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7 mulheres incríveis para ficar de olho no Oscar 2020

CLAUDIA separou algumas das indicadas na premiação para você conhecer um pouco mais dos fantásticos trabalhos delas.

Por Colaborou: Maria Clara Serpa
7 fev 2020, 19h50
Petra Costa
Petra Costa representa o Brasil no Oscar 2020 com "Democracia em Vertigem" (Instagram/Reprodução/Reprodução)
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Apesar de boas surpresas nas indicações do Oscar 2020, como o documentário brasileiro “Democracia em Vertigem”, as mulheres foram esnobadas pela premiação, como de praxe. Neste ano, por exemplo, não há nenhuma indicada a Melhor Diretor – apesar do trabalho excepcional de algumas, como Greta Gerwig em “Adoráveis Mulheres”. Nas redes sociais, críticos e o público em geral se revoltaram com a situação e levantaram a hashtag #OscarSoMale (#OscarÉMuitoMasculino) para relatar o machismo que ocorre todos os anos.

Por isso, mais do que nunca, as mulheres que participarão da cerimônia como concorrentes precisam ter os trabalhos delas exaltados, conhecidos, saboreados… Principalmente, porque eles são muito bons! Abaixo, CLAUDIA escolheu colocar luz sobre 7 delas que você precisa conhecer e ficar de olho no próximo domingo, quando acontece a cerimônia de premiação.

Chrissy Metz

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Chrissy Metz, de 39 anos, tornou-se conhecida ao interpretar Kate Pearson na série “This Is Us”. Além de atriz, ela é cantora e interpreta “I’m Standing With You”, do filme “Superação: O Milagre da Fé”, que concorre a Melhor Canção Original. Na noite de domingo (9), ela fará uma performance durante a cerimônia do Oscar.

Empoderada e inspiradora, Chrissy não teve uma infância fácil. Depois de passar alguns anos no Japão, onde seu pai trabalhava como oficial da Marinha norte-americana, ela voltou aos EUA com a mãe e os irmãos e perdeu o contato ele. Em sua biografia, ela conta que, depois que sua mãe se casou novamente e a família adquiriu uma condição financeira melhor, ela ganhou muito peso e passou a ser sempre insultada pelo padrasto. Ela conta que ele fazia muitas piadas com o corpo dela e passou a agredi-la fisicamente porque era gorda.

“Durante a adolescência, as agressões físicas ficaram mais fortes. Uma vez, ele me bateu e olhei diretamente em seu rosto. Se tivesse uma arma, teria dado um tiro nele”, disse em entrevista à People. Atualmente, ela o perdoou e mantém uma boa relação com ele, e tornou-se um grande exemplo do movimento body positive. Sua apresentação no Oscar é tão importante porque foram raras as vezes em que uma mulher gorda ocupou esse espaço.

Hildur Guðnadóttir

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(David Crotty/Getty Images)
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Apesar de já ter vencido grandes premiações como o Emmy e o Grammy por seu trabalho na série “Chernobyl”, a musicista islandesa Hildur Guðnadóttir só ganhou mais reconhecimento ao ser indicada ao Oscar pela Trilha Sonora de “Coringa”.

Aos 37 anos, Hildur já lançou álbuns solos com seu trabalho como violoncelista e já fez turnês com algumas bandas famosas como Animal Collective e Sunn O. Em “Coringa”, que também concorre a Melhor Filme e outras 9 categorias na premiação, ao contrário da maioria dos trabalhos em Hollywood, ela resolveu inverter a lógica natural das produções e criou a trilha sonora antes mesmo do início das filmagens.

Em geral, as músicas são incluídas nos filmes na fase final do projeto, para que o responsável consiga criar a trilha em cima do produto quase pronto. Ao fazer o exato oposto, Hildur conseguiu que o filme fosse completamente movido pelo ritmo das músicas escolhidas, que variam de composições de Charles Chaplin a músicas da banda de rock Cream. Hildur é uma das favoritas ao prêmio da noite de domingo (9).

Jacqueline Durran

jacqueline durran
(Stuart C. Wilson/Getty Images)

Jacqueline Durran concorre ao prêmio de Melhor Figurino por seu trabalho em “Admiráveis Mulheres” neste Oscar. A figurinista já foi indicada outras seis vezes ao prêmio – a primeira vez foi em 2006, por “Orgulho e Preconceito” – e venceu em 2013, pelo figurino de “Anna Karenina”. Ela não teve nenhum tipo de formação acadêmica em Moda e começou nesse mundo trabalhando em lojas de aluguel de roupas em Londres.

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Ao cuidar do figurino de uma adaptação de um clássico da literatura, que já teve outras quatro versões feitas no cinema, Jacqueline poderia ter caído na mesmice, mas, assim como o roteiro de Greta Gerwig, ela trouxe um ar mais moderno e atual à produção, sem deixar de lado o clima de filme de época.

