A soma de todos os meus medos
"Quem nunca chorou baixinho por não saber o sentido da vida? E qual estrada pegar? E se os filhos darão certo na vida?"
Estava de bob, assistindo Netflix, e dei de cara com esse filme. Não assisti. Mas o título martelou na minha cabeça.
Ando tendo medos estranhos. Como desejos, eles vão e vêm, numa incessante gangorra de surpresas. Quem me conhece sabe que eu odiava borboletas. Não mais.
Depois que fui mãe, encasquetei com voos, sobretudo na ponte-aérea. Fiquei doente e na sala da braquiterapia achava que ia morrer da radiação. Aqueles símbolos antiquímica por todo lado e eu com meu colete de chumbo pesado que não me prevenia de nada, jurava eu. Mas cá estou viva. E agora tenho medo do medo. Ficar sensível. Ficar vacilante. Fica imóvel. Surtar.
Tenho visto tanta gente madura cair de suas seguranças e afirmações. É uma época de quebra de paradigmas afinal já andamos cinquentinha na fila da vida. Se não está dando certo, ande três casas, pule duas, mas não pare. Vale até andar para trás na certeza de avançar lá na frente.
Quem nunca chorou baixinho por não saber o sentido da vida? E qual estrada pegar? E se os filhos darão certo na vida? Se teremos grana para pagar o plano de saúde? Se duramos mais um ano no emprego? Saudades de quando apenas chorava pelo toco do gato da vez ou porque não cabia na calça jeans.
A soma dos meus medos é conta grande. Bate qualquer alta do dólar.
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