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Dos 20 aos 60 anos: preocupações com a pele em cada faixa etária

À medida que envelhecemos, a pele muda - assim como a abordagem nos cuidados com ela

Por Da Redação
25 abr 2023, 06h02
cuidados com a pele dos 20 aos 60 anos
Especialistas revelam o que deve mudar nos cuidados entre 20 e 60 anos.  (Fleur Kaan/Unsplash)
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Apesar de não ser nenhum segredo que a pele muda com a idade, o curioso é saber que ela começa o processo de envelhecimento mais cedo do que costumamos suspeitar; e as mudanças biomoleculares de agora refletirão em até dez anos. Mas, então, como se adaptar e preparar para os desafios mais comuns em cada faixa etária? Aqui, trazemos as preocupações e cuidados com a pele dos 20 aos 60 anos. 

“Se você notar perda de elasticidade ou volume, algumas linhas finas aqui e ali, ou descoloração onde não costumava ter, essas mudanças podem ser um pouco estressantes, mas de fato elas não ocorrem de um dia para outro. Os produtos e tratamentos que funcionaram para você aos 20 anos podem perder sua eficácia mesmo alguns anos depois; por isso, consultar o dermatologista constantemente é fundamental para ajustar os tratamentos com base nas necessidades atuais da pele”, destaca Cintia Guedes, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). 

Pele aos 20 anos

Pessoas mais detalhistas conseguem notar diferenças estruturais do começo para o final dessa faixa etária (aos 29 anos). “Nessa época, lá pelos 25 anos, começamos a diminuir a produção natural de colágeno. Muitos pacientes não percebem isso, mas esse é um bom momento para prevenção”, explica. Mais do que o envelhecimento propriamente dito, os problemas nessa fase (manchas, irregularidades de textura, oleosidade, opacidade e desidratação) podem ser causados ​​por danos provocados ​​pelo sol (que começaram a se acumular com o tempo), falta de sono, estresse ou até mesmo genética.

“Nos cