Karla Carbonera: “Mulheres pagam melhor, mas ainda têm menos acesso a crédito. Isso é puro machismo.”
A Gestora Nacional de Marketing de Influência do Sebrae está à frente de projetos que ampliam a presença feminina nos negócios brasileiros

Karla Carbonera é daquelas mulheres que chamam atenção à primeira vista. Seja pela energia contagiante, pelas roupas coloridas ou pela forma como questiona os paradigmas do empreendedorismo brasileiro, ela se tornou uma referência no setor.
Hoje, ocupa uma posição de destaque como Gestora Nacional de Marketing de Influência do Sebrae e lidera o programa Empreender Conecta, que aproxima criadores de conteúdo de pequenos negócios em todo o país. A iniciativa propõe soluções digitais que fortalecem a gestão, organizam as finanças e aumentam o lucro.
Comunicação como dispositivo de transformação
Com olhar atento às inúmeras desigualdades do mundo, a gestora vê na comunicação uma ferramenta de impulso para a diversidade cultural do país. O seu jeito de confrontar as discriminações do mundo, aliás, parte de iniciativas e projetos, como o próprio Empreender Conecta, que dão maior alcance e visibilidade aos empreendimentos que refletem bem a pluralidade brasileira.
“A comunicação é um dispositivo para desconstruir o medo que as mulheres têm de empreender. Acredito que seja a partir de um olhar crítico e feminista sob esses imaginários construídos que poderemos escrever a nossa história e, enfim, ocupar mais lugares.”, diz.
Casa Clã Finanças

No talk “Empreender para Crescer: Dinheiro como Ferramenta de Liberdade”, que abriu a tarde na primeira edição da Casa Clã Finanças, Karla palestrou ao lado de Monique Evelle, comunicadora e estrategista de negócios, e Helô Rodrigues, executiva do Sebrae. A conversa foi mediada pela economista Paola Carvalho.
Juntas, elas mostraram como superar as miopias preconceituosas que cercam o empreendedorismo pode ser o primeiro passo para que mais mulheres conquistem posições de liderança.
“Para nós, as barreiras são internas e externas ao mesmo tempo. As mulheres são as melhores pagadoras e ainda são as que menos têm oportunidade de crédito. Isso é puro machismo. Nosso grande desafio, então, é conseguir deixar um espaço, mesmo que pouco melhor do que encontramos, para as próximas gerações.”, explica Karla.
Conectando mundos distintos

A sede em fazer a diferença vai além da sua carreira no Sebrae. Karla também é jornalista, pesquisadora e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Brasília. Sua pesquisa, inclusive, faz muito sentido com tudo que acredita, sendo dedicada ao estudo de gênero e autoria feminina no cinema, com ênfase na trajetória da diretora Ida Lupino no contexto do cinema noir dos anos 1950.
“A gente toma patriarcado na mamadeira. Esse mundo já limita as mulheres desde o nascimento”, afirma a jornalista.
De maneira geral, seus trabalhos buscam compreender como mulheres que ousaram criar em espaços antes dominados por homens foram apagadas da memória oficial e como seus legados podem ser resgatados através de uma perspectiva feminista.
Apesar dos entraves que dão continuidade à desigualdade de gênero mesmo no século XXI, a sua perspectiva sobre o futuro econômico feminino é regada de esperança e otimismo.
Ao cruzar pesquisa acadêmica à prática profissional, ela faz sua parte construindo pontes entre mundos tão distintos: no cinema, resgata a trajetória de mulheres historicamente apagadas; enquanto no Sebrae, trabalha para dar mais espaço a vozes diversas, transformando realidades por meio da comunicação, da criatividade e, claro, do empreendedorismo.
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