Adriana Prado, a Laura de Passione, acredita que Gerson matou Saulo
Em entrevista à revista MINHA NOVELA a atriz fala sobre a relação entre sua personagem e Saulo
Adriana conta como trocou um emprego estável no Itamaraty para brilhar em Passione
Foto: Divulgação – Rede Globo
Recomeçar é com ela mesmo. Aos 41 anos, a brasiliense Adriana Prado não tem medo de mudanças: deixou o emprego no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no Itamaraty, em Brasília, para ser atriz. Adriana fez algumas peças e pequenas participações em TV, veio morar no Rio, onde, finalmente, estourou como a Laura de Passione. Mesmo assim, assumiu outro risco: “Era uma participação de apenas dois capítulos. Laura não tinha muita função na trama, apenas contratar a Diana (Carolina Dieckmann) para a assessoria da metalúrgica. Mas o Silvio (de Abreu, autor) começou a escrever para a personagem, ela foi ficando, ficando, e estou feliz demais”.
Quem matou o Saulo?
Acho que foi o Gerson (Marcello Antony). Para mim, ele foi abusado pelo pai e, quando pôde, o matou. Depois o Saulo, porque viu tudo. Mas bom mesmo seria se fosse a Laura (risos).
Laura amava mesmo Saulo (Werner Schünemann) ou estava apenas interessada no dinheiro dele?
Ela amava o Saulo. E ele se encantou por ela, chegou a dizer: “Você é a única pessoa com quem sou eu mesmo, que me faz feliz”. Havia cumplicidade entre eles.
A cumplicidade entre os dois era tanta, que eles tinham uma relação meio sadomasoquista, não?
Quando percebemos que a relação deles era assim, eu e Werner conversamos como seria legal se aparecesse alguma cena mostrando essa característica…
Ela de dominatrix, chicote na mão e roupa de couro, por exemplo?
Isso! (risos) Mas acho que seria muito forte para o horário.
Adriana diz que sua personagem amava o Saulo de verdade
Foto: Divulgação – Rede Globo
Depois de Passione, que personagem gostaria de interpretar na TV?
Adoraria fazer uma vilã. É um tipo muito rico, que você constrói com várias nuances.
Como foi sua opção por ser atriz?
Sempre fui fascinada pela arte de atuar. Mas sou de uma família de 12 médicos e achavam que eu ia optar pela medicina. Mas acabei fazendo relações internacionais. Quando me formei, fui convidada para trabalhar na Rede de Informação Tecnológica Latino- Americana (RITLA) e, depois, no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em Brasília. E o teatro foi ficando um sonho cada vez mais distante. E eu, muito infeliz no trabalho burocrático.
E você não tentava mudar?
Eu dava aulas de inglês e lá era o meu palco. Minhas aulas eram muito animadas. Mas isso não me bastava. Com a ajuda de dois anos e meio de terapia, consegui dar o grito de “basta!” Em 2002, fui fazer a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes e logo participei da montagem, em Brasília, do espetáculo Raul Fora da Lei.
E viu que era isso que você queria…
Nossa, foi maravilhoso! Comecei a fazer cursos de interpretação. Num deles, tive aulas com a Cininha de Paula (diretora) e ela me disse: “Sai daqui, menina. Você tem talento”. Primeiro, fiquei dois anos na ponte aérea Brasília-São Paulo, freqüentando semanalmente o curso do Wolf Maya (diretor).