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Por trás da moda

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Renata Brosina é jornalista, host de podcast e editora de moda com foco em luxo e sustentabilidade. Com 15 anos de carreira e alguns títulos internacionais no currículo, ela é curiosa, gosta de entrevistar e vestir pessoas, e analisar as transformações que vêm acontecendo no mercado.

Ar fresco no Cruise 2024 da Chanel

Há vinte e cinco coleções, Virginie Viard mostra o quanto sua conexão com a verdadeira mulher que inspira a maison é cada vez mais real

Por Renata Brosina
Atualizado em 12 Maio 2023, 12h45 - Publicado em 12 Maio 2023, 12h45
A Chanel voltou à Los Angeles para apresentar seu cruise 2024.
A Chanel voltou à Los Angeles para apresentar seu cruise 2024. (Chanel/Divulgação)
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Há pouco mais de uma semana, aconteceu o Met Gala em Nova York. A temática, como sabemos, era o legado deixado por Karl Lagerfeld na história da moda. Na última quinta-feira, a Chanel apresentou a sua coleção de Cruise 2024 e, confesso, senti um certo alívio por lembrar que, por trás dos 71 looks desfilados em Los Angeles estava Virginie Viard – e não o kaiser. Digo isso, porque comparar as peças vintage da maison, que surgiram no tapete vermelho, ao chegar em alguns meses às lojas só mostra o quanto a estilista francesa conseguiu virar a página e dar um frescor à grife. Coisa que Lagerfeld, nem de longe, estava conseguindo fazer. Isso não anula o talento dele. Jamais! Mas só mostra o quanto o seu olhar empoeirado estava distanciando a marca de alcançar um público jovem e com a essência da verdadeira mulher Chanel. Ou seja, não é a garota que tem motorista particular, mas aquela que circula pela cidade e vive a vida urbana.

A Chanel voltou à Los Angeles para apresentar seu cruise 2024.
Chanel Cruise 2024 (Chanel/Divulgação)

Há exatos dezesseis anos, Lagerfeld levou o Cruise 2008 para Los Angeles. Com seu olhar audacioso e focado em surpreender com cenários deslumbrantes, o estilista fez com que as modelos saíssem de um jato localizado em um hangar em Santa Mônica. O avião, com seu duplo C, representava um sonho – e um glamour que, hoje, conhecemos mais como ostentação. Na época, o designer comentou que ver jatos particulares e carros luxuosos era como construir um sonho de liberdade. Na verdade, ver dois desfiles, da mesma grife, sendo apresentados em Los Angeles, só mostra o quanto muito mudou desde então. Principalmente, diferente daquele maio de 2007, a sensação de liberdade das mulheres não está mais relacionada a tais padrões pré-estabelecidos por uma sociedade machista.

A mulher quer circular com leveza com uma vibração distante do old money script. Karl era sobre o rico wanna be. Virginie, que esteve ao lado do designer ao longo de duas décadas, soube criar uma equação inteligente e sensível para os novos tempos. Assim como Gabrielle Chanel, Viard sabe que a vida da mulher real não está no alto da torre do castelo no Oriente Médio e que o seu guarda-roupa precisa transitar facilmente entre os vários do dia a dia. Mas, ao mesmo tempo, ela entende sobre o trabalho artesanal e como interpretar os códigos da maison – camélias, tweeds, preto e branco, entre outros. A sensação que a diretora criativa dá é que, finalmente, há alguém se conectando com os reais valores de uma mulher Chanel. E, na sua passarela em Los Angeles, só tivemos confirmações.

A Chanel voltou à Los Angeles para apresentar seu cruise 2024.
Chanel Cruise 2024 (Chanel/Divulgação)
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A começar que a cidade tem uma relação genuína com a juventude. Hedi Slimane, na época que estava na Saint Laurent, deslocou o headquarter de Paris para L.A. Na Celine, ele também usou o espírito californiano como referências para algumas das suas coleções – e, distante da opulência aprovada por Karl. Virginie também sentiu esse mesmo movimento e levou para os domínios do Paramount Studios. Ou seja, ali existia uma conexão com Hollywood. Justamente por resgatar a relação de Coco Chanel com o cinema. Na década de 1930, a estilista criava figurinos para filmes. Por isso, há plumas e brilhos, nada pesados, em vestidos – muitos curtíssimos –, macacões, casacos e peças com ar esportivo. Aliás, essa é uma conexão interessante. Ao mesmo tempo que há peças que trazem o espírito do esporte visto no calçadão de Venice Beach, como patins e skate, em tons acetinados ou até moletons leves, há toques apostas que trazem brilho e cor em cropped e casaquetos. Neste mood fresco, o tweed também surge em looks completos, com tops, hot pants e jaquetas em tons açucarados. Já os mais vibrantes ganharam a cena em uma mistura explosiva de cores – pink, amarelo, verde e azul, por exemplo, que podem funcionar muito bem juntos em estampas caóticas ou ainda em vestidos com sobreposição de transparências. O tie dye, que traz o espírito do surf, é outro ponto de encontro de tonalidades solares.

A Chanel voltou à Los Angeles para apresentar seu cruise 2024.
Chanel Cruise 2024. (Chanel/Divulgação)

A inspiração na Califórnia não se limita apenas a isso. Há ainda alguns elementos rocker em alguns visuais, outros que mostram que o ar despretensioso pode transcender o que conhecemos como estilo californiano. Assim como a mulher francesa, que circula pelas ruas com a aparência “acordei assim”, a juventude de Los Angeles foi desfilada com maestria por Viard – desde o primeiro look usado por Anna Ewers. Assim que ela entrou na passarela, com seu top e short preto, mesmo esquecendo por cinco minutos que tratava-se de uma Cruise no estado mais cool dos Estados Unidos, foi um match certeiro entre o DNA Chanel, atitude da mulher que a marca mira e frescor. Afinal, ali estavam o tweed, preto e branco e alguns double C’s. Só que, diferente do Cruise 2008, dava vontade de vestir, viu?!

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