Como encontrei pelo Instagram a cachorrinha mais doce do mundo para adotar
Com a ajuda das redes sociais, achar um bicho de estimação que combinasse comigo foi mais rápido do que eu pensava
A ideia de adotar um cachorro surgiu após alguns meses morando sozinha. Eu estava com um quadro de depressão causado por diversos fatores e intensificado pela solidão. No entanto, achava que seria egoísmo levar um bichinho para casa e deixar ele sozinho o dia todo enquanto estou no trabalho. Na tentativa de me alegrar, ia acabar magoando ele. Até que alguns meses de reflexão e conversas com alguns amigos donos de animais me deram a coragem necessária para adotar um cãozinho – e foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos anos.
Eu nunca tinha adotado um animal antes. A minha poodle toy (saudades, Nala!) de infância foi presente da minha melhor amiga e o akita da família foi comprado pelos meus pais. Por isso, estava preocupada de não encontrar algum cãozinho de porte pequeno para chamar de meu, o que era ideal para o meu apartamento de 48 metros quadrados. Como a maioria desses cães não tem raça definida, fica difícil ter certeza do seu tamanho máximo – e eu suava frio só de me imaginar adotando um cachorro que crescesse demais.
Outro ponto importante: eu queria um filhote. Os bichos abandonados costumam ficar com problemas sérios de comportamento relacionados ao trauma, como apatia e agressividade. Por estar tratando uma depressão e ter ficado muito impactada após a morte da Nala – a ponto de passar alguns anos achando que eu não gostava mais de cachorros –, não me sentia preparada para lidar com um animal nesse estado. Talvez mais para frente me aventure em mostrar para uma criaturinha dessas que o amor ainda existe, mas esse não era o momento. Além disso, filhotes são mais fáceis de educar.
Terceiro ponto: ia amar se fosse fêmea. Contudo a verdade é: se nenhuma dessas características batesse com o bichinho que eu gostasse, estava disposta a abrir mão delas e fazer o que fosse preciso para ele ser feliz.
Com isso em mente, segui diversos perfis de adoção no Instagram. Realmente os bichinhos com poucos meses eram raros e os pequenos também. Até tentei pedir informações sobre alguns poucos que gostei, mas todos já haviam encontrado uma casa. Depois, fui a uma feira de adoção e o único cãozinho pequeno por lá era um macho de três anos que não me deu a menor bola. Então segui xeretando os perfis de adoção em busca de um pequetito, mesmo achando que precisaria ir a muitas feiras até encontrar meu cachorrinho.
Que nada! Acabou acontecendo bem rápido, quatro dias depois. Uma amiga me apresentou um outro perfil de ONG e lá estava ela: a minha filhotinha fêmea de porte pequeno. Na foto, ela encarava a câmera com desconfiança e as orelhas charmosas jogadas para a frente. Fiquei apaixonada no instante em que a vi. Aí foi só ler a descrição para ter certeza que queria levá-la comigo.
A legenda dizia: “Princesa dos olhos verdes, essa é a Luizinha! Resgatada com sua mãe e irmã após uma denúncia de abandono. Seu “ex-dono” foi embora e as deixaram no quintal de casa sem comida e sem água 😔. Um pouco medrosa de início, seu rabinho já balança quando recebe carinho. Luizinha tem 5 meses, é porte P, já foi castrada, vacinada e vermifugada. Quer receber amor dessa pequena? Mande e-mail para paulapicceli@hotmail.com”. Pobrezinha!
Mandei e-mail para a Paula no mesmo instante demonstrando interesse. Demorou um dia para ela me retornar e quase morri de ansiedade. “Ela ainda não foi adotada!”, dizia a resposta. Meu coração disparou de felicidade com essa informação. “Você deseja preencher o termo de adoção para nossa avaliação?”. Sim, sim sim!
Preenchi tudo com muito cuidado, pois não queria ser rejeitada. A Paula usa esse termo para ter certeza de que a pessoa interessada sabe da grandiosidade envolvida em receber um animal em casa. Afinal, tem muita gente sem coração que se cansa do bichinho e o larga em uma rua qualquer ou então que não tem a menor noção dos cuidados necessários e acaba maltratando o cãozinho até mesmo sem saber. Eu faria a pequenina muito feliz, tinha certeza disso, no entanto tinha medo de falar besteira e perder a chance de conhecê-la.
Algumas horas depois, recebi por WhatsApp: “Vamos marcar de conhecer a Luizinha?”. Essa mensagem me deixou mais feliz que pedido de namoro ou oferta de emprego. A minha intenção era levá-la para casa naquele dia se ela gostasse de mim. “Já pode contar com isso”, respondeu a Paula. Ahhh… Depois disso já me considerei dona da cadelinha. Fiquei contando os segundos para o encontro e anunciei para todo mundo que esbarrou comigo nesses dois dias de espera que eu iria buscar a minha cãzinha na sexta.
Chegado o grande momento, a minha boca tava seca. E se ela não me desse a mínima? A Paula logo chegou relembrando a história da pequena e disse que, por ter ficado muito tempo só com a mãe a irmã, ela estranhava muito os seres humanos, no entanto estava se tornando amigável aos poucos. Eita, então a Luizinha podia mesmo me esnobar… Porém, assim que a vi, sabia que ia dar tudo certo. A fofinha estava brincando com os outros cachorros da casa e fez xixi de medo quando ficou sozinha com a gente, mas foi só eu sentar no chão para ela vir para meu colo receber carinho. E assim nasceu a nossa família.
Como não tinha nada em casa para recebê-la com conforto, dalí seguimos para a Pet Shopt. Luizinha virou Belinda – nome escolhido em homenagem a uma cantora que eu amava na adolescência – e a coloquei no carrinho de compras enquanto pegava caminha, coleira, brinquedos, manta, ração… Ela ficou paralisada me observando o tempo todo e continuou petrificada no carro de volta para casa. Mas foi só entrar no meu apartamento que a bichinha se soltou toda. Correu pelos cantos, devorou a ração e brincou de me morder (dessa vez eu deixei) enquanto recebia carinho. Vinte minutos depois, apagou de sono no sofá. Foi muita emoção para um dia só, não é mesmo, pequena?
Agora, a Belinda está aqui do meu lado, quase um mês depois, completamente dona do meu coração.Quando olho para essa lindeza, meu corpo inteiro suspira de amor. Quando ela encosta a cabecinha no meu colo, meu coração explode em felicidade. Quando faz cocô no lugar errado, penso “eita, fofinha… Daqui a pouco aprende”. E assim vamos: eu feliz em cuidar dela, ela cada dia mais à vontade no meu lar e na minha vida. Que sorte a nossa!
_____________________________________________________________________
Tem uma casa espaçosa e está procurando um cachorro? A Farofa está esperando por um lar! Em breve, eu conto a história dela. Mas você já pode entrar em contato com a Paula se tiver interesse: