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Filme brasileiro estreia hoje em mais de 190 países, mas não no Brasil

Elogiado e recebido com aplausos no Festival de Berlim, "Cidade Pássaro" só estará disponível por aqui no final do ano

Por Da Redação
Atualizado em 21 set 2020, 14h06 - Publicado em 29 jul 2020, 13h00
"Cidade Pássaro" conta a história de um nigeriano que vai para São Paulo em busca de seu irmão (Cidade Pássaro/Divulgação)
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O filme brasileiro Cidade Pássaro estreia, nesta quarta-feira (29), na Netflix de mais de 190 países. No entanto, os assinantes brasileiros só poderão assistir ao filme no fim do ano.

O diretor do longa, Matias Mariani, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a franquia africana da plataforma de streaming é a responsável pela distribuição. “Infelizmente, quando assinamos o acordo, a Ancine ainda não havia ajustado suas normas à era da Covid-19“, explicou.

Cidade Pássaro, por contrato, deveria ter estreado no cinema. No entanto, com o advento da pandemia, e sem que a agência brasileira tenha começado a trabalhar com os cines drive-ins alternativa para filmes brasileiros estrearem no cinema durante o período de isolamento social , foi feito um acordo com a Netflix.

“Já existe uma fila muito grande de lançamentos. Vamos ter de esperar pela reabertura das salas e brigar pelo nosso espaço, o que com certeza não será fácil. E, embora o filme esteja entrando no streaming, já temos convite para o Festival de Lagos, na Nigéria”, conta Mariani.

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Cidade Pássaro
A obra acompanha Amadi, interpretado pelo ator nigeriano OC Ukeje, à procura de seu irmão mais velho Ikenna (Cidade Pássaro/Divulgação)

O longa estreia mundialmente após ter sido elogiado e recebido com aplausos no Festival de Berlim, que aconteceu em fevereiro deste ano. Cidade Pássaro conta a história de um nigeriano que chega a São Paulo em busca do irmão e mostra um lado pouco abordado da capital paulista: as comunidades de imigrantes africanos que se estabeleceram na cidade e a dura realidade de discriminação enfrentada por eles.

“Se você é um estrangeiro que chega em São Paulo, ela pode ser totalmente opaca, pode ser uma cidade muito incapaz de ser receptiva”, disse o cineasta em entrevista à Agência Efe.

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A obra acompanha Amadi, interpretado pelo ator nigeriano OC Ukeje, à procura de seu irmão mais velho Ikenna (Chukwudi Iwuji), que decidiu romper com as tradições familiares para se encontrar no mundo. Ao longo de sua “saga”, Amadi tem de lidar com os próprios medos e confrontar a tradição milenar de seu povo. A possibilidade de se reinventar em São Paulo só surge em sua mente após conhecer Emília (interpretada pela atriz brasileira Indira Nascimento), com quem vai desenvolvendo um relacionamento cada vez mais intenso.

Por meio de uma narrativa com micro-histórias e com pinceladas de documentário, Mariani apresenta no filme uma parte da cultura do protagonista e ainda aborda questões como racismo, desigualdade, exclusão social e identidade cultural.

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