Dia do Cinema Nacional: relembre 8 mulheres que impactaram a sétima arte
De Laís Bodanzky à Suzana Amaral, relembre os feitos de algumas das principais vozes femininas do audiovisual brasileiro
A participação feminina no cinema nacional nem sempre foi devidamente reconhecida ou celebrada. Porém, isso não significa que os feitos impressionantes de inúmeras mulheres foram apagados ou esquecidos.
Sendo assim, neste Dia do Cinema Nacional, nós fazemos questão de relembrar algumas das vozes que ajudaram (e continuam ajudando) a sétima arte brasileira a se tornar uma potência artística inclusiva, sensível e, sem sombra de dúvidas, emocionante. Confira:
Anna Muylaert
Anna é mundialmente conhecida por obras como “Que Horas Ela Volta?” (2015) e “Mãe Só Há Uma” (2016). Seus filmes — impecáveis, diga-se de passagem — abordam temas sócio-políticos que exploram as complexidades das relações familiares e as disparidades sociais no Brasil de uma forma que, apesar de delicada, consegue ser extremamente efetiva e singular.
Laís Bodanzky
É impossível não falar sobre Bodanzky em uma lista sobre mulheres que fizeram história no audiovisual nacional. Dona de obras como “Bicho de Sete Cabeças” (2001) e “As Melhores Coisas do Mundo“, a cineasta acumula inúmeros prêmios em sua carreira (sendo um deles a estatueta de melhor direção no Grande Prêmio do Cinema Brasil, maior cerimônia cinematográfica do país).
Mas claro, a carreira da artista não se resume a troféus: mais relevante do que todo o reconhecimento é a maneira única em que Laís fala sobre saúde mental, afeto e outros temas complexos de uma maneira universal que ressoa com milhões de pessoas.
Tata Amaral
Tata Amaral tem um talento inquestionável para contar histórias femininas que se passam no contexto urbano de São Paulo. Quem nunca se emocionou com “Um Céu de Estrelas” ou “Antônia”?
Aliás, a sua contribuição para a sétima arte não conhece barreiras: em 2006, criou a produtora Tangerina Entretenimento, onde viabiliza e apoia projetos que potencializam as vozes das mulheres no mercado. Seja nas telas (ou fora delas), a diretora está sempre facilitando que inúmeras discussões relevantes avancem e floresçam.
Suzana Amaral
Suzana alcançou reconhecimento mundial após dirigir o aclamado “A Hora da Estrela”, baseado no romance atemporal de Clarice Lispector. Após o projeto, tanto o público quanto a crítica especializada soube imediatamente do talento da artista para abordar temáticas existencialistas, sem deixar de explorar a experiência feminina em uma realidade desigual como a brasileira.
Além do longa baseado no livro de Lispector, Suzana comandou outras duas produções baseadas em obras literárias: em 2001, lançou “Uma Vida em Segredo”, adaptado do romance de Autran Dourado; e em 2009, “Hotel Atlântico”, adaptação cinematográfica do livro de João Gilberto Noll.
Seus outros trabalhos incluem colaborações para a TV Cultura e uma carreira como professora na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), instituição em que repassou os seus conhecimentos por anos.
Adélia Sampaio
Sampaio é considerada a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil. Seu filme “Amor Maldito” (1984) abordou a história de amor entre duas mulheres, enfrentando desafios e tabus da época. Portanto, além de seu talento inegável para a sétima arte, a cineasta também contribuiu para o avanço da diversidade e representatividade no cinema nacional. Rainha que fala, né?
Petra Costa
Dona do aclamado documentário “Democracia em Vertigem” (2019), indicado ao Oscar, Petra Costa é uma das principais vozes do cinema nacional na atualidade. Sem medo de cutucar feridas sociais, a diretora se destaca por nutrir um olhar crítico e engajado, dando visibilidade à questões urgentes. Não é à toa que Petra é um membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas desde 2018.
Helena Solberg
Helena revolucionou a indústria cinematográfica com seu trabalho inovador. O documentário “Carmen Miranda: Bananas Is My Business” (1995) se tornou um marco ao abordar a vida e o legado da estrela de maneira reveladora, honesta e comovente.
É impossível mensurar as inúmeras contribuições da documentarista, mas algo é certo: Solberg sempre fez questão de explorar e apresentar a identidade cultural brasileira de forma multifacetada e original.
Vera Egito
Egito é uma das vozes emergentes no cinema brasileiro, trazendo histórias tão autênticas como relevantes para o público. “Amores Urbanos”, primeiro longa da cineasta, retrata a vida de três amigos que compartilham um apartamento em São Paulo, explorando suas relações (afetivas e sexuais) e anseios de uma maneira brutalmente honesta e atual.
Sua mais recente criação, “Todxs Nós”, distribuída pela HBO em 2020, apenas comprovou o quanto a diretora faz questão de usar a sua arte como plataforma de fortalecimento social.