TDAH é tema de discussão na Casa Clã 2024
O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade se manifesta de forma diferente entre os gêneros, dificultando o diagnóstico em mulheres
O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) tem sido um dos grandes tópicos em pauta no último ano, especialmente após estudos determinarem que seus sintomas se expressam de maneiras diferentes em homens e mulheres, e não poderia ser distinto na Casa Clã 2024. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, meninos têm maior probabilidade de serem diagnosticados com TDAH do que meninas por eles apresentarem com mais frequência o traço de hiperatividade.
Essa disparidade foi tema de destaque no talk sobre “Os desafios do TDAH para as mulheres”, que aconteceu no último sábado (9), na Casa Clã – maior evento feminino da Editora Abril, com curadoria de Claudia e Boa Forma. A conversa contou com a participação de Fabricia Signorelli, psiquiatra, e Iane Kestelman, neuropsicóloga e presidente da Associação Brasileira do Déficit de Atenção.
O TDAH em mulheres no Brasil
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que afeta cerca de 11 milhões de pessoas no Brasil, e costuma ser associado à infância – aquela criança que não consegue ter foco ou ficar quieta – mas, hoje em dia, cada vez mais mulheres acima de 40 anos estão sendo diagnosticadas.
“Muitas vezes, as mulheres com TDAH, chegam ao diagnóstico na vida adulta depois de uma trajetória de diagnósticos equivocados, como se fosse a ponta do iceberg. Muitas vezes os médicos, devido ao desconhecimento do ponto de vista científico, só observam os sintomas secundários, as chamadas comorbidades (outros transtornos associados ao TDAH). Inclusive, 30% dos pacientes têm TDAH simples – isto é, os três sintomas citados por Fabricia – e os outros 70% das pessoas têm TDAH com outro transtorno associado”, colocou Iane Kestelman sobre o desafio de diagnóstico em mulheres.
Entre os recortes que dificultam ainda mais o diagnóstico em mulheres está a expectativa social de que as mulheres carreguem tudo, desde o cuidado dos filhos até as crises na empresa e, quando falham, são vistas meramente como desleixadas.
“O transtorno tem um impacto muito negativo na sensação da mulher de fracasso com relação aos seus papéis, além da sensação de sobrecarga e esgotamento. Desde criança, as meninas fazem um esforço grande, e por isso o diagnóstico em mulheres tende a ser muito tardio. Na infância, os meninos têm a tendência a apresentar aquele TDAH mais clássico com comportamentos externalizantes, enquanto as meninas podem ter uma apresentação mais desatenta”, refletiu a psiquiatra.
A presidente da Associação Brasileira do Déficit de Atenção ainda apontou, durante o talk, que pessoas com diagnóstico de TDAH se divorciam quatros vezes mais, dificultando a construção de uma rotina saudável.
Sobre a Casa Clã 2024
Casa Clã é um evento da Editora Abril que reúne mulheres influentes, como Claudia Raia, Bela Gil, Nanda Costa e Helena Rizzo, em shows, palestras e atividades para falar sobre as vivências femininas. A programação e curadoria é realizada por CLAUDIA e Boa Forma.
Casa Clã 2024 é um evento com curadoria de @claudiaonline e @boaforma, que tem o oferecimento de @astrazenecabr @merzaesthetics_br @rededor_oficial_star @apsenfarmaceutica @aguasprata @labasqueoficial @donadodoce @ecoflamegarden @studiow.