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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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“A História Delas” e a complexa convivência feminina

Um papo com as estrelas da série da Star+ que traz um drama contemporâneo retratado com muita emoção

Por Ana Claudia Paixão
15 dez 2023, 11h21

Quando comecei a assistir a ótima A História Delas, na Star+, me lembrei de uma obra antiga de Hollywood, Caldeirão do Diabo (Peyton Place), que primeiro foi um filme estrelado por Lana Turner, no final dos anos 1950, e depois virou uma série de TV americana, nos anos 1960, revelando para o mundo uma jovem Mia Farrow.

Mais de meio século separam as duas e as séries não poderiam ser mais distintas em tema, país ou elenco, mas em comum elas trazem quatro mulheres – duas brancas e duas pretas – que poderiam se espelhar de alguma maneira, numa convivência que reflete questões de racismo, machismo, e outros preconceitos e desafios que (ainda) fazem parte da realidade feminina.

A pauta da série americana é ultrapassada, mas a de A História Delas não, ao contrário, é ultra atual e une as excelentes Cris Vianna, Letícia Spiller, Bia Arantes e Emma Araújo em um drama que nos envolve imediatamente.

O enredo de A História Delas

Escrita por Ana Julia Travia e Mariana Trench, A História Delas, começa com a reviravolta das vidas de Isabel (Letícia Spiller) e sua filha, Ana Rosa (Bia Arantes), quando o marido é preso e elas são forçadas, por decisão judicial, a viver no único imóvel em nome de Isabel, justamente a casa que ajudou a ex-babá Marta (Cris Vianna) a comprar.

Surpreendida, Marta hoje já é dona do próprio negócio, mas se vê obrigada a hospedar a ex-patroa, o que revolta e atrapalha sua própria filha, Ana Jasmim (Emma Araújo).

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Há mágoas do passado, dificuldades do presente e mais surpresas no futuro, mas tudo entrelaça as vidas delas, com uma narrativa interessante. O elenco bateu um papo via zoom com CLAUDIA sobre a série, evitando o grande spoiler do final da temporada, claro.

Letícia Spiller em
Letícia Spiller em “A História Delas”. (Star+/Divulgação)

Entrevista com o elenco de A História Delas

CLAUDIA: Uma história de mulheres, uma história que conhecemos de alguma forma e ainda assim surpreende. Estão felizes com o resultado de “A História Delas”?

Letícia Spiller: Eu falei ‘gente, essa história está parecendo história de novela’ e eu estava querendo fugir um pouco, sabe? Mas coisas se revelaram completamente diferentes, superou muito as minhas expectativas porque não ficou um texto de novela, ficou mais nosso, mais adaptado para uma linguagem cinematográfica. E falo pela minha personagem [Isabel], que estaria no limite de uma mulher caricata por ser uma mulher exacerbadamente alienada, com pezinho num lugar estereotipado, mas mostra humanidade.

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Cris Vianna: Sabe que ainda não vi tudo? [risos] Mas quando me convidaram, vi que a história da Marta me inspira porque ela é uma mulher que entende que o lugar onde está não cabe mais pra ela, que existe um mundo lá fora é possível tentar outros caminhos. Ela se apega muito nesse sonho do que pode dar para sua filha uma vida melhor, mesmo sozinha e sem medo e sem revelar tanta dor. A Esperança é o carro mais certo do que a dor. Marta gosta de sair, ela ama cozinhar, quer ver a filha estudando. A filha faz uma faculdade e no universo das mulheres pretas, conseguir pôr uma filha na faculdade é um lugar inspirador. Por isso poder contar essa história foi muito, muito, muito importante, muito significativo para mim

.Letícia: Não falei sobre esse aspecto! Desculpa, eu falei mais sobre o aspecto da emoção inicial. [risos] Sim, sim. Buscar essa humanidade também faz parte de querer contar uma história que é importante para nossa sociedade. Na nossa história são 4 mulheres muito bem construídas cada uma em suas realidades perfeitamente reais. Quando você assiste a série vê que não tem vilã, não tem vítima. São mulheres vivas que tem que conviver e esse choque traz uma riqueza muito grande de reflexão e de amadurecimento.

Bia Arantes: Adorei fazer a Ana Rosa, e a série tem isso – mulheres com vidas perfeitamente possíveis, com camadas e camadas que acabam gerando cumplicidade. Quando eu li a história, fiquei fascinada, porque, poxa, é isso que eu quero contar. Eu quero que as pessoas possam sentir isso e acho que que está bem construído.

Emma Araújo: Pra mim foi incrível. Li o roteiro e fiquei apaixonada, porque é uma história que a gente vê acontecendo na porta do lado. Às vezes, a gente está vivendo isso na nossa casa! Além disso, trabalhar com essa galera, logo no meu primeiro projeto de audiovisual foi um presente de verdade! E é o que a Cris falou, quando recebi a notícia que estaria no elenco fiquei pensando ‘cara, minha mãe vai ficar muito feliz’ porque a minha mãe foi essa pessoa que trabalhou a vida inteira, que passou 1000 clientes, colocou a filha da faculdade e a filha está vivendo isso daqui. [todas sem emocionam] É além de ser uma história que é muito bonita, é muito emocionante pra todas as mulheres.

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Cris Vianna
Cris Vianna em cena da primeira temporada. (Star+/Divulgação)

CLAUDIA: Vocês identificam algo em comum nelas?

Emma: Todas têm histórias diferentes, mas o de identificação é estarem buscando a si mesmas dentro de uma sociedade que às vezes acaba tolhendo as mulheres de irem atrás do que elas querem ou mesmo entenderem quem são. Para mim foi incrível poder aprender com essa personagem ao lado dessas mulheres incríveis.

CLAUDIA: E nesse conflito de classes e gerações abordam temas como racismo estrutural, tantos temas importantes e o elenco tem química. A começar que vocês parecem mães e filhas!

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Letícia: Tenho certeza que as leitoras de CLAUDIA vão se encontrar na história que traz essa transformação de mulheres porque ali todas elas estão sendo forçadas a mudar.

CLAUDIA: E o que podemos comentar sobre o arco delas, sem spoilers?

Letícia: A Isabel está em um estado de torpor e até o momento que ela parar na casa da Marta, ela ainda nem se deu conta da gravidade da situação dela, porque ela viveu muito tempo iludida, foi uma mulher que se anulou, que abriu mão da carreira dela em prol do casamento, da filha, e é horrível falar assim, mas ela foi um blefe até então. Um blefe como mãe, um blefe como profissional, como mulher. Foi se deprimindo, e fico até emocionada de falar porque sei que existem muitas mulheres nessa situação, sem propósito, sem perspectiva. E como voltar a conviver com a Marta? Pode ser uma luz na vida dela. Vai redescobrir a alegria de viver, mas não posso dizer exatamente o que vai acontecer [risos] mas tem algo muito surpreendente no último capítulo que é o mote para a segunda temporada. Tenho certeza que vai ter uma segunda temporada. [risos]

Cris: Tem uma coisa que é muito legal e que que no final é muito claro para mim: todas encontram o amor próprio, cada uma com seus valores e suas realidades.

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Bia: O spoiler que posso dar é que os atritos de convivência, num dado momento, não vão ser nada porque elas terão que se unir para valer porque o problema vai ser muito maior. [risos]

Emma: Terão vários ganchos não resolvidos, de coisas que trocam de lugar e… [risos quando percebe que ia dar o spoiler] enfim, não vou falar mais nada, não! Mas vai ser muito bom! [risos]

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