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Idealizadora do @namastreta, a jornalista Caroline Apple trilha o caminho da autorresponsabilidade nos relacionamentos
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Casais muito diferentes podem dar certo?

Entre duas pessoas, sempre haverá diferenças. Mas e quando elas estão nos valores que carregamos e que podem impactar de forma intensa na relação?

Por Caroline Apple
18 out 2022, 10h03
Um casal de mulheres.
Um casal de mulheres. (Hello World/Getty Images)
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Todos nós somos constituídos de tudo aquilo que vivemos. A partir da nossa interpretação da realidade, criamos formas de interagir com o mundo. Então, pega o tamanho da complexidade. Agora, imagina que dois seres decidem se aproximar de forma íntima e dividir a rotina, os sonhos, as vontades, os gostos, as necessidades e, no meio de tudo isso, encontrar uma forma harmoniosa de caminhar juntos! Não é à toa que dizem que cada encontro é uma explosão.

Sempre haverá diferenças, fato. Mas e quando essas diferenças estão nos valores que carregamos e que podem impactar de forma intensa na relação? Como mostrar para a outra pessoa o que é importante para você, algo que nunca foi importante para ela?

Primeiro, não tem como falar se a outra pessoa não estiver realmente disposta a ouvir de forma ativa. Isso significa que ela precisa escutar de coração aberto para entender que o que talvez seja uma bobagem para ela, mas é algo importante para você. E isso só acontece com uma boa dose de sensibilidade e solidariedade. Mas também não adianta cobrar que seu companheiro passe a se importar com algo só porque você se importa. Será necessário encontrar um caminho do meio entre aquilo que é importante para você e aquilo que o outro é capaz de atender de forma verdadeira.

Há valores e princípios irrevogáveis, mas também há aqueles que podem passar por processos de lapidação que podem ajudar no desenvolvimento do nosso ser e, por consequência, melhorar nossa relação. Não só a íntima, mas com o mundo em geral. O importante é estar aberta a se deixar afetar pelo outro numa dinâmica mútua de crescimento. Talvez haja valores que seriam até bons se deixados para trás por nos enrijecerem e serem pouco inclusivos, por exemplo, e talvez haja novos valores que possam ser incorporados e que colaborem com a nossa caminhada. 

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Portanto, a convivência é possível, dentro daquilo que cada um está disposto a ceder, não por concordância, mas por compreensão de que existe do outro lado alguém diferente e que ele não se resume numa coisa ou outra. Porém, é seu direito também não dividir sua vida com quem carrega consigo um olhar para o mundo tão diferente do seu. Esse papo de “os opostos se atraem” é balela. O que atrai é disposição. E você pode não estar disposta e está tudo bem.

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