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Onde assistir ao show de Dia das Mães de Alcione com Teresa Cristina

Para CLAUDIA, as cantoras contam o que o público pode esperar do repertório deste show inédito

Por Ana Carolina Pinheiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 Maio 2021, 00h48
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Com um repertório nostálgico, as cantoras vão deixar o Dia das Mães mais leve e esperançoso. (Arte: Catarina Moura/ Fotos: TNT/Divulgação)
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Enquanto os shows presenciais só são realidade nos países em que o coronavírus já está controlado, como na Austrália e Nova Zelândia, no Brasil, o nosso contato com a música ainda se dá à distância. Mas isso não é sinônimo de monotonia, principalmente quando as atrações são Alcione e Teresa Cristina, duas expoentes da música brasileira.

Para acariciar não só as mães como toda a família, a Marrom fará um show ao vivo neste domingo, às 20h30, com a participação e apresentação da rainha das lives, a Teresa Cristina. Realizado pelo Coala.LAB e transmitido na TV e no YouTube pela TNT, o show terá um repertório repleto de clássicos do samba e da carreira da maranhense.

Em entrevista exclusiva a CLAUDIA, as sambistas falam sobre a expectativa deste show inédito e a influência da família na escolha do repertório.

CLAUDIA: Os artistas e o público falam de você sempre com muito afeto e gratidão, como se fosse uma relação maternal. O que o samba te ensinou e que você deseja transmitir, inclusive neste show, para as pessoas que estão precisando desse colo de mãe?

Alcione: O samba é uma família. Eu, vinda do Maranhão, tenho a honra de ter sido “abraçada” por Cartola, Nelson Cavaquinho, Mestre Aniceto, Nelson Sargento, de ter irmãos como Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e ter filhos como Diogo Nogueira, Mart’nália, Mumuzinho, Alexandre Pires, Ferrugem…

CLAUDIA: Como é dividir o palco com uma das maiores artistas do Brasil? O que tem de mais potente no legado da Alcione e que você vê hoje como crucial para os rumos que a sua carreira tomou, enquanto mulher, negra, sambista e tantas outras coisas? 

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Teresa Cristina: A ficha não cai de que estou dividindo o palco com Alcione, né?.A primeira vez, eu cantei com a Alcione e o Emílio Santiago. Eu ainda estava começando e foi em uma entrega de prêmio do Estandarte de Ouro. Fiquei muito traumatizada com aquela apresentação. Estava muito nervosa.

O legado da Alcione é muito importante, porque ela fala de questões que são muito caras para nós. Ela sempre fala de relacionamentos abusivos, mulheres que amam demais, mulheres que colocaram a vida nas mãos de quem não as mereciam. Por conta disso, ela é como se fosse uma irmã mais velha nossa, uma grande amiga, uma conselheira. É como se ela entrasse na nossa cabeça.

Hoje, Alcione me dá uma felicidade imensa de ver uma artista tão coerente e que continua tendo voz ativa e se posicionando em questões que merecem posicionamento. Alcione é o orgulho do Brasil.

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CLAUDIA: Haverá alguma homenagem para a Dona Ivone Lara, que completaria 100 anos agora em abril, se estivesse viva?

Alcione: Só de ter duas mulheres cantando samba, já é uma grande homenagem à Rainha Ivone Lara. Compositora que abriu as portas para tantos nomes como Leci Brandão e a própria Teresa Cristina!

CLAUDIA: Teresa, você foi a grande responsável por consolidar essa modalidade de encontros em lives, que aquece tanto vocês que participam como a gente que assiste. Essa troca entre artistas pode ser um dos segredos para manter o formato das live ainda mais forte, enquanto os shows presenciais não podem acontecer?

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Teresa Cristina: Acho que a live é boa pela troca entre artistas e também com seu próprio público. É muito interessante ter uma pessoa que admira seu trabalho, mas só vai assistir você com três, quatro metros de distância. Nesse ponto, eu acho que a live chegou pra ficar. 

CLAUDIA: O que mais te surpreendeu neste projeto inédito ao lado da Teresa Cristina?

Alcione: O que mais me chamou a atenção foi a sugestão de repertório para os duetos com Teresa Cristina, vinda dela. Iremos cantar dois sambas que eu não canto desde a época em que foram lançados: Alerta Geral (1978) e Noite Pelo Dia (1982)! E não é que são super atuais? Nos aguardem!

CLAUDIA: Você já comentou em outras entrevistas que começou a fazer as lives para entreter a Dona Hilda [mãe de Teresa] durante a pandemia. Tem alguma música deste show que você escolheu em homenagem a ela?

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Teresa Cristina: Escolhi uma canção para cantar nesse show. É do pai da Alcione. E eu canto pensando muito na minha mãe.  Ela também é compositora. A Alcione gravou uma música do pai dela e eu não vejo as pessoas noticiando. Eu soube disso em uma live minha. Foi o Xande de Pilares quem me falou. Achei tão bonitinha a história. Tão linda! Se chama Cajueiro Velho e fala sobre uma pessoa que observa o tempo passar.

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