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Festival Latinidades exalta produções de mulheres negras de dez países

Para assistir de casa, programação cultural antecipa discussões do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, em 25 de julho

Por Letícia Paiva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 jul 2020, 14h58 - Publicado em 21 jul 2020, 20h58
Artistas negras de todo o Brasil e de outros países latinos se apresentam em lives (Divulgação e Juh de Almeida/Divulgação)
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Em meio ao Mar do Caribe, a República Dominicana é um país de raízes profundamente ligadas à África. Sua cultura é marcada pelas influências da Diáspora Negra, como é chamado o fenômeno de emigração forçada de africanos para escravização em outros continentes e, mais recentemente, em outras correntes migratórias. No caso da escravidão, esse processo se deu a partir da violência e de tentativas de apagamento de suas identidades, que deixaram reflexos muito após o fim da colonização nas Américas. A história se repete em outros países caribenhos e latinos, como o Brasil. Foi na capital dominicana, Santo Domingo, que uma legião feminina de diferentes nacionalidades se reuniu, em 1992, no Primeiro Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe para discutir questões de gênero e etnia. A data de encerramento, 25 de julho, se tornaria representativa para a luta dessas mulheres nas décadas seguintes.

Bia Ferreira
A cantora mineira Bia Ferreira fez apresentação no sábado (25) (Divulgação/Divulgação)

No Brasil, o pioneiro encontro inspirou o Festival Latinidades, iniciado em Brasília em 2007 sob o anseio de amplificar produções e saberes de mulheres negras. “Queríamos trazer essa discussão para os níveis local e nacional. Era muito difícil olhar para os lados e ver que nossa intelectualidade e nossos trabalhos não eram vistos”, afirma a fundadora e atual curadora Jaqueline Fernandes. Desde então, o Latinidades reuniu mulheres latinas e também africanas para discutir suas intersecções e particularidades. Neste ano, o evento chega à 13ª edição após se fixar por anos na capital federal e passar por São Paulo no ano passado – pela primeira vez, as atividades só acontecerão online, de quarta-feira (22) a segunda-feira (27). “A sensação de encontro e acolhimento entre pessoas que, frequentemente, não têm outros espaços para se sentir pertencente foi sempre um dos nossos maiores desejos com o Festival, o que é nosso principal desafio à distância”, conta Jaqueline.

O tema da programação desta edição ganha o nome Utopias Negras, afirmando a necessidade de que as mulheres negras da região possam sonhar e prospectar futuros. “Precisamos reunir esforços para construir narrativas próprias e um futuro em que estejamos incluídas. Assim, mirar no que parece até utópico é uma necessidade urgente. Em algum momento, era uma utopia pensar que nossos antepassados foram escravizados e hoje mostramos nossa intelectualidade”, afirma a curadora. Nesse sentido, as homenageadas – a baiana Mãe Dalva Damiana; a cantora carioca Elza Soares; e a artista capixaba Elisa Lucinda –, são representantes dessa capacidade de sonhar. 

Tuyo
Na noite de sexta-feira (24), há um pocket show da banda paranaense Tuyo (Divulgação/Divulgação)

Há convidados de todas as regiões do Brasil e de países como Colômbia, Jamaica e Nigéria, em mesas de discussão, oficinas e apresentações artísticas – transmitidas ao vivo no canal Afrolatinas no YouTube. Alguns destaques da programação, que está disponível completa no site, são:

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A mesa de abertura, “Papo de Futuro”, que convida crianças para discutir perspectivas sobre o amanhã – quarta-feira (22), às 10h;

Também na quarta-feira, às 17h, intelectuais do Haiti, Barbados, Guiné Bissa, Etiópia, além do Distrito Federal, apresentam exemplos inspiradores de resistência e lutas de povos afro;

Na sexta-feira (24), às 15h, estudiosos brasileiros falam sobre políticas de drogas e agenda antirracista. Os convidados são a escritora Juliana Borges, a cientista social Nathália Oliveira, o jurista Silvio de Almeida e o ativista Preto Zezé, com mediação da jornalista Cecília Oliveira;

Ícones atuais do feminismo latino-caribenho como Joice Berth, Carla Akotirene, Katiúscia Ribeiro e Winnie Bueno falam sobre os modelos de luta das mulheres negras da região – sábado (25), às 17h;

No domingo (26), há discussão sobre narrativas negras na internet entre a apresentadora Bielo Pereira e as influenciadoras Lorrayne Carolyne, Xan Ravelli, com mediação de Sarah Evelin;

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O último dia, segunda-feira (27), terá uma maratona de oficinas e cursos com ferramentas para fortalecer a carreira e os negócios de mulheres negras, além de um worskshop sobre como viabilizar projetos sociais;

Todos os dias, haverá shows como o samba da homenageada Dona Dalva (sábado, 13h); de Mc Soffia e Rosa Luz (sábado, 22h30); no encerramento, na segunda-feira, serão de Kênia Maria, às 19h, e de Majur, às 21h.

 

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