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Verdadeira Natureza, por Mariana Ferrão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Mariana Ferrão é jornalista, palestrante e CEO da Soul.me, empresa especializada em bem-estar, qualidade de vida e desenvolvimento humano. Aqui, marca um encontro quinzenal com as leitoras - e consigo mesma
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O que aprendi na primeira parte de um retiro de tantra

Tenho mergulhado neste mar da autoaceitação nos últimos 10 dias

Por Mariana Ferrão
20 fev 2023, 07h00

Em primeiro lugar, preciso dizer que escrevo esta coluna ainda dentro do retiro. É meu primeiro retiro de tantra e, como a maior parte das pessoas, eu tinha uma série de fantasias e ideias pré-concebidas a respeito do tema. Estou em Bali, na Indonésia, dentro de um hotel à beira do mar e você pode estar pensando: Uau, que paraíso! Mas a real é que tenho me sentido sufocada em alguns dias.

O retiro se chama tantra training e tem duas partes – a primeira de 10 dias e a segunda, de 6, que está prestes a começar. No meio das duas, um intervalo de dois dias em que os facilitadores, Homa e Mukto (que também dão muitos treinamentos no Brasil) recomendam que ninguém saia do hotel. Como facilitadora de jornadas de autoconhecimento e retiros, eu acho esta recomendação absolutamente compreensível, afinal, muito do que acontece (ou pode acontecer) em um trabalho como este é construído a partir de um campo energético que se forma entre o espaço, as pessoas e o tempo que as une. 

Ah, que papo mais místico, Mari, campo energético?!” Se você não acredita nisso, apenas peço para que tente se lembrar de acampamentos escolares, viagens da adolescência com amigos, férias em família. Agora imagine as mesmas situações pensando que por alguns dias você teve que se ausentar, ou alguém que você gosta muito teve que se ausentar e depois voltou para lá. Seria a mesma coisa? O que estaria diferente? Sabe aquela sensação de que só quem viveu entende? Sabe aquele olhar que mesmo anos depois você consegue trocar com alguém só porque aquela pessoa viveu aquele momento com você? Para mim, esta é a força do campo.

Mas, aqui, há um ingrediente especial que eu nunca havia experimentado com tanta gente e por tanto tempo: a potência de manter a vibração no coração. O maior “trabalho” dos facilitadores, na minha opinião, é manter esta frequência, nos manter conectados com o nosso quarto chackra, uma espécie de engrenagem energética que fica na altura do nosso peito e que tem a característica de compreender sem julgar, de amar incondicionalmente.

Quando a gente consegue acessar este campo, descobre internamente um oceano abundante onde por baixo de todas as ondulações e instabilidades da nossa mente, existe uma calma profunda e inabalável.

Aparentemente o caminho é curto: basta você descer sua atenção da sua mente ao seu coração. Mas, na prática, há tantas bifurcações já pré-construídas e estabelecidas nesta estrada que a chance de você pegar a rota errada e se perder no labirinto do medo, da raiva, da insegurança e das frustrações é gigantesca.

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Se algum dia você chegar ao coração a minha dica é: respire. Respire fundo e de olhos fechados para que você consiga internalizar ao máximo a sensação de estar ali e para que sempre tenha vontade de voltar, mesmo que na jornada apareçam todos e quaisquer tipos de obstáculos.

Se conseguir ficar por alguns instantes, convide seus medos, revisite antigos padrões, reveja situações e relembre memórias com a coragem de fazer perguntas mais profundas do tipo: o que ainda não enxerguei sobre isso? Por que esta memória não vai embora? O que ainda preciso aprender para conseguir mudar esta situação?

Eu tenho mergulhado neste mar nos últimos 10 dias. E sinto de contar para vocês que me fiz estas perguntas sobre meus ciúmes, minhas inseguranças, minha dificuldade de autoaceitação, meu medo de ser rejeitada, minha necessidade de sedução, de aprovação, de ser vista, aplaudida e desejada. Também revisitei camadas profundas de relacionamentos antigos e meu corpo me revelou como ainda se defende, ou tenta se defender, da entrega, da confiança. Descobri em antigas feridas, as barreiras e armas que criei para me proteger. 

Às vezes, tudo parece muito contraditório: tudo o que queremos é liberdade de amar, mas nos aprisionamos em medos antigos que já não correspondem mais à realidade.

Se eu tinha qualquer dúvida, agora não tenho mais: a respiração e o movimento são as ferramentas mais potentes para sairmos de qualquer prisão, para nos libertarmos de qualquer mordaça, qualquer corrente que ainda nos amarra.

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Por aqui fazemos duas (ou mais) horas de meditação ativa por dia. Quando eu cheguei, estava com muitas dores no corpo: especialmente no quadril e no pescoço. As tensões desapareceram, a dores foram embora. O corpo achou o caminho. Sozinho. No fluxo da respiração, na liberdade do movimento, a energia fluiu e o incômodo se desfez: simples assim.

O problema é que, nestes dois dias de intervalo, a mente insistente teima em querer retomar as rédeas da vida. Eu entendo: ela está com medo de perder o controle que está acostumada a ter sobre mim. Mas sinto em perguntar: quem controla o mar? Quem é capaz de parar as ondas? Quem pode mergulhar tão fundo na abundância da calma deste oceano?

Respira, Mari. Respira, mente. 

Longa e profundamente. Vem aí a segunda parte do treinamento de tantra. 

Que o campo nos proteja!   

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