O Oscar é etarista? Vitória de Mikey Madison levanta discussões
Com apenas 25 anos, ela ganhou a estatueta na categoria Melhor Atriz
O filme Anora venceu cinco das seis indicações no Oscar 2025. E uma delas foi na categoria de Melhor Atriz, com Mikey Madison. A norte-americana de apenas 25 anos ficou conhecida por seu papel como Max Fox na série Better Things, na qual interpretou a filha mais velha da protagonista, vivida por Pamela Adlon.
No drama Anora, ela vive a primeira protagonista de sua carreira. A personagem, que dá nome ao longa, é uma jovem trabalhadora do sexo que se casa com o filho de um magnata russo. Porém, o conto de fadas da personagem acaba quando a família do noivo decide pedir o divórcio.
Apesar de ser uma das artistas mais promissoras de sua geração, a escolha da Academia não agradou o público – que apostava em um nome consagrado, como Demi Moore ou Fernanda Torres. Isso porque ambas interpretaram papéis difíceis, sensíveis e que refletem a força da mulher na sociedade.
Moore, inclusive, nunca levou a estatueta para casa – e esta também foi sua primeira indicação na categoria. Torres, por sua vez, é a segunda brasileira indicada. A primeira foi sua mãe, Fernanda Montenegro, que perdeu para Gwyneth Paltrow.
Essas derrotas, que certamente causam estranhamento, nos levam à pergunta: o Oscar é etarista? Um estudo feito entre 2010 e 2020 pela consultoria americana Next 50, em parceria com o Geena Davis Institute, mostrou que, embora o reconhecimento das mulheres 50 esteja crescendo, elas não recebem o mesmo reconhecimento que os homens na mesma faixa etária.
Os dados apontam que, desde 1930, apenas 19% das vencedoras na categoria de Melhor Atriz tinham 50 anos. Enquanto isso, 34% dos vencedores do prêmio de Melhor Ator eram 50+. Ou seja, em 2025 a maior premiação do cinema perdeu a oportunidade de reconhecer atrizes que já arriscaram, aprimoraram seu trabalho ao longo de anos e construíram carreiras sólidas e respeitadas.
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