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Soroterapia: conheça o tratamento de beleza da vez

Saiba como funciona, quem pode fazer e quais são os resultados e riscos da terapia endovenosa à base de vitaminas e minerais

Por Maria Cecília Prado
Atualizado em 12 dez 2023, 22h21 - Publicado em 21 ago 2019, 08h00

Rihanna, Adele, Gwyneth Paltrow, Madonna e… talvez você. A febre dos vitamin drips – ou soroterapia, ou terapia injetável –, que surgiu no exterior há alguns anos e conquistou muitas celebridades, está aos poucos se instalando por aqui. Primeiro, alguns médicos passaram a oferecer o tratamento, que propõe a suplementação de vitaminas, minerais e aminoácidos por via endovenosa. Agora, clínicas especializadas na técnica começam a desembarcar no Brasil. Mas, afinal, como funciona? E será que é para todo mundo?

Foco no resultado


Lá fora, a soroterapia é de fácil acesso. O gotejamento de vitaminas (em tradução literal) é oferecido em clínicas com cara de butique, abertas ao público geral, que muitas vezes nem têm um médico presente. Basta preencher um questionário e escolher, com a ajuda de uma equipe de enfermagem, o coquetel desejado (as combinações já vêm prontas).

Depois, acomodada em uma poltrona, a cliente recebe na veia a infusão preparada com os ativos. Clientes tímidos ou vip podem, inclusive, agendar o procedimento em casa. Volta e meia aparecem nas redes sociais fotos de famosas deitadas em camas glamourosas ou tomando café e mexendo no celular enquanto o soro é aplicado.

Aqui, a história é um pouco diferente. A supervisão médica é exigida por lei. E foram os próprios médicos que começaram a oferecer a técnica a seus pacientes. “Descobri a soroterapia tempos atrás, no congresso anual organizado pela Academia Americana de Anti-Aging, que ocorre em Las Vegas, nos Estados Unidos”, conta Esthela Conde, médica do esporte especializada em medicina integrativa pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

“Achei a proposta interessante, tive um período de aprendizado em uma clínica em Miami e depois passei a incluir em minhas prescrições.” O que a atraiu foi a proposta de proporcionar melhor aproveitamento dos nutrientes. “Diferentemente do que ocorre na ingestão por via oral, quando se injetam vitaminas, minerais e aminoácidos diretamente na corrente sanguínea, não há perdas ao longo do processo digestivo. Isso significa que, mesmo com doses menores, é possível obter um desempenho adequado. Diminui o cansaço, promove bem-estar, eleva a imunidade e, dependendo das substâncias utilizadas, pode até mesmo haver aumento da massa muscular”, completa Esthela.

Bruno Takatsu, médico oncologista que atua na área de nutrologia na Clínica Horaios, em São Paulo, também aderiu ao método convencido dos benefícios da alta absorção dos ativos. Ele acredita que seus pacientes vêm aprovando a técnica porque os efeitos são percebidos rapidamente. “Crio protocolos que podem ter objetivos variados, desde combater o cansaço até ajudar no emagrecimento. Depois de três sessões, uma por semana, já é possível notar a melhora.”

A diferença entre as clínicas vitamin drips e a soroterapia praticada pelos médicos costuma ser o direcionamento mais preciso. Liliane Oppermann, médica nutróloga, pratica o protocolo em seu consultório, mas também é responsável técnica da Reviv, a primeira dessas clínicas a chegar ao Brasil. Nesta última, as combinações oferecidas têm foco no bem-estar e na recuperação da vitalidade.

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“Os tipos e as doses de nutrientes variam, mas são baixas e seguras, e o soro só é administrado após o paciente responder a um questionário detalhado e medir a pressão, para verificar suas condições”, afirma. “Apesar de a Reviv estar funcionando há apenas dois meses, já recusamos pessoas por avaliar que o risco superava o benefício.”

Já em seu consultório, Liliane trabalha com infusões mais customizadas. Faz, antes de tudo, uma investigação sobre a saúde do paciente, que inclui não só uma boa anamnese como também exames laboratoriais. “Com esse check-up, podemos identificar deficiências nutricionais e definimos que tipo de suplementação é necessária”, complementa Bruno.

