MAM-RJ completa 75 anos com duas exposições simultâneas
Uma mostra celebra o acervo da instituição e a outra aponta a importância do edifício-sede para a arquitetura modernista brasileira
Em 1948 foi assinada a ata inaugural do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). Na ocasião, o momento pós-guerra facilitou a aquisição daquelas que seriam as primeiras obras de arte europeias da instituição. Nomes como Pablo Picasso, Ben Nicholson, Wassily Kandinsky e Paul Klee iniciam esse acervo tão importante para o Brasil.
A história do MAM-RJ
No ano seguinte, a exposição de estreia Pintura Européia Contemporânea, abre na sede do Banco Boavista, onde o museu foi instalado provisoriamente. Foi somente em 1953 que as obras do atual edifício do MAM-RJ, com projeto assinado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, se iniciaram. Uma curiosidade interessante é sobre a identidade visual marcante que a instituição possui. Ela nasce já no canteiro de obras, onde foi instalada uma placa com a assinatura muito semelhante à que conhecemos.
O MAM-RJ também passou por momentos delicados. Em 1978, a exposição Geometria Sensível reunia quase a totalidade da produção do artista uruguaio Torres-Garcia, cerca de 80 obras. Durante a madrugada de 8 de julho, houve um incêndio e dos quadros do pintor nada sobrou. Telas de Pablo Picasso, Joan Miró, René Magritte, Salvador Dalí, Di Cavalcanti, Ivan Serpa e Candido Portinari também foram atingidas pelas chamas. 90% do acervo do MAM foi perdido. Após obras de recuperação, o edifício voltou a funcionar em 1982.
Mas onde há arte, há vida. E entre 1993 e 2002, o museu passou a receber grandes doações de obras de Gilberto Chateaubriand, cerca de 4.000 peças, entre elas criações assinadas por Lasar Segall, Portinari, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e muitos outros.
Exposições celebram os 75 anos do MAM-RJ
O MAM-RJ completa 75 anos de história em 2023. E essa narrativa é tema da exposição Museu-escola-cidade: o MAM Rio em cinco perspectivas, que será inaugurada no dia 27 de maio. Com cerca de 500 itens, entre obras do acervo e documentos do arquivo da instituição, a mostra ocupará o Salão Monumental e está pautada a partir dos cinco eixos temáticos que foram fundamentais para a sua história: educação, design, fotografia, arte e movimento. A curadoria resulta de um esforço de todas as equipes do museu, que se uniram em um processo coletivo para realizar a mostra.
No mesmo dia, outra exposição que celebra a arquitetura modernista do edifício de Reidy também abre as portas. Um verdadeiro mergulho na intensa e importante história do MAM-RJ.