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Ana Claudia Paixão

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A jornalista Ana Claudia Paixão (@anaclaudia.paixao21) fala de filmes, séries e histórias de Hollywood
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Viúva Negra mostra que heroínas não precisam de superpoderes ou disfarces

Colunista Ana Claudia Paixão comemora que finalmente Viúva Negra tem um filme todo seu

Por Ana Claudia Paixão
2 jul 2021, 11h00
Viúva Negra
Scarlett Johansson como Viúva Negra (Divulgação/Reprodução)
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Para quem acompanha minha coluna, já sabe que adoro uma super-heroína, mesmo que sejam poucas e solitárias. Dentre elas, há uma em especial que ganhou meu respeito e é a Viúva Negra, que finalmente será protagonista de um filme só seu.

Depois de mais de um ano de atraso, o longa chega aos cinemas (e à plataforma digital da Disney Plus) no dia 9 de julho, marcando a despedida de Scarlet Johansson do papel que ganhou há 11 anos depois de disputá-lo com Natalie Portman, Jessica Biel, Blake Lively, Gemma Arterton, Jessica Alba, Angelina Jolie até Emily Blunt. Ela trouxe credibilidade ao papel que corria o risco sério de ser raso.

Scarlett Johansson no pôster de Viúva Negra
Scarlett Johansson na personagem de Natasha Romanoff, em Viúva Negra (| Foto: Divulgação/Divulgação)

Natasha Romanoff é a única heroína 100% humana dessa primeira etapa da Marvel. Assassina treinada pela KGB, ela não é uma Mulher-Maravilha (da DC Comics) ou Capitã Marvel. Nada disso. Ela entra de igual com Capitão América (alterado em laboratório), Homem de Ferro (depende de tecnologia para lutar), Thor (Deus de outro planeta) e até o Hulk (alterado em laboratório), para citar apenas alguns.

E não vamos dar mérito à KGB, que a esterilizou e a prostituiu quando jovem. Toda força de Natasha vem da força feminina de superação, foco e dedicação. Frequentemente os machos – vilões ou mocinhos – a tratam com condescendência e ela sempre coloca todos no bolso, incluindo o esperto Loki. Natasha, é o máximo! E vamos combinar que estar lado a lado com os principais heróis da Marvel é ser ultra badass. E consegue tudo isso mantendo a humanidade, sensibilidade e esperança. Ou seja, quando falamos de heroísmo feminino não precisa de máscara, de tecnologia ou poderes mágicos.

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Para quem lê HQ, pode conhecer o passado de Natasha Romanoff, mas, para “leigos” em geral sabe-se pouco sobre sua origem, afora alguns comentários aqui e ali que compartilhou ao longo dos filmes da Marvel. Isso será corrigido agora. Aliás, deixaram as mulheres por último, mas isso são outros 500.

A meta de Viúva Negra- o filme, será preencher essas lacunas. Natasha volta à Rússia e terá que enfrentar inimigos antigos e reencontrar sua família, que deixou para trás quando se tornou membro dos Vingadores. Se você não olhou para ela com o carinho devido, tem tempo para se atualizar. Para entender a linha do tempo dentro do universo Marvel, Viúva Negra acontece logo depois de Capitão América: Guerra Civil, portanto bem antes da conclusão da saga.Aqui dou a pausa para elogiar Scarlet Johansson.

Ela mesma avaliou que o “atraso” do filme acabou sendo bom. Ao longo da década, muita coisa aconteceu e hoje incomoda lembrar que, na sua estreia em 2010, o lado sensual da personagem tenha tido mais destaque do que sua personalidade. Acompanhamos a evolução da ex-espiã que virou o principal elo entre todos os heróis. E foi graças à Scarlet, que conseguiu passar credibilidade mesmo nas situações mais bizarras e não é um feito fácil.

Vale revisitar – ou conhecer – a personagem antes da estreia, uma vez que todos os filmes estão disponíveis na Disney Plus. São sete que importam. Vamos lá? Ah, tem SPOILER leve.

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  • Homem de Ferro 2 (2010): É quando vemos a Viúva Negra pela primeira vez, ainda sem revelar sua identidade. Natasha é uma agente da S.H.I.E.L.D infiltrada nas empresas de Tony Stark, o Homem de Ferro. Não temos certeza se ela é vilã ou mocinha.
  • Os Vingadores (2012): Aqui já sabemos que Natasha é do lado do “bem” e é a única mulher na equipe original dos Vingadores. Não se abala. É também aqui que conhece Bruce Banner (e o Hulk). Outra revelação é que tem uma forte conexão com Clint Barton, o Hawkeye e que juntos encararam anevturas em São Paulo e Budapeste, mas nem Clint nem Natasha esclarecem o que exatamente aconteceu…
  • Capitão América: o Soldado Invernal (2014): Se ainda não tinha ficado claro, agora resta nenhuma dúvida de que Nick Fury confia principalmente na Viúva Negra para manter a equipe dos Vingadores unida. Natasha se aproxima de Steve Rogers, o Capitão América e seu passado como espiã russa ajuda resolver o mistério do Soldado Invernal. Atenção aqui porque tem as sementes para o longa Viúva Negra (2021).
  • Vingadores: A Era de Ultron (2015): A essa altura Nastasha já é indubitavelmente uma das líderes de facto dos Vingadores. Sua relação com Bruce Banner (e Hulk) passa potencialmente para o lado romântico, mas também descobrimos que ela e Clint compartilhavam mais segredos que ninguém desconfiava. Ela fala um pouco mais sobre sua vida na Rússia.
  • Capitão América: Guerra Civil (2016): Aqui Natasha tem que escolher um lado entre seus amigos e acompanhamos o conflito da personagem. Sua opção a coloca de volta na lista de foragidos da Justiça. É literalmente aqui que começa o longa Viúva Negra (2021).
  • Vingadores: Guerra Infinita (2018): É, literalmente, a continuação de Víúva Negra (2021), ou seja, depois da Rússia Natasha está de volta com os Vingadores e acompanha Capitão América, o Falcão e o Soldado Invernal no resgate de Wanda e Vision. Esse filme marca a semente para as duas séries atuais da Disney, Loki e WandaVision.
  • Vingadores: Ultimato (2019): Vemos Natasha obcecada para encontrar uma alternativa de derrotar Thanos e salvar o mundo. A mudança de comportamento de Clint, amargurado pela perda de sua família, comprova que ela precisa fazer o que for necessário para mudar o timeline. Infelizmente, sabemos como a Viúva Negra consegue alcançar seu objetivo.

É uma maratona de respeito, que demanda tempo, mas que vale para rever a história pela ótica da principal vingadora original. Natasha Romanoff é a mais humana das heroínas e – literalmente – a alma dos Vingadores. Nos representa.

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