Acidente no berço faz mãe empreender com modelo mais seguro
Inspirada pelo modelo montessoriano, Amanda Chatah repaginou o quarto da filha e, de forma natural, virou empresária
Um verdadeiro susto despertou em Amanda Chatah, 42, o desejo de empreender. Quando sua segunda filha, Olívia, tinha apenas oito meses de vida, caiu do berço – um queda leve em que nada grave aconteceu –, mas com medo da situação se repetir, a gestora de marketing resolveu repaginar o quarto inteiro da pequena, visando o modelo montessoriano. O método consiste em deixar os móveis à altura da criança, para que ela possa se aventurar e para incentivar sua independência.
A primeira mudança no quarto de Olívia foi a cama, o velho berço deu lugar a uma casinha bem espaçosa que cabia ela e os pais no mesmo espaço. “Eu desenhei o modelo inspirada em referências internacionais de ‘cama casinha’ e meu marido, José, que é engenheiro, reproduziu. Nós dois decidimos que ela seria inteira de madeira maciça de reflorestamento e teria um tamanho especial para a gente poder dormir com a nossa menina, coisa que o berço não possibilitava”, conta Amanda.
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Assim, em 2016, a empreendedora começou a compartilhar com os amigos as mudanças que fez no quarto da filha – a “cama casinha” conquistou a todos que pediram uma também para seus filhos. “Enxergamos ali a possibilidade de um novo negócio e a oportunidade de empreender com uma experiência que nós dois vivemos juntos, dentro da nossa casa”, explica.
O marido deixou o antigo emprego de construtor de prédios e Amanda, que antes trabalhava com moda, resolveu se dedicar inteiramente aos filhos e a sua marca de móveis que acabava de surgir, a Muskinha.
“Como nada foi planejado e simplesmente aconteceu, nós fomos aprendendo tudo na raça, ou seja, fazendo, testando e errando muito inicialmente. Depois que o dinheiro começou a entrar, tivemos a oportunidade de fazer algumas consultorias para entender mais sobre o setor”, relata.
Outro obstáculo que surgiu na vida da empresária foi a pandemia. Mesmo com a fábrica fechada por 20 dias, os pedidos não paravam de chegar. Como a crise parecia ser passageira, a empresária foi segurando os pedidos. Ao ver que a situação iria perdurar e com o aumento da matéria-prima em 40% no mercado, a solução foi arregaçar as mangas.
“Para nossa surpresa, as vendas começaram a aumentar, porque com o isolamento, o olhar das pessoas se voltaram para seus lares. Contratamos mais funcionários às pressas. Tivemos que encontrar outros fornecedores para manter a nossa proposta de que toda matéria-prima da Muskinha fosse 100% brasileira e conseguimos”, diz. “Com o tempo, fomos entendendo que tudo deveria ser dividido, então criamos estoques maiores do que tínhamos antes.”
Agora, de acordo com Amanda, as coisas estão bem mais controladas. “Hoje me sinto muito orgulhosa, pois dobramos o faturamento de 2019 para 2020, indo de 1,5 milhões para 3 milhões. A marca saiu da varanda da minha casa e vem conquistando um público que sempre volta”, comemorou.
A gestora brinca que Muskinha é seu quarto filho. A empresa chegou em um momento que, ao mesmo tempo em que Amanda queria trabalhar, ela também queria ser mãe e acompanhar cada progresso dos seus filhos.
“Temos nossa filha mais velha, Flora, de 21 anos, que trabalha conosco, Olívia, de 7 anos, e o caçula Antônio, de 2 anos. Tudo o que faço é por eles. Recentemente, nossa nova loja foi inaugurada no bairro Vila Mariana, em São Paulo, e receber um abraço da minha primogênita, ouvir que ela tinha orgulho de mim nesse dia fez tudo valer a pena”, declara.
Para conhecer ainda mais o trabalho de Amanda, acompanhe pelo Instagram da loja ou site de compras.