Rol do Rolé: as listas de fim de ano e o desejo de fazer mais
É a vontade que move o desejo, mas sem coragem não adianta nada
E dá-lhe lista! Fim de ano é essa mania de achar que, no ano que vem, daremos conta de mais, muito mais. Ou nos sairemos melhor. Ou vamos conseguir. Ou, ou, ou… E quer saber? Temos que pensar assim mesmo. É a vontade que move o desejo, mas sem coragem não adianta nada. Fica apenas um rabisco de caneta no papel amarelado.
Eu inicio meus anos fazendo minhas mandingas. Já fui muito macumbeira. Hoje estou econômica e quase não peço para os babalorixás de plantão. Ah, também mudo credos. Misturo tudo. Cabala, missa, tambor… é quase uma profanação do bem, uma suruba de apelos. Brasileiro gosta de um despacho. Somos mister em orar, suplicar, invocar. Mas não está faltando mais ação? A tal proatividade real?
Depois que virei aluna de educação financeira para endividados estou mais aplicada em realizar. Bani um pouco as intermináveis listas de desejos – muitos impossíveis – e me jogo no que dá. Para 2023, vou de operação de varizes à organização dos problemas com as dívidas da minha mãe. O livro – meu grande amante – vai servir para eu andar o Brasil me achando a Martha Medeiros e quem sabe colocando uma grana no bolso.
Marrocos? Há dez anos ele está na minha lista de viagens e não fui sequer à Paquetá. Ou realizo logo esse sonho ou zuno de vez o país africano da lista. Claro que tem o desejo de uma casa de campo ( alugada, claro), estudar novas línguas, emagrecer os tais cinco quilos ( melhor sete) e fazer um curso online de Excell. Mas o que precisamos mesmo, na maturidade, é saúde, saúde, saúde. O resto é contar com a sorte e aproveitar as oportunidades. Olho aberto leitores!