Plantas x pets: cuidado com as espécies tóxicas para os bichinhos
Animais de estimação são lindos e plantas também, mas eles não foram feitos um pro outro
Ter um bichinho de estimação (ou alguns, não há mal nenhum em ser ~a louca dos gatos~ ou ~a louca dos cachorros~) e plantas, para muitos de nós, é praticamente uma necessidade para sentir a casa “viva”. Mas eles quase nunca são pares perfeitos: existem plantas tóxicas para os pets, que podem deixá-los muito mal de saúde.
O primeiro semestre de vida dos cães e dos gatos é a idade crítica para intoxicações. Tem tudo a ver com o comportamento de bebezões deles, explica a veterinária Menara Freitas Fagundes, da clínica Saúde Animal: “É a fase oral. Os filhotes têm essa necessidade de levar tudo à boca, mexer, morder, roer”.
Para evitar riscos, ela sugere que as plantas sejam colocadas em lugares altos ou sacadas fechadas até passar essa curiosidade toda. “Principalmente depois que eles são castrados, a incidência de intoxicação diminui bastante”.
Carla Storino Bernardes, veterinária da Cobasi, também recomenda que os potes de água dos animais nunca fiquem vazios. “Caso não encontre a própria água, o animal pode procurá-la nos vasos de plantas”, justifica.
E agora vamos dar nome aos bois, ou melhor, às plantas. Menara, Carla e o guia veterinário “Neonatologia e Pediatria Canina e Felina”, de Antonio Prats (Editora Interbooks) indicam as principais plantas perigosas para os pets.
Decorativas e perigosas
Comigo-ninguém-pode
Todas suas partes são tóxicas. Ela causa irritação nas mucosas, na pele e, nos gatos, pode levar a problemas neurológicos e cardiocirculatórios. Ninguém pode com ela MESMO.
Copo de leite e antúrio
Também são tóxicas em todas suas partes. Além da irritação nas mucosas, causam prurido intenso nas carinhas dos bichos e inchaço com retenção de líquidos. É comum eles ficarem babando mais que o normal, porque essas flores têm a capacidade de paralisar o mecanismo de deglutição.
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Azaleia
Tão linda, tão a cara da primavera e tão perigosa! Suas folhas são especialmente tóxicas, o que não tira o perigo das flores, do caule e da raiz. Ela afeta os sistemas circulatório, digestivo e neurológico dos cães e dos gatos, o que leva a sintomas como vômitos, convulsões, perda do controle muscular e fraqueza.
Violeta
Sabe aquela florzinha que a gente encontra à venda em qualquer supermercado, que enfeita a mesa de centro e que os mais velhos a-m-a-m dar de presente quando visitam alguém em casa? Então, ela é super do mal contra os pets. Caso seja ingerida, afeta o trato gastrointestinal e os sistemas circulatório e respiratório. Se ganhar, coloque em cima da geladeira!
Samambaia
As folhas são supertóxicas e podem levar até à morte dos animais domésticos. Os sintomas de que foram ingeridas são febre, suor com sangue e diarreia com sangue. Não é bom nem pensar nisso!
Perigos na hortinha caseira
Alho e cebola
Ambos têm o bulbo tóxico, muito tóxico. Causam fraqueza geral e dificuldades respiratórias, além de perda de ferro.
Salsinha
As sementes são o perigo, então o período em que deve ser mantida fora do alcance dos animais é antes da germinação. Sua ingestão leva a problemas digestivos e circulatórios.
Açafrão
Mais uma planta de bulbo tóxico, só que ele afeta os sistemas digestivo, neurológico e renal. Superperigoso especialmente para gatos.
Cuidado também na rua
A esta altura, tem gente pensando: “Ah, vou é dar uma volta com meu parceirão para esquecer essa história de plantas tóxicas. Na rua é tudo liberado, né?”
Nããããõ!
Os inofensivos passeios com cães em parques, praças e jardins requerem cuidado quando eles enfiam os focinhos na grama, nas flores, em moitas, em árvores, ou seja, em todos os lugares que eles adoram xeretar.
“Não existe ‘ele só comeu uma graminha, não pega nada’”, afirma Menara, lembrando que esses espaços públicos são constantemente tratados e podem ter recebido formicidas (venenos contra formigas), por exemplo.
Se, mesmo com toda a atenção, um acidente ocorrer e seu gato ou seu cão acabar ingerindo alguma planta suspeita de casa ou do mundão lá fora, Carla orienta: “Pegue uma amostra da planta, para identificação, e procure seu médico veterinário”. Não espere os sintomas se agravarem, ok? Quando o tratamento é feito logo, as chances de dar tudo certo são enormes!