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Heloisa Jorge, a atriz que você precisa ficar de olho

Ela é Dagmar em "Mar do Sertão", mas também está em "El Presidente", "How to Be a Carioca" e "Fim"

Por Paula Jacob
Atualizado em 10 nov 2022, 09h53 - Publicado em 9 nov 2022, 08h40

Natural de lunda Norte, angola, Heloisa Jorge chegou ao brasil, aos 12 anos, como refugiada. Morou primeiro em Montes Claros (MG) para depois seguir a Salvador (BA), onde cursou artes cênicas na universidade Federal da Bahia. Ali, já começou a vislumbrar papéis no teatro, pela companhia de Teatro Abdias Nascimento, e se consolidou nos palcos pelo eixo Rio-São Paulo, fazendo, inclusive, a jovem Dona Ivone Lara no musical em sua homenagem, dirigido por Elísio Lopes Jr.

“A arte é a minha bóia de salvação”, conta a atriz que vem trilhando, a cada ano, uma carreira frutífera. Na Rede Globo, participou de sete projetos, incluindo a novela Gabriela, de Walcyr Carrasco, e o especial Falas Negras, de 2020, criado por Manuela Dias com direção de Lázaro Ramos. Às telas da TV aberta, o retorno aconteceu em meados de setembro, com Dagmar em Mar do Sertão, novela das 18h da Rede Globo, uma pastora progressista que se preocupa com as questões sociais da cidade. “O meu processo para fazer a personagem foi delicioso. Me alimentei da riqueza do universo de ariano Suassuna e do Antônio Nóbrega, além de mergulhar na leitura de diferentes comunidades de fé inclusivas.”

Nas plataformas, somam-se a próxima temporada de Cilada (Globoplay); e as séries El Presidente(Prime Video), How to Be a Carioca (Star+) e Fim (Globoplay), baseada no livro de Fernanda Torres. “Os streamings chegaram ao brasil como um respiro importantíssimo para o audiovisual no país, que a duras penas segue produzindo e empregando muita gente. Trouxe também a possibilidade de mostrar outras narrativas que não tinham espaço na TV aberta.” com tantos papéis no colo e outros à vista, Heloisa encontra respiro na rotina por meio da dança, da música e do ato de cozinhar em casa.

Heloisa Jorge
Styling: Rafaela Pinah; Maquiagem: Lucas Tetteo; Cabelo: Quênia Tranças. (Pedro Napolinário/Divulgação)

Você pode contar um pouco sobre o processo de preparo e desenvolvimento da personagem em Mar do Sertão? Quais foram os desafios para interpretá-la?

Quando fui convidada pela produtora de elenco Márcia Andrade para fazer a Dagmar, em Mar do Sertão, eu ainda estava filmando a série Fim, escrita pela Fernanda Torres, com direção do Andrucha Waddington e Daniela Thomas. O desafio veio já no convite, porque as datas de finalização de uma e início de outra eram bem próximas. Mas como a minha personagem só entraria na segunda fase da novela, me senti mais corajosa pra topar fazer a Dagmar, que além de me instigar bastante como artista, me possibilitaria brincar num universo completamente diferente da série.

O meu processo pessoal de pesquisa está delicioso e em andamento. Já tive encontro com a professora de prosódia da novela por conta do sotaque e conversas bem inspiradoras com o preparador de elenco Vinicius Arneiro, que frequentemente está no set acompanhando o nosso trabalho. Além disso, tenho me alimentado com a riqueza do universo de Ariano Suassuna, do Antônio Nóbrega… Ando lendo sobre diferentes comunidades de fé inclusivas, pois a minha personagem é uma líder religiosa mais progressista, que se preocupa com as questões sociais da cidade fictícia de Canta Pedra. A música também tem sido um elemento muito presente no meu processo criativo de composição da personagem.

Qual a coisa mais legal de poder interpretar tantas personagens diferentes para formatos diferentes?

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O mais legal, além de me aliviar de mim  mesma, é conseguir expandir as minhas possibilidades como atriz e dialogar com diferentes públicos.

Em projetos de diferentes streamings, e com experiências em TV aberta e teatro, como você vê a importância desses canais de visualização para a diversidade de projetos e gêneros cinematográficos?

Os streamings chegaram ao Brasil como um respiro importantíssimo para o audiovisual no país, que a duras penas segue produzindo e empregando muita gente que está atrás e à frente das câmeras. Além disso, trouxe também a possibilidade de mostrar determinadas narrativas que não tinham espaço na TV aberta.

Qual trabalho mais te marcou até agora? Por quê?

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Todos eles deixaram marcas na atriz que eu sou, que, aliás, segue em construção. Os trabalhos do início da minha carreira, por exemplo, refletem exatamente  quem eu era naquele momento: uma atriz com poucas ferramentas e recursos, mas cheia de sonhos e muita vontade de trabalhar. Hoje em dia, quando assisto um trabalho meu mais antigo, faço o exercício de ter compaixão pelo que eu estou vendo. Todas as personagens, de alguma forma, contribuíram positivamente para a artista  que eu sou. Citar uma ou outra seria injusto.

O que você gosta de fazer no tempo livre?

Amo me colocar offline, acender um incenso gostoso, cuidar da minha casa ou descansar cozinhando as coisas que eu gosto, ouvindo as minhas músicas favoritas e dançar sem motivo.

Qual característica você mais gosta no Brasil? E o que sente falta de Lunda Norte?

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Gosto da criatividade do brasileiro. Amo o humor à angolana e a nossa capacidade de se reinventar.

Você acredita que a arte é política? Por quê?

Sim. Uma obra artística seja ela qual for vai nos atravessar de diferentes formas. Muitas vezes é a arte que vai colocar um espelho à nossa frente para nos fazer questionar e refletir sobre a estrutura social que vivemos. Na minha opinião, a arte é das ferramentas políticas mais poderosas que existem.

O que a atuação mudou na sua vida?

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A arte é a minha boia de salvação. Não sei o que teria acontecido comigo se essa não tivesse sido a minha escolha.

Qual seu sonho para os próximos anos?

Continuar materializando meus sonhos e ir sonhando mais e maior.

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