A pandemia se foi. Ou, pelo menos, está menos aguerrida. Sem ela, voltamos às neuras do dia a dia. Sinto que esse “respiro” em casa, irônico, pois faltava ar, trouxe agora um mais do mesmo. Não teria sido a experiência do isolamento um momento de autoreflexão? Uma oportunidade para pensarmos diferente e emergirmos novos? Vejo nada disso.
Nas rodas sociais têm muita maquiagem, roupa nova, cabelo novo, quilos a mais, porém o mesmo jeitão hipócrita de sermos. Nada mudou? O que fizemos com esses dois anos e meio? Só maratonamos séries? Só descobrimos como fazer receitas mirabolantes na cozinha? Sei que muitos subiram favelas, distribuíram quentinhas, ajudaram ao próximo, mas e agora? Já viram a quantidade de casamentos, festas, formaturas, batizados que temos para ir? Não sei nem se dou conta do figurino.
E a verborragia atual exponenciada pelo #elesim #elenão elevou o tom novamente. E no meio disso, os horrores além mar como guerras, pestes e acidentes. Como mudar a chave? Ando dando de ombros para a minha postura mais intelectualizada e voltando à estaca zero das emoções. Pensando em fazer constelação familiar; tomar um passe na irmandade da mesa branca e até experimentar o Daime. Bengalas? Pode ser mas quero, de fato, sentir diferente. Esse é o pulo do gato.