas mais profundas com pessoas do mundo todo.”
Parece que a atriz, enfim, encontrou uma razão que a motivasse a criar seu perfil online.
Confira na íntegra a carta recebida por Angelina Jolie:
“Eu estava na fronteira com o Afeganistão duas semanas antes do 11 de setembro, onde encontrei refugiados afegãos que haviam fugido do Taleban. Isso foi há vinte anos.
É revoltante ver os afegãos sendo deslocados mais uma vez por causa do medo e da incerteza que tomou conta de seu país.
Gastar tanto tempo e dinheiro, ter sangue derramado e vidas perdidas apenas para chegar a isso é uma falha quase impossível de entender.
Assistir por décadas como refugiados afegãos – algumas das pessoas mais capazes do mundo – são tratados como um fardo também é repugnante. Saber que, se tivessem as ferramentas e o respeito, o quanto fariam por si mesmos. E conhecer tantas mulheres e meninas que não só queriam uma educação, mas lutavam por ela.
Como outros que estão comprometidos, não vou me afastar. Continuarei procurando maneiras de ajudar. E eu espero que você se junte a mim.”