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A parte que me cabe

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Idealizadora do @namastreta, a jornalista Caroline Apple trilha o caminho da autorresponsabilidade nos relacionamentos

A arte de saber a hora de se retirar de um relacionamento

Caroline Apple reflete sobre o quanto permanecemos em relações penosas apenas para alimentar a fantasia de que nossos projetos amorosos "deram certo"

Por Caroline Apple
12 set 2022, 18h34
Caroline Apple nos convida a refletir sobre a hora de deixar um relacionamento ir embora.
Caroline Apple nos convida a refletir sobre a hora de deixar um relacionamento ir embora.  (Dumitru Ochievschi (Getty)/Reprodução)
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Por que ficamos em lugares que não cabemos mais? Essa resposta só a gente pode dar, mas a verdade é que saber a hora de se retirar de uma relação é uma arte que nos poupa de muitos sofrimentos.

Há quem encare os exagerados desafios vividos numa relação como uma epopeia a ser atravessada para que seu ego chegue no tal lá na frente e se vanglorie de todo o sofrimento enfrentado para o relacionamento ter “dado certo”, como se houvesse um ponto a chegar e não um caminho diário a ser percorrido. Aquele papo! E depois do felizes para sempre?

É a hora que a gente decide forçar nossa presença onde claramente não somos mais bem-vindas. Na verdade, quando chega nesse ponto, ninguém mais cabe ali. Esse papo de só ‘ficar apertado’ de um lado é no mínimo uma desatenção do outro, uma cegueira voluntária por motivos que trafegam entre o medo, a covardia, o apego, o comodismo…

É a hora que a vida clama por alguém gritar que o “rei está nu”. Lembra dessa historinha, que o rei sai pelado em um desfile pelo reino após ser enganado por um alfaiate, que diz que o tecido caríssimo da roupa só os inteligentes poderiam ver? E a única pessoa que teve coragem de dizer que o rei estava nu foi uma criança?

Contei essa história brevemente porque uso muito ela na minha vida. Ela me lembra da necessidade de não fingir que as coisas vão bem quando não vão. E a espontaneidade da criança me recorda de não deixar de lado esse olhar sincero e cristalino para a vida. Não é sobre coragem, porque não precisamos ter medo da verdade. É sobre reconhecimento de terreno. É sobre se localizar na vida. É sobre assumir que o sapato com que você caminhou por estradas de prazer e alegria, agora não cabe mais no seu pé. 

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Fiquei em muitos lugares onde eu não cabia mais. E doeu. E foi assim que aprendi a me retirar ao menor sinal de que ali não era mais o meu lugar. E isso não se trata de terminar a relação no primeiro conflito, se trata de colocar na mesa o que está incomodando e sufocando e entender a dois o que está acontecendo e se há maneiras de ajustar. 

Se ambos não encontrarem um caminho juntos, é porque cada um já está andando separado, portanto, é a hora de separar daquilo que não está mais unido há um tempo. Esse momento é bem delicado também. Porque é a hora que ambos podem inventar manobras para se manterem apertados. Nessa hora eu recomendo fechar os olhos e sentir como o corpo responde.

Lembro de um dia que eu estava num momento como este e fiquei tensa. Meu estômago revirou. Um mal estar se instalou. Então me aprumei e tomei uma decisão em cima do que eu estava sentindo e não no que minha cabeça estava ainda suportando e relevando. 

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Meu convite é para você gritar que o rei está nu e encarar a verdade de que você não cabe mais nesse relacionamento. Tome o tempo que precisar, mas não te demores. É como ficar embaixo d’água por muito tempo. É um alívio voltar a respirar, mas o retorno à superfície é sempre marcado por ansiedade, visceralidade, desespero. Aí é o momento de lidar com todos os problemas posteriores que se apresentam depois de um término nesses moldes.

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