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Valeria traz mulheres em crise, mas sem medo de irem à luta

Nova série da Netflix aborda o universo feminino com uma pegada mais sensual e humorada

Por Ana Claudia Paixão
Atualizado em 8 Maio 2020, 10h00 - Publicado em 8 Maio 2020, 10h00

Os livros Valéria ao Espelho e Nos Sapatos de Valeria, que contam as desventuras e aventuras da escritora Valeria, são a base da série de mesmo nome que é a grande aposta da Netflix para o mês de maio. Os best sellers são criação da jovem autora espanhola Elízabet Benavent, assumidamente fã da série Sex in The City (forte referência) e que aborda as questões de amor, fidelidade, sexo, carreira e amizade a partir das relações de Valeria com suas melhores amigas: Lola (Silma López), Carmen (Paula Malia) e Nerea (Teresa Riott).

A protagonista, uma autora em crise no casamento e na carreira, tem um rosto conhecido do público brasileiro, o da atriz Diana Gómez, a Tatiana de La Casa de Papel. Valeria acaba tendo uma virada completa em sua vida quando conhece o sedutor Victor (Maxi Iglesias), que a faz questionar seu casamento com Diana.

“De fora a Valeria pode parecer um pouco torpe, mas é encantadora e muito transparente, sempre fala o que pensa”, defende Gómez. “Valeria é como uma filha para mim, é a minha primogênita. Ela simboliza aquele momento em que alguém perde o medo de buscar a felicidade e lutar pelo que é seu”, reforça Benavent.

O elenco, que ainda está vivendo o distanciamento social e o lockdown em Madrid, conversou com CLAUDIA por vídeo chamada. Diana, por exemplo, diz que nem conseguiu ainda digerir o fenômeno de Casa de Papel por estar trancada em casa e recebendo apenas notícias de amigos, inclusive no exterior, que comentam do sucesso da série. Ela espera que Valeria fale com muita gente também, mesmo que as cenas mais fortes de sexo possam dificultar a faixa etária. Já para a autora, a pandemia veio justamente no momento em que estava para lançar um novo livro, por isso ficar em casa não foi tão tranquilo, à princípio.

“Já passei por todas as fases e já estou na fase de resignação”, brincou Elízabet sobre a quarentena. “Quero acreditar que estou vendo a luz no final do túnel e que fico pensando que daqui a um mês poderemos voltar à vida normal, quer dizer, não mais a mesma vida, mas com uma normalidade mínima”, aposta.

(divulgação/Netflix)

CLAUDIA: Como foi acompanhar a adaptação do livro para as telas e como é Valeria para você?

Elízabet: Ela é meu bebê. Ela marca para mim a primeira vez em que tive a coragem de dividir o que escrevia no meu computador com outras pessoas, meus primeiros passos na literatura e por isso para sempre, sempre ela será muito especial.

CLAUDIA:Te incomoda a comparação com Sex in the City?

Elízabet: Não me incomoda em nada porque ficou muito evidente quando escrevi o livro como me inspirei porque é assim que a gente começa, até encontrar a sua voz, a sua maneira de se expressar, sua maneira de construir seus personagens. Se me incomodasse seria meio que virar as costas para algo que me inspirou tanto. A grande diferença é que a série da Netflix usou o livro como base, mas saiu do zero também, para encontrar o tom e o discurso de Valeria fora do livro.

CLAUDIA: Conteúdos femininos ainda ficam muito focados em relacionamentos, sexo… As mulheres continuam ainda com as mesmas dúvidas?

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Elízabet: São temas universais que, mesmo com o passar dos anos não, seguem uma moda. Nós buscamos companheiros para compartir nossas vidas, mas as bases mudaram. Antes estávamos em um ponto em que precisávamos nos ajustar em uma tradição, agora buscamos a nos entender, a ter um relacionamento conosco mesmo antes de ter com outra pessoa. É possível que estejamos avançando no tratamento como abordamos as questões, mas amor e relacionamentos seguem universais e vão nos nortear sempre. Quero pensar que estamos dando passos importantes para quebrar tabus e que acima de tudo encontremos a liberdade para todas as pessoas.

CLAUDIA: E amizade feminina, como é o seu universo com suas amigas e como buscou retratar isso?

Elízabet: Se parece muito com o ambiente de Valeria e suas amigas. Nos escutamos, nos questionamos, nos damos bons conselhos, ignoramos bons conselhos (risos). Nos cansamos de nós, mas não podemos ficar longe uma da outra. Amizade é outro tema universal que nem sempre se adapta tão bem em livros ou nas telas, nós todos vivemos a amizade de forma muito parecida. A palavra do momento é mesmo sororidade e a vivemos fortemente. Para mim o mais importante é que através do meio audiovisual poderemos combater esse preconceito que eu odeio, particularmente, que foi essa ideia de que não há nada pior para uma mulher que outra mulher, que são suas piores inimigas. Isso não é verdade, nós nos apoiamos, nos ajudamos e gostamos quando uma mulher brilha, porque quanto mais uma mulher se destaca, mais luz terá para brilhar. Queria que meu universo literário respirasse isso e fiquei feliz que a série conseguiu.

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