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Denise Steiner

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A médica Denise Steiner é dermatologista, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e doutora pela Unicamp

Vitiligo: tudo o que precisamos saber

Dermatose autoimune não é contagiosa e costuma acometer pessoas jovens

Por Denise Steiner
10 fev 2022, 08h46
vitiligo
 (olenagorbenko/Thinkstock)
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A Natália, uma linda participante do BBB apresenta vitiligo e nos oferece uma oportunidade de conhecer e eliminar o preconceito em relação a certas alterações de pele. O vitiligo é uma dermatose autoimune, em que uma célula chamada melanócito é danificada e não consegue mais produzir melanina.

O vitiligo é caracterizado por manchas brancas de vários formatos e tamanhos, sem dor ou coceira e que podem aparecer em qualquer parte do corpo .O pelo também pode ser comprometido, deixando os cílios e o cabelo embranquecidos.

Veja também: Tratamentos para quem tem melasma e vitiligo

O vitiligo não é infeccioso ou contagioso e não tem gravidade em relação ao organismo como um todo. Sendo assim, não causa coceira, dor ou avermelhamento. As manchas vão aparecendo progressivamente e de forma espontânea. Como ocorre essa mudança de cor? Qual é o mecanismo de ataque a essas células tão perfeitas e complexas? Qual é o motivo? O que desencadeia esse processo?

O vitiligo é autoimune, o que não explica totalmente o processo, mas abre caminho para novos conhecimentos. Esta palavra nos expõe que, sendo “auto”, é o nosso próprio organismo que promove essa disfunção, provocando uma resposta “imune” que ataca nossa própria célula, chamada melanócito.

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Sendo assim, num determinado momento, sem um motivo aparente, nosso organismo cria anticorpos que atacam nossas próprias estruturas. Há inúmeros estudos científicos que procuram entender os motivos para essa autoagressão. Um desses estudos relaciona o aparecimento do vitiligo com perdas emocionais como morte ou separação.

Em geral, esses protocolos não relacionam o vitiligo com infecção bacteriana ou viral. Existem basicamente dois tipos de vitiligo: vitiligo segmentar e vitiligo vulgar. O segmentar ocorre em um lado só do corpo, aumenta progressivamente e para.

O vitiligo vulgar costuma ser simétrico, vai aumentando sempre dos dois lados do corpo progressivamente em surtos ou ondas, e tem muita relação com outras doenças autoimunes. Cerca de 30% das mulheres que têm vitiligo também têm doença autoimune da tiroide.

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Não existem alterações sanguíneas específicas no processo do vitiligo. Em geral os exames pedidos pelo especialista servem para verificar se ocorre uma associação com outra doença.

Também vale dizer que o vitiligo é uma doença de pessoas jovens, sendo 50% das pessoas comprometidas antes dos 25 anos de idade. Ele pode estabilizar ou continuar progredindo, influenciando a genética, a epigenética (ambiente) e também o emocional.

Aceitar o vitiligo e lidar com ele de maneira natural ajuda na estabilização do processo. De maneira geral, ele não desaparece sozinho, embora isso possa acontecer. O tratamento deve ser fruto de uma boa interação e empatia entre paciente e médico.

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Esse tratamento deve ser individualizado, levando em conta a idade, a saúde, genética, o ambiente em que este indivíduo está vivendo. Outra questão importante no tratamento é verificar se o vitiligo está estável ou em progressão.

Quando o vitiligo está instável, em geral, são utilizadas drogas para parar o aumento dos anticorpos que estão nos atacando. Porém, vale lembrar que o remédio não é eficiente quando estamos estressados e metabolicamente desequilibrados. Quando ocorre estabilização, utilizamos luz associada a outros medicamentos para repigmentar as manchas brancas.

A luz UV provoca o estímulo dos melanócitos que podem vir da periferia das lesões como também podem vir do folículo piloso que esteja na região. Isso significa que quando existem pelos escuros na área da mancha branca a repigmentação é mais eficaz.

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A fototerapia para tratamento do vitiligo utiliza luz UVB, que tem o comprimento de onda mais eficaz para esse fim. Pode ser utilizada a luz do sol, sessões de fototerapia e também o “laser”. São necessárias cerca de 60 sessões, duas vezes por semana, para alguma resolutividade.

Houve muita evolução em relação ao tratamento do vitiligo, com novas drogas estão sendo estudadas. Esses medicamentos, que são chamados de “inibidores da Jack”, evitam e bloqueiam a ação dos anticorpos com tofacitinibe, ruxolitinibe e opzelura.

O melhor tratamento para o vitiligo será aquele individualizado, holístico e discutido pelo paciente e médico. Cada indivíduo é único e isso fica muito claro com os processos autoimunes.

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Cuide-se.

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