Medo de avião, de envelhecer, de ficar sozinha… aprenda a combater suas fobias
O lado positivo do medo é alertar em momentos de perigo. O negativo é que muitas vezes ele está relacionado a suposições e ilusões. Conheça as fobias mais comuns e as dicas para superá-las.
O lado ruim do medo é que ele pode te afastar de boas oportunidades.
Foto: Helga Silva
Medo de relacionar-se
Causa
“Vem do receio de criar vínculos, de sofrer o abandono e de perder a liberdade, dentre outras implicações que podem surgir de uma relação de amor ou de amizade”, diz o psicólogo Fernando Elias José (RS).
Efeito
A pessoa não se envolve com ninguém, ou só o faz superficialmente a fim de se prevenir do sofrimento.
Solução
“Analise o que provoca esse medo para enfrentá-lo”, aconselha o psicólogo. Lembre-se de que nenhum relacionamento é igual a outro. Use a experiência que teve para avaliar os erros cometidos (por você ou pelo outro) e fazer diferente. Também não vale se basear no sofrimento vivido por amigos. Evite as comparações e permita-se formar laços, que tornam a vida melhor.
Medo de viajar de avião
Causa
Basta uma turbulência para a mente vagar e buscar registros de grandes acidentes aéreos. Esquecemos, porém, que eles são noticiados à exaustão justamente por acontecerem com pouca frequência.
Efeito
Dá para imaginar não viajar para um lugar paradisíaco ou não ir a uma reunião de trabalho em outro estado (ou país) por causa do medo de avião?
Solução
Entenda que o avião é um meio de transporte seguro e que acidentes podem acontecer com qualquer veículo. Segundo a Infraero, empresa pública que administra os aeroportos brasileiros, no ano passado, 172.536.852 pessoas voaram no Brasil. E nenhum acidente ocorreu com os voos comerciais de passageiros. No mesmo período, só na capital paulista, foram registradas 1.231 mortes em acidentes de carro. Se você não se abala com as estatísticas, chegue cedo ao aeroporto para evitar o estresse de atrasos, leia um livro na sala de embarque, ouça um som ou veja um filme durante o voo para se distrair. E não tenha vergonha de chamar um comissário se o medo apertar – ele poderá acalmá-la.
Medo de falar em público
Causa
“É comum pessoas tímidas, inseguras ou perfeccionistas travarem. O medo de se expor é resultado do receio de serem julgadas ou rejeitadas pelos outros”, aponta o psicólogo Fernando. Elas demonstram um desejo de atender as expectativas próprias e as de quem as cerca.
Efeito
No trabalho, muitas vezes quem não se coloca pode minar o seu crescimento profissional. Nas relações, também é preciso se expor, ainda que uma vez ou outra. Do contrário, somos levadas pelas circunstâncias, sem nunca manifestar os próprios desejos e pensamentos.
Solução
Confie mais em si mesma. Se for falar de um assunto que não domina, prepare-se antes. Caso questionem algo que não sabe, diga que vai verificar e dará um retorno. Não há problema nisso! Além de manter o foco na respiração para domar a ansiedade, alguns exercícios ajudam a se soltar: grave a sua performance no celular ou apresente o tema a um amigo – assim, você corrige falhas antes de entrar em ação para valer.
Medo de envelhecer
Causa
Muitas vezes as pessoas acreditam que, na velhice, representarão um peso para os outros. Além disso, muitas mulheres podem se preocupar com o prazo para ter filhos, conquistar a casa própria, se estabilizar na carreira e por aí vai.
Efeito
O sofrimento antecipado impede que você aproveite os encantos e as descobertas de cada fase da vida. O presente é subaproveitado.
Solução
A passagem do tempo traz dificuldades e necessidades de adaptação, mas também oferece maturidade, autoconhecimento e serenidade para saber separar pequenos problemas dos que merecem, de fato, a nossa preocupação. “Além disso, todo mundo pode se cuidar para ter um envelhecimento saudável e digno”, diz a psicóloga Graça Miquelutti Camargo (SP). Quanto aos prazos, reavalie. Cada pessoa tem o seu tempo e as generalizações e imposições só geram frustração.
Medo de solidão
Causa
“O ser humano sempre viveu em grupos, não nasceu para ficar isolado”, afirma Graça. Na era das redes sociais, não é raro observar uma pessoa com o perfil repleto de amigos. Mas com quantos ela se relaciona de verdade?
Efeito
Na falta de vínculos ou na dificuldade de mantê-los, o indivíduo pode ser tomado por uma intensa sensação de vazio e não pertencimento, o que deixa o canal aberto para o desenvolvimento de males, como depressão, ansiedade, compulsão por comida e alcoolismo. Além disso, o medo de ficar sozinha pode levar a pessoa a manter relacionamentos destrutivos e fadados ao fracasso, apenas para dizer que não está só.
Solução
“Contate pessoas com interesses similares aos seus, permita-se receber ajuda e seja agradável com os outros”, sugere Graça. Os bons frutos dessas ações logo aparecerão!