7 maneiras de evitar e combater o assédio neste Carnaval
Reunimos algumas dicas para que você possa se proteger e ajudar outras manas durante os quatro dias de folia.
Se por um lado o Carnaval é uma festa conhecida por celebrar alegria e liberdade em todas as suas formas, por outro ele ainda é marcado por episódios não tão positivos assim – casos de assédio e abordagens um tanto quanto agressivas durante a folia atingem principalmente mulheres que, vem ano, vai ano, colecionam relatos nada agradáveis de recordar.
E por mais que discussões sobre o assunto estejam em pauta nos últimos tempos, na prática as coisas acontecem de maneira diferente. Muita gente parece não compreender a diferença entre uma aproximação consensual e uma totalmente abusiva – seja no bloquinho de rua, na festa VIP ou no meio do samba.
De acordo com uma pesquisa online sobre assédio sexual no Carnaval, realizada em todo o Brasil pelo site Catraca Livre, entre janeiro e fevereiro do ano passado mais de 80 por cento das entrevistadas afirmaram já terem sido vítimas do crime.
Pensando nisso, e a fim de diminuir as estatísticas na medida do possível, compilamos a seguir algumas atitudes fáceis de colocar em prática, que podem auxiliar você, suas amigas e até outras mulheres ainda desconhecidas na luta contra o assédio no Carnaval.
Ajude mulheres que estejam se sentindo desconfortáveis com a abordagem masculina:
Se você se deparar com uma mulher sendo cercada, agarrada à força, puxada pelos cabelos ou vítima de comentários agressivos feitos por um homem, faça o possível para ajudá-la – principalmente se ela estiver sozinha nessa hora.
Caso seja uma amiga sua, não tenha medo de intervir, tirá-la de perto do agressor em questão e se manter alerta. No caso de uma desconhecida, vale chamá-la por um nome genérico, fingindo que a conhece – a tal da sororidade, sabe? – integrá-la com a sua galera e, de quebra, ajudá-la a reencontrar a dela.
Use um apito ou outro adereço que chame atenção – e faça barulho mesmo!
Vá para bloquinhos de rua e festas mais movimentadas lançando mão de um apito amarrado no pescoço. Não hesite em soprá-lo bem forte quando se sentir incomodada por terceiros, nem em apitar para chamar atenção de quem estiver ao redor, ao ver outra mulher visivelmente perturbada.
Além do apito, outros adereços, como arminhas de água, são igualmente úteis para espantar quem ainda não se tocou de que existem jeitos e jeitos de abordar uma mulher no Carnaval.
Deixe bem claro o que é legal – e o que não é – por meio de tatuagens temporárias (e empoderadas)…
Além de ficarem lindas combinadas com o make e com as fantasias, as tatuagens temporárias podem carregar mensagens bem diretas contra o assédio. Já que ainda tem gente que não entende quando a gente fala “não”, é melhor facilitar o processo e deixar que seu corpo se expresse por si só.
Algumas das lojinhas mais legais que oferecem o serviço são a Le Petit Pirate, a Tatuagem Mania e a Conspiração Libertina.
… ou com plaquinhas e fantasias bem #girlpower
Como um jeito mais brando de falar sobre assédio, você pode se fantasiar de um ícone feminista, como Frida Kahlo ou Rosie the Riveter (a mulher do cartaz “We Can Do It”, famoso durante a época da Segunda Guerra Mundial) ou então carregar plaquinhas com mensagens políticas sobre os direitos das mulheres.
Não é porque é Carnaval que você tem que deixar sua luta de lado, certo?
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Encontrou alguma mulher que bebeu demais sozinha, sendo abordada por homens? Ajude-a da maneira que puder:
Uma das coisas mais comuns no Carnaval é se deparar com pessoas que beberam além da conta – e seu papel aqui é de não julgar ninguém nesse sentido. Principalmente se a tal pessoa for outra mulher e estiver sozinha, perdida dos amigos e cercada por homens, geralmente desconhecidos. Infelizmente ainda há quem abuse de mulheres em situações mais vulneráveis, aproveitando para justificar os atos colocando a “culpa” na bebida.
Se você presenciar alguma situação dessas, procure ligar para um número conhecido da pessoa, ajude-a a localizar seus amigos, tire-a de perto de quem está se aproveitando do momento e, se necessário, chame um táxi ou carro para levá-la até um endereço seguro. Oferecer água e comidinhas também é mais do que válido!
“Meta a colher” na briga do casal:
Com cuidado, se vir um casal heterossexual brigando e, principalmente, alguma mulher sendo agredida pelo parceiro, encontre meios de ajudá-la. Como essa é uma situação das mais delicadas e que, muitas vezes, pode até prejudicar você, vale acionar a segurança do local – e até chamar a polícia, dependendo da gravidade do problema.
Também pode ser uma boa alternativa fazer uma denúncia anônima pelo disque-denúncia (o número é o 180, em todo o Brasil). Caso a mulher em questão fizer sinais de que deseja sair de perto do parceiro, leve-a para bem longe dali.
Faça os inconvenientes entenderem que duas mulheres se beijando não estão convidando ninguém para participar:
Pleno 2019 e ainda tem homem achando que, quando duas mulheres se beijam, o fazem exclusivamente para chamar a atenção dele. Isso, além de dar ainda menos visibilidade para a luta LGBT+, é completamente inconveniente e invasivo para mulheres lésbicas e bissexuais, que só querem se divertir em paz.
Quando encontrar algum engraçadinho abordando duas mulheres que estão juntas – ou se, por acaso, o engraçadinho chegar até você e a crush – faça o possível para que ele fique bem distante. Se você for das mais pacientes, vale também deixar bem claro que, caso quisesse mais uma pessoa ali no meio, teria chamado.
No mais, é só aproveitar a festa e respeitar as suas próprias vontades, acima de qualquer coisa. Bom Carnaval!