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Crítica: ‘Jurassic World: Domínio’ evidencia esgotamento da franquia

Ao optar pelo óbvio, o sexto volume da franquia se distancia ainda mais da imaginação e diversão que marcaram os primeiros filmes da saga

Por Kalel Adolfo
31 Maio 2022, 09h02

Desde que estreou nos cinemas em 1993, a franquia Jurassic Park foi capaz de entreter e se reinventar de formas criativas. Não é à toa que, até os dias atuais, o blockbuster continue conquistando milhões de fãs. Porém, essa é a verdade sobre a maioria das grandes sagas hollywoodianas: com o passar do tempo, elas se esgotam e a única justificativa para a continuidade destas histórias é a nostalgia gratuita. Jurassic World: Domínio é a prova viva disso.

Na trama, Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) precisam recuperar a filha Maisie (Isabella Sermon), que foi sequestrada a mando de Lewis — interpretado por Campbell Scott. Ele é o dono da “Biogenics“, empresa que utiliza o poder da genética para produzir dinossauros. Simultaneamente, Alan Grant (Sam Neill) e Ellie Sattler (Laura Dern) investigam as ações desta companhia, suspeitando que ela esteja por trás de uma grande conspiração capaz de provocar um colapso global.

Apesar da proposta ser intrigante, nenhum destes arcos consegue empolgar: há alguns momentos eletrizantes aqui e ali, mas, de forma geral, o roteiro desenvolvido por Emily Carmichael e Colin Trevorrow — que também é o diretor do filme — está sempre optando por caminhos óbvios e pouco imaginativos.

Isso não quer dizer que a produção não tenha quaisquer potenciais ou pontos interessantes: muito pelo contrário. A ideia inicial — de retratar um mundo em que humanos e dinossauros convivem lado a lado, proporcionando conflitos políticos e discussões sociais — é extremamente bem-vinda.

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Em determinada cena, uma das personagens nos relembra que os dinossauros viveram por mais tempo neste planeta do que os humanos. Em outras palavras, se olharmos para a história da Terra, perceberemos que somos quase “insignificantes” diante de sua longevidade. Ocupamos um minúsculo espaço na trajetória da natureza, e devemos pensar nisso caso queiramos garantir a sobrevivência de nossa espécie. O sexto capítulo da franquia Jurassic Park bate nessas teclas.

Porém, todas essas mensagens são pinceladas de forma tão sutil que elas simplesmente não comovem ou impactam o espectador. É apenas uma boa ideia, executada sem grandes pretensões. Junte isso às quase três horas de duração do longa, e o resultado acaba sendo uma experiência “sem vida” para quem está assistindo.

Aliás, mais perceptível do que o senso de propósito de Domínio, é a sua ausência de foco e inventividade: grandes arcos narrativos são encerrados de maneira abrupta, sem desfechos convincentes. Além disso, o andamento da trama está sempre ancorado em soluções fáceis. Tamanha previsibilidade faz com que a diversão nunca flua como deveria. E pasme, estamos falando de uma obra com dinossauros gigantes, gafanhotos assassinos, perseguições explosivas e visuais de cair o queixo. Mesmo com tudo isso, o entretenimento simplesmente não deslancha.

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Por fim, não é exagero afirmar que Laura Dern, Jeff Goldblum e Sam Neill — justamente a velha guarda de Jurassic Park — seguram o filme nas costas. Cheios de carisma, os atores proporcionam os poucos momentos em que a experiência se assemelha ao que a saga já foi um dia.

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