Perigo à espreita


Há riscos, claro. A terapia, afinal, leva diretamente para a corrente sanguínea uma quantidade expressiva de nutrientes variados, que podem não ser aceitos pelo organismo. “É raro, mas possível, haver reações alérgicas, inflamatórias e mesmo imunológicas”, alerta Celso Cukier, médico nutrólogo do Hospital São Luiz e diretor do Instituto de Metabolismo e Nutrição, em São Paulo.

“E não dá para garantir que não ocorrerá nenhum tipo de contaminação, o que pode levar a infecções. Aderir à injeção de coquetéis vitamínicos e minerais não é tão simples quanto começar a tomar suco verde. Deve-se ter muito cuidado com essa prática.”

A modelo e influenciadora americana Kendall Jenner é uma das adeptas que descobriram, da pior forma possível, a probabilidade de o vitamin drip dar errado. Foi hospitalizada no início do ano passado após se sentir mal em uma sessão de soro na veia.

Efeitos colaterais também podem ocorrer. “Náusea e dor de cabeça, em geral passageiras, são eventualmente relatadas por pacientes”, afirma Esthela. Bruno alerta ainda que é preciso respeitar casos em que a terapia é completamente contraindicada. “Quem tem insuficiência renal ou cardíaca, por exemplo, não deve se submeter ao tratamento de jeito nenhum”, frisa o médico.

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Até mesmo sobre os resultados há controvérsias. Enquanto os praticantes da técnica defendem com segurança os benefícios, os mais céticos, como Celso, questionam a eficácia do método. “Uma coisa é, após um diagnóstico médico, prescrever um aporte de ferro ou de vitaminas do complexo B para quem está anêmico ou é vegano e tem carência desses ativos. Mas essa soroterapia mais genérica, à base de coquetéis de nutrientes, pode até proporcionar mais hidratação, equilibrar a pressão sanguínea e trazer um bem-estar momentâneo, mas dificilmente produzirá respostas específicas e duradouras.” Em outras palavras, a receita para ter energia parece continuar morando onde sempre esteve: no tripé formado por estado emocional equilibrado, prática regular de exercícios e, claro, boa alimentação.

Por dentro do soro


Conheça as promessas dos principais ativos usados nas combinações customizadas da soroterapia

  • Antioxidantes (vitamina C, resveratrol e o aminoácido glutationa, entre outros) – Evita danos às células, e traz mais energia e bem-estar.
  • Vitaminas do complexo B (B1, B2, B12 e PQQ) – Ajuda no combate aos radicais livres e aumenta a energia.
  • Minerais (Zinco, magnésio e selênio) – Supre deficiências de minerais e melhora o humor e a imunidade.
  • Aminoácidos (HMB, leucina, lisina, L-carnitina) – Reforça a imunidade, auxilia no emagrecimento e promove aumento de massa muscular.

Elas fizeram


“Terminei o ano passado extremamente cansada. Tenho uma rotina profissional corrida, um filho de 6 anos e estava exausta a ponto de não querer fazer nada. Procurei um médico com a certeza de que tinha algum problema de tiroide, mas os exames apontaram déficit nutricional. Comecei o tratamento em março com um pouco de ceticismo e até de receio. Tirando o incômodo da picada da agulha e de uma leve dor de cabeça – que senti só após a primeira sessão –, foi positivo. Estou bem mais disposta. Foram dois meses de aplicações semanais. Agora faço manutenções mensais. Valeu a pena.” – Patrícia Vasconcellos Ferreira, 36 anos, gerente de marketing

“No início deste ano, tive uma daquelas gripes que não saram nunca. Como trabalho muito na época do Carnaval, fiquei preocupada. O médico me recomendou um tratamento de dois meses à base de soro, um composto de vitamina B e C, magnésio, ferro e outros nutrientes. Comecei a me sentir melhor logo na primeira sessão. Atravessei o Carnaval sem problemas; a soroterapia me salvou.” – Tábata Boccatto, 37 anos, empresária da área de comunicações

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