Tudo o que você precisa saber antes de fazer tranças afro
Elas são práticas, ajudam na transição capilar e deixam seu visual cheio de estilo.
Quais são as tranças afro mais usadas atualmente?
Há dois tipos de penteados trançados, que podem ficar bem diferentes um do outro dependendo da grossura ou do tamanho de trança que você escolher:
As tranças nagô são aquelas feitas bem rente à raiz do cabelo. Segundo Andréia Pires, trançadeira e criadora do projeto Trançando Raízes, esse tipo permite explorar muitos estilos e desenhos no couro cabeludo.
Já as box braids (ou tranças soltas) são as mais pedidas nos salões. Chris Oliveira, trançadeira do salão Cia. das Tranças de São Paulo, explica que este modelo tem um apelido conhecido pelas brasileiras. “O canecalon, na verdade, é o nome de uma marca estrangeira que vende cabelo sintético no mundo todo. No Brasil ainda chamamos as tranças por esse nome, mas o material usado é fibra sintética”.
A cantora Alícia Keys adora as tranças nagô
Beyoncé trouxe a tendência de volta
O alisamento foi prioridade por muito tempo entre as mulheres negras. Mas o cenário tem mudado desde que, em 2013, a cantora Beyoncé apareceu com o cabelo trançado na entrevista para o documentário Life But a Dream. “Depois disso, a procura por tranças aumentou muito nos salões de cabelo afro. Por um tempo até chamamos de trança Beyoncé e depois virou Box Braids“, conta Chris.
Beyoncé com a filha, Blue Ivy
As tranças ajudam na transição capilar
Uma das coisas mais importantes durante o período de transição capilar é encontrar um penteado que melhore sua autoestima e, também, que disfarce as mudanças do cabelo – principalmente o aumento de volume na raiz, por isso trançar os fios pode ser uma boa solução. “A procura por box braids ultimamente tem sido muito maior por causa da transição do que só pelo efeito estético”, comenta a expert do salão de São Paulo.
O material escolhido faz toda a diferença
O penteado pode pesar um pouco a cabeça dependendo da fibra utilizada, da quantidade de tranças e da grossura delas. A boa notícia é que este problema pode ser resolvido já na escolha do material. A lã é bem leve e usada principalmente pelos homens. “Eles preferem pois não tem o mesmo brilho das fibras sintéticas e o resultado remete aos dreads”, afirma Chris. Já a fibra mais tradicional (aquela conhecida como “canecalon”) pode ser pesada, por isso tem perdido a preferência das trançadas para uma uma versão melhorada: o jumbo. De acordo com a criadora do projeto Trançando Raízes, além de ser mais leve, esse material oferece uma variedade de cores bem maior para quem quer sair do básico.
A blogueira Magá Moura usa o jumbo em suas tranças e diz que elas não pesam nadinha.
Não dá trabalho para cuidar
Uma das perguntas que quem adota esse penteado mais ouve é: “Como você faz para lavar?”. As experts em tranças afro explicam que o processo é mais simples do que parece: “O cabelo é lavado duas vezes por semana e apenas com shampoo rente à raiz. O condicionador pode deixar resíduos difíceis de eliminar com o cabelo sempre preso”, esclarece Chris. A trançadeira Andréia recomenda, ainda, o uso de toucas ou turbantes para dormir e, assim, evitar que os fios soltos na raiz fiquem bagunçados.
Guarde uma grana para a manutenção
As tranças nagô precisam ser refeitas a cada quinze dias, já as soltas podem durar até três meses. E o gasto com a manutenção pode sair um pouco salgado, pois além do custo com a mão de obra do profissional, a fibra sintética utilizada deve sempre ser trocada por uma nova – independentemente do tipo de penteado adotado. “As fibras variam de R$ 10 a R$ 100, de acordo com a marca, e a aplicação de R$ 70 a R$ 300, dependendo do tamanho e quantidade das tranças”, revela Andréia.
As tranças da atriz e cantora Zoë Kravitz
Dá pra trançar em casa?
É possível, mas bem difícil. “O trabalho exige muita habilidade, prática e paciência, pois é um processo muito demorado. O mais recomendável é procurar um salão especializado”, orienta Chris.
Trança também é cultura!
Além de deixarem você ainda mais bonita, as tranças trazem uma herança cultural muito importante para o seu estilo. Nas tribos africanas, elas ajudavam a distinguir seus ocupantes. “Um tipo de penteado podia dizer se uma mulher era casada ou até mesmo identificar o líder da tribo”, lembra a expert do salão de São Paulo.
Estamos apaixonadas por esses cabelos de sereia!