Em vez de escolher vestidos longos e volumosos para todas as irmãs, Jacqueline conseguiu expressar a personalidade de cada uma delas por meio dos figurinos. Jo, por exemplo, que é a mais radical delas, não usa roupas justas e que prendem seus movimentos. Já para Amy, que sonha em se casar e ter uma vida mais “tradicional”, a figurinista manteve os vestidos clássicos.

Cynthia Erivo

Cynthia Erivo
(Matt Winkelmeyer / Equipa/Getty Images)
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Filha de imigrantes nigerianos, Cynthia nasceu na Inglaterra e está envolvida no mundo artístico desde pequena. Além de ser a única mulher negra que está concorrendo ao Oscar 2020 – ela concorre ao prêmio de Melhor Atriz por “Harriet” -, se ela ganhar este ano, possivelmente se tornará a 6ª negra na história a entrar para a lista do EGOT (artistas premiados com Emmy, Grammy, Oscar e Tony).

Se, de fato, entrar para a lista, Cynthia, de 33 anos, será a artista mais jovem a ganhar as quatro premiações. Durante o prêmio, ela também fará uma performance de “Stand Up”, música que compôs em parceria com Joshuah Brian Campbell para Harriet, e que também concorre ao prêmio de Melhor Canção Original.

Tamara Kotevska

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(Ilya S. Savenok/Getty Images)

Tamara Kotevska, cineasta da Macedônia do Norte, é a codiretora do filme “Honeyland”, que concorre a duas categorias no Oscar 2020, Melhor Documentário e Melhor Filme Estrangeiro.

Inicialmente, a ideia de Tamara e seu colega Ljubomir Stefanov, codiretor do filme, era de gravar um documentário sobre a região do rio Bregalnica, segundo maior rio do país, onde não há energia elétrica e poucas famílias vivem. Ao chegarem no local do começo das gravações, conheceram Hatidze, uma apicultora que teve sua vida revirada com a chegada de um grupo de nômades ao vilarejo. Encantados com sua história, resolveram transformar todo o enredo e falar sobre a vida da mulher em uma trama quase completamente muda e que levou três anos para ser filmada.

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Este é o segundo documentário da carreira de Tamara, que tem apenas 26 anos, e o primeiro em formato de longa. Seu filme recebeu três prêmios (documentário, fotografia e a categoria especial “Impacto por mudança”) no Sundance Film Festival e se tornou o segundo filme macedônio na história a concorrer ao Oscar.

Petra Costa

Petra Costa

Petra Costa é a representante brasileira do Oscar 2020. Seu filme “Democracia em Vertigem”, produzido pela Netflix, concorre ao título de Melhor Documentário. A produção mostra, de um ponto de vista pessoal, a crise política do Brasil, passando por momentos como as eleições de Lula até a queda de Dilma Rousseff. Se vencer o prêmio, a mineira se tornará a primeira diretora latino-americana a ganhar uma categoria do Oscar.

Os pais de Petra foram militantes de esquerda durante os anos de ditadura militar. Seu nome, inclusive, foi escolhido como uma homenagem a Pedro Pomar, fundador do Partido Comunista do Brasil. Aos 7 anos, a irmã de Petra, Elena, 13 anos mais velha do que ela, cometeu suicídio. Vários anos depois, em 2012, quando voltou para o Brasil depois de um período em Nova York e Londres, foi esse acontecimento traumático que norteou seu primeiro documentário, Elena.

Assim como em seu primeiro filme, a família de Petra teve papel fundamental na construção do enredo de “Democracia em Vertigem”. A história é criada do ponto de vista de pessoas que foram militantes por anos e tece amplas críticas ao movimento bolsonarista que elegeu Jair Bolsonaro como Presidente.

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Lina Wertmüller

lina
(Daniele Venturelli/Getty Images)

A cineasta italiana Lina Wertmüller, de 91 anos, recebeu um Oscar honorário por seu trabalho em outubro de 2019. Ela foi a primeira mulher a ser indicada ao Oscar de Melhor Direção pelo filme Pasqualino Sete Belezas, em 1977, mas o vencedor foi John G. Avildsen, diretor de Rocky. O filme também foi indicado a outras quatro categorias.

Até hoje, apenas quatro mulheres além dela foram indicadas ao prêmio de melhor direção – Jane Campion, por “O Piano” (1993); Sofia Coppola, por “Encontros e Desencontros” (2003); Kathryn Bigelow, por “Guerra ao Terror” (2008); e Greta Gerwig, por “Lady Bird” (2017) – e apenas Bigelow venceu.

Desde sua nomeação histórica, as coisas não melhoraram para as cineastas e, por isso, o Oscar honorário que Lina venceu foi tão representativo. O prêmio é dado àqueles que produziram obras que contribuíram de modo excepcional às artes e ciências cinematográficas. Na noite de domingo (9), a homenagem a ela possivelmente será lembrada.

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