Gal Costa faz live para celebrar os 75 anos e anuncia novo disco
A cantora baiana estreia no formato dirigida por Laís Bodansky neste sábado (26). A CLAUDIA ela fala sobre a quarentena com o filho e planos para o futuro
Gal Costa não é de se apegar a fórmulas seguras. Em mais de 55 anos de carreira, se aventurou por ritmos variados e parcerias surpreendentes. Desse jeito, cada disco que lança tem história própria, preciosismo de quem é verdadeiramente apaixonada pela arte da música. Claro que tudo com a marca da voz poderosa e do sorriso largo.
Neste sábado (26), Gal se desafia mais uma vez. A cantora fará sua primeira live, em comemoração pelo aniversário de 75 anos. Para isso, montou uma produção potente, com direção de ninguém menos que a cineasta Laís Bodansky. O show será transmitido pela TNT (na TV e no YouTube), às 22 horas.
Desde março, Gal está em casa com o filho Gabriel, de 15 anos. Amigos que não podem participar desta celebração devem estar assistindo, como Gil e Caetano, que também fizeram lives comemorativas durante a quarentena.
A CLAUDIA, ela falou sobre o próximo disco (sim, tem lançamento em breve!) e como considera essencial que as pessoas se posicionem politicamente nos dias de hoje.
Você gosta ou dá importância a esses marcos, como 55 anos de carreira, 75 anos de vida, ou não liga muito para isso?
Eu dou importância. Acho legal comemorar, fazer revisão histórica do trabalho. Nessas datas, a gente para e olha para tudo que foi feito. Essa visão é algo que gosto de lembrar.
O que te inspira a viver melhor e a criar hoje?
O fato de viver já é um deslumbramento inacreditável. A vida é uma coisa linda. É difícil, mas tem uma beleza extraordinária. O lado ruim do homem que é complicado, parece que não tem tempo de ver como viver é sublime.
Quais reflexões a quarentena trouxe para você e para sua música?
É difícil se isolar, ficar sozinha. Eu sou muito caseira, então não tive problema em não sair de casa. Mas não ver amigos, não poder encontrar ninguém é difícil. A quarentena exige de você ver tudo que está acontecendo, assistir as pessoas perdendo a vida. Isso foi o mais difícil. É um período difícil de viver.
Nos últimos anos, você fez parcerias incríveis e inesperadas, como com Rubel e Marília Mendonça. Tem alguém com quem deseja colaborar e ainda não rolou?
Eu gosto de fazer parcerias, cantar com colegas, amigos. É bacana fazer coisas com esse pessoal jovem. Com certeza ainda tem alguém com quem não consegui cantar, mas que desejo. Agora vai sair um disco novo em que eu canto músicas do meu repertório só com homens com quem nunca havia cantado antes. São cantores e compositores.
Você sempre se posicionou politicamente e fez isso durante a quarentena inclusive. Nas redes, seu público reage a isso ou muitos acham que política e música não devem se misturar?
Eu acho que tenho que tomar posições sim. Eu sou contra esse governo, contra a volta da ditadura. Acho um absurdo essa gente que sonha com ditadura, é uma coisa tenebrosa, horrorosa. A democracia é a melhor maneira de viver bem, feliz e com liberdade.
Como foi a quarentena com seu filho? Vocês sofreram com as aulas online?
Meu filho é bonzinho, fez 15 anos durante a quarentena. Ele está segurando a barra tranquilo e eu tento ajudar, mas sinceramente não acho que rende muito. Talvez esse ano seja perdido para grande parte dos alunos.
Seu último disco era alegre, “para iluminar tempos obscuros”, como você mesma disse. Ultimamente, nesses dias ainda mais obscuros, qual é sua música favorita para servir de bálsamo?
Acho que agora as pessoas buscam canções da memória afetiva, aquelas que conhecemos e que nos consolam.
Você já se declarou bastante espiritualizada. O que mantém sua fé viva?
Eu sou muito espiritualizada mesmo e reverencio a natureza, tenho muito respeito por ela. A natureza me traz essa sensação boa.
Você faz planos para o novo ciclo?
Desejo que tudo isso acabe logo, que esse vírus seja controlado, que descubram uma vacina, que a humanidade se torne mais complacente e solidária. Desejo que as pessoas tenham mais cuidado e não saiam às ruas como se nada estivesse acontecendo. Existe uma pandemia, muita gente está perdendo a vida. A gente tem que ter respeito pelo próximo. Meu desejo é que o homem seja mais generoso com a natureza e com o outro.
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