A primeira CASACOR a gente nunca esquece
Com 25 anos, Matheus Lima é o mais jovem designer de interiores convidado entre as 34 edições da CASACOR São Paulo
Para muitos profissionais de arquitetura e design de interiores, participar da CASACOR é uma experiência e tanto. Ainda mais por estarem ao lado de grandes nomes do mercado e ter seu trabalho visto por milhares de pessoas. E esse era o sonho do jovem designer de interiores Matheus Lima, de 25 anos.
Natural de Mogi das Cruzes, São Paulo, ele começou a trabalhar com 16 anos como técnico de plotagem. “Nessa fase, comecei a entender os programas e sketchup. Aprendi tudo sozinho porque não tinha dinheiro para o curso”, conta. Mas, o gosto pela decoração vinha desde a infância. “Quando construímos a casa dos meus pais, ia sempre com eles na Tok & Stok e buscava referências para os ambientes”, revela.
Em 2014, o designer teve a oportunidade de viver um tempo no Canadá morando com sua tia. Lá, ele estudou inglês e empreendedorismo, além de aprofundar seus conhecimentos em modelagem 3D e renderização.
Quando voltou ao Brasil, já com 18 anos, foi trabalhar em uma construtora, onde atuou como projetista e se tornou coordenador. “À noite eu fazia freelas de 3D para os arquitetos“, conta. Assim, ele foi se destacando no mercado até que conquistou seu primeiro cliente, em 2016. Nessa época, Matheus fundou seu escritório e desde então, já assinou inúmeros projetos pelo Brasil e nos Estados Unidos.
O sonho da CASACOR começou na primeira vez que o designer visitou a mostra de São Paulo aos 18 anos. “Senti que precisaria fazer parte daquilo”. De lá para cá veio o amadurecimento pessoal e profissional até que ele tomou a decisão de se candidatar para a edição de 2021. “Mandei meu portfólio e fui aprovado!”, conta orgulhoso.
Para o projeto de estreia, ele decidiu abordar a obsessão por uma vida perfeita. A inspiração veio de uma série de obras do artista Gabriel Wickbold e o espaço recebeu o nome de Sans Tache, expressão francesa para ‘Sem Manchas’.
Com uma boa pincelada de drama, a sala íntima assinada por Matheus tem como destaque uma obra de Wickbold em uma das paredes principais, que é uma crítica à vontade de apagar as cicatrizes adquiridas ao longo da vida.
A iluminação ajuda a criar o clima do ambiente. Luzes em neon são uma alusão às saídas que encontramos em momentos difíceis da vida. “Há um certo desconforto no ar, uma maneira que encontrei de dizer que mesmo com cicatrizes vale a pena viver. Há sempre uma saída e um caminho”, explica o designer.
O clima intimista vem também pelo uso da madeira que reveste as paredes. “Queria trazer uma sensação nova iorquina com a presença de muita madeira e da grande lareira. É um espaço incrível para curtir no outono e no inverno”, conta.
Para o mobiliário, Matheus escolheu peças com design marcante. Destaca-se o sofá de tom rosa suave, que traz um toque de leveza. Para complementar, a imponente poltrona Wing e a mesa Mush, criadas por Jader Almeida. Também chama a atenção a escultura-luminária desenhada por Matheus: um balde com tinta escorrendo pintado de dourado feito a partir de impressão 3D. A peça representa o transbordar de vida e felicidade em sua essência, segundo o designer.
“É uma honra muito grande para mim estar na CASACOR São Paulo e também um enorme desafio. Desde o começo quis fazer algo especial porque, além de ser uma oportunidade de mostrar o meu trabalho, é a realização de um sonho. Refiz o projeto umas três vezes, mas deu tudo certo”, comemora o profissional feliz com o resultado.