Educação financeira, um caminho para realização de sonhos
Tenho certeza de que é a partir das crianças e adolescentes que vamos fomentar a educação financeira no Brasil
Já contei aqui na minha coluna sobre a criação Joca (www.jornaljoca.com.br), um jornal infanto-juvenil que leva notícias sobre o Brasil e o mundo para os jovens, além de conteúdos sobre ciência, cultura e esporte, sempre com linguagem adequada e contextualização dos fatos. Fundado em 2011, o periódico tem tiragem de 310 mil exemplares que impactam mais de 500 mil estudantes de 24 Estados. Mais recentemente, em agosto de 2022, tomei coragem para empreender um outro sonho antigo, e criei o TINO Econômico (www.tinoeconomico.com.br), um jornal sobre economia e finanças para explicar aos jovens por que uma decisão tomada na Europa, nos Estados Unidos ou na China é capaz de impactar o bolso do brasileiro.
Meu entendimento é que, a partir de uma visão mais ampla sobre o cenário mundial, os adolescentes vão se interessando pelo tema e buscando aprender mais a respeito. Esse é o primeiro passo para fomentar a educação financeira, tão necessária nos dias de hoje, como comprovam os números:
- 7 em cada 10 brasileiros não têm conhecimento financeiro, segundo pesquisa do Instituto XP.
- 34% dos brasileiros com conta bancária afirmam gastar mais do que ganham.
- 78,1% das famílias estão endividadas, segundo dados de julho da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
- 29,6% das famílias endividadas estavam inadimplentes, ainda de acordo com a CNC.
A mudança começa pelos jovens
A solução para essa epidemia de endividamento passa pela formação dos nossos jovens. E, para isso, vamos precisar muito das escolas. Da mesma forma que os pais da minha geração passaram a separar e reciclar o lixo por influência dos filhos, os pais de hoje gastarão melhor a partir da orientação que os filhos receberem na escola.
O desafio é que, apesar da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determinar que educação financeira seja uma aprendizagem obrigatória em escolas públicas e particulares, falta material aos professores para apresentar esse conhecimento aos alunos. É isso o que o TINO pretender ser: uma ferramenta de apoio para a formação.
Com um ano de vida, a publicação já chegou à tiragem de 50 mil exemplares, dos quais 40 mil são doados a escolas públicas com o apoio do Instituto XP. Ao longo desse período, conversando com professores e gestores, percebi que a nossa maior barreira para difundir informações sobre economia e finanças é o desconhecimento que gera medo.
Por não entenderem do assunto, as pessoas – inclusive professores – evitam falar sobre finanças. Pensam que o tema é difícil e envolve muitas contas.Tenho esperança de que o TINO consiga sobrepor essa barreira com suas notícias fáceis de entender e contextualizadas. À medida que o conhecimento for aumentando, o que virá em seguida é uma maior compreensão da importância da educação financeira que, para além de garantir uma conta sempre no azul, permitirá que as pessoas realizem seus sonhos.