Não, você não leu errado. Usei o mote da campanha de vacinação contra a moléstia da vez para fazer um trocadilho com a urgência em adorar sua vagina.

Nunca a olhou com espelhinho? Nunca a tocou, sozinha, no banho _cada dobrinha, labinho, sentindo textura, pelos, orifícios? A tem lubrificado com hidratantes vaginais? Depila tudo? Corta os pentelhos brancos? Pinta? Faz virilha cavada? Ou é adepta do estilo aranha peluda? Não importa, o chamamento da vez é se tocar. Em sentido duplo.

Aproveitar a maturidade, o last call (se é que você me entende) para avaliar o equipamento. Tá escura? Virilha enrugada ou cheia de bolinhas? Tem odor mesmo quando lavadinha? E escape de urina? Já sei, vai abandonar a leitura porque está achando tudo meio bizarro? Fica, por favor.

Encara que o tempo passa no corpo todo e precisamos dar especial atenção à nossa xereca, xibiu, perereca, pixirica… Tá achando vulgar? Não é não, é literatura, ou vai dizer que nunca leu Jorge Amado e suas incríveis denominações de vulva? O assunto é sério.

Precisamos falar sobre a vagina. Ir ao ginecologista. Fazer massagem tântrica. Ir na depiladora. Ativá-la com brinquedinhos sexuais, óleos, unguentos, loções. As revistas femininas não falam sobre o assunto. Os médicos tratam apenas doenças. As amigas evitam o tema. Os homens querem só penetrá-la. Cabe a você esse carinho. Hoje à noite, às 20h? Promete? 

Leia também: O tempo não para

+ O poder da feia

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