Oscar: as Melhores Atrizes dos últimos 10 anos
Chegou a hora para definir os vencedores do Oscar 2024. Mas, se eu te perguntasse quais foram as atrizes premiadas nos últimos 10 anos, você saberia dizer?
Em 2024 a categoria de Melhor Atriz é uma das mais disputadas e incertas em muitos Oscars. Emma Stone, por Pobres Criaturas, e Lily Gladstone, por Assassinos da Lua das Flores, estão empatadas tecnicamente, sendo que tenho a opinião de que Lily leva uma pequena vantagem por ter vencido o SAG Awards, que é o prêmio do Sindicato e tem os mesmos votantes. Sim, a essa altura, as outras indicadas, Anette Benning (Nyad), Carey Mulligan (Maestro) e Sandra Hüller (Anatomia de uma Queda), estão indo apenas para aplaudir.
Já a categoria de Melhor Atriz Coadjuvante nunca esteve tão anunciada. Da’Vine Joy Randolph ganhou literalmente todos os prêmios até agora por Os Rejeitados. O Oscar é dela. E agora, você lembra das vencedoras anteriores?
Oscar: Melhores Atrizes dos últimos 10 anos
Nos últimos 10 anos tivemos momentos históricos, emoção e surpresas. Vamos relembrar abaixo?
OSCAR DE MELHOR ATRIZ 2014- 2015: Discursos históricos e recordes marcados
Em 2014, Cate Blanchett se tornou a sexta atriz a ganhar os dois prêmios de atuação feminina em sua carreira. Dez anos antes, em 2004, levou seu primeiro como Melhor Atriz Coadjuvante por O Aviador e, em 2014, foi premiada na categoria principal pelo filme de Woody Allen, Blue Jasmine.
Não há atuação de Cate Blanchett sem ser espetacular e em Blue Jasmine ela é uma espécie de Blanche Dubois de Uma Bonde Chamado Desejo. Na época, havia muita pressão contra o filme por conta do cancelamento do diretor e sua briga com Mia Farrow mas Cate foi unanimidade e nem isso a impediu de merecidamente levar seu Oscar para casa.
Mais cedo, na mesma noite, Lupita Nyong’o, que roubou a cena em 12 Anos de Escravidão, foi a décima sexta atriz em todos os 90 anos de Oscar a vencer no filme de sua estreia. Não bastasse isso, foi a nona ganhadora de Melhor Atriz Coadjuvante a alcançar esse feito, além de ter sido a primeira nigeriana a vencer um Oscar como atriz.
Escolha seus ‘primeiros’ e acrescente que ela também constou como uma das mais elegantes não apenas da noite, mas de todos os Oscars. Além estar naquele momento inesquecível da selfie da apresentadora Ellen DeGeneres.
2015 foi finalmente a vez de Julianne Moore, indicada várias vezes antes, mas com uma atuação comovente de uma professora sofrendo de Alzheimer em Para Sempre Alice. Era dela e de mais ninguém.
O ano marcou também o favoritismo de Birdman, um dos grandes vencedores da noite, e a primeira indicação de Emma Stone, ainda como Coadjuvante.
A vencedora da categoria foi Patrícia Arquette por Boyhood: Da Infância à Juventude. Seu discurso politizado, pedindo equidade salarial para as atrizes levantou o público feminino, com o apoio icônico de Meryl Streep e Jeniffer Lopez naquele meme que ainda hoje rola nas redes sociais.
Oscars 2016 e 2017: A ‘nova’ geração
Em meio às críticas de falta de inclusão e equidade, entre 2016 e 2017 o Oscar manteve uma tradição complexa de Hollywood: juventude e beleza contando tanto quanto talento.
Não que tire o mérito das vencedoras. Em 2016, o “ano de La La Land“, foi esperada a vitória de Emma Stone assim como, no seguinte, a de Brie Larson não causou nenhuma surpresa quando levou o prêmio de Melhor Atriz por O Quarto de Jack. Por isso foi na categoria de coadjuvantes que há sempre espaço para algo mais emocionante.
A celebradíssima vitória de Viola Davis em 2017, pelo filme dirigido por Denzel Washington, Um Limite Entre Nós, foi mais simbólica do que a de Alicia Vikander em 2016, por sua grande performance como Coadjuvante em A Garota Dinamarquesa.
Oscars 2018-2019: Um recorde, uma nova estrela
Em 2018, Frances McDormand ganhou seu segundo Oscar de Melhor Atriz por Três Anúncios Para um Crime, em uma atuação que alguns podem alegar ser sua assinatura (mulheres inteligentes e amargas).
Como Coadjuvante, Alison Janney era a badalada da noite com um trabalho deliciosamente cruel em Eu, Tonya. Ou seja, no Oscar de 2018 a maturidade venceu e os anos anteriores ficaram um tanto amenizados, com duas grandes atrizes acima dos 50 sendo reconhecidas.
Já em 2019 a campanha era: “chegou a vez de Glenn Close“, a favorita da noite. Até então com sete indicações (em 2021 voltou a ser indicada) e uma atuação espetacular em A Esposa, era mesmo para ser a “sua vez”. No entanto, o nome anunciado no envelope foi o de Olivia Colman por – não é piada – A Favorita.
A ironia do nome do filme não representa a surpresa gigantesca da plateia, embora a vitória tenha sido merecida. Quem não seguia o cinema e TV britânicas não tinha Olivia ainda no radar e ela nos deu um dos mais divertidos discursos de agradecimento da história do Oscar.
Mais cedo, Regina King foi reconhecida por seu trabalho em Se A Rua Beale Falasse, levando todos às lágrimas com seu agradecimento sentido e dedicado ao seu filho, que viria perder uns anos depois.
Melhores atrizes do Oscar 2020 e 2021: Anos de pandemia, Oscar virtual e histórico
E em 2020, poucos dias antes do lockdown por causa da pandemia da Covid-19, a atriz Renée Zellwegger entrou para o mesmo clube de Cate Blanchett, recebendo seu segundo Oscar (o primeiro foi em 2003 como coadjuvante por Cold Mountain), agora como Melhor atriz por uma atuação estupenda como Judy Garland em Judy onde não foi dublada e entregou uma das interpretações mais emocionantes em cinebiografias.
Já se falava em “nepo babies” de Hollywood, mas ninguém ousou questionar o reconhecimento de Laura Dern na mesma noite. Filha de dois astros que nunca ganharam um Oscar (Bruce Dern e Diane Ladd), ela levou sua primeira estatueta em sua terceira indicação, dessa vez por História de um Casamento. Foi muito bonito!
Curiosamente, antes de ganhar em 2018, Frances McDormand andava sumida, mas aparentemente voltou com tudo aos cinemas. Em 2021 a cerimônia era sem plateia, com distanciamento e parte online.
E apenas dois anos depois de entrar para o seleto grupo de atrizes com dois Oscars, em uma mesma noite Frances McDormand passou para os reconhecidos com QUATRO, algo raríssimo em Hollywood.
Dessa vez, pelo pequeno Nomadland (que fez história na mesma noite premiando sua diretora, Chloé Zao). O quarto Oscar foi porque além de Atriz, Frances levou outra estatueta como produtora quando o filme foi eleito o melhor do ano.
E numa nova dobradinha de mulheres maduras e maior inclusão, como esquecer quando Yuh-Jung Youn fez história ao vencer como coadjuvante em 2021 por Minari? Seu papel da matriarca de uma família coreano-americana que se muda para o Arkansas em busca do sonho americano marcou a primeira vez que uma atriz coreana ganhou um Oscar, e ninguém vai esquecê-la agradecendo a Brad Pitt rindo (ele é o produtor do filme). Um dos grandes momentos do Oscar.
Oscars 2022 e 2023: os anos da inclusão
Aos poucos, na última década, foi possível acompanhar a mudança nas indicadas e vencedoras, com algum sinal de inclusão parecendo determinar as favoritas.
Em 2022, Ariana Grande fez história como a segunda atriz latino americana a vencer na categoria de coadjuvante, ironicamente pelo mesmo papel e filme da primeira latina a ganhar um Oscar.
Isso mesmo, como Anita de Amor Sublime Amor (West Side Story), Ariana repetiu a história feita por Rita Moreno 60 anos antes. Que pena que um tapa tenha sombreado tanta coisa boa!
Isso mesmo, 2022 ficou como o Oscar do “tapa de Will Smith”, e quando Jessica Chastain venceu como Melhor Atriz por Os Olhos de Tammy Faye, ainda estávamos nos perguntando o que tinha acontecido.
E não era um ano fácil! Jessica encarou de frente outras veteranas como Nicole Kidman, Olivia Colman e Penelope Cruz, dividindo o favoritismo com Kristen Stewart como a Princesa Diana em Spencer. Jessica já tinha sido indicada duas vezes antes e é uma das melhores atrizes americanas do momento. Sua vitória foi merecida.
Então chegamos a 2023, quando quem subiu ao palco foi ninguém menos do que Michelle Yeoh, a primeira atriz asiática a vencer na categoria e uma vitória celebradíssima por sua carreira longeva e representação de inclusão no Oscar. Mais cedo, sua colega de elenco,
Jamie Lee Curtis, assim como Laura Dern três anos antes, representou seus pais famosos (os atores Tony Curtis e Janet Leigh) ao vencer como Melhor Atriz Coadjuvante por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. Foi noite de muita novidade e festa em Hollywood.A lista de refrescou a memória? Estou mais do que pronta para atualizar e fechar mais uma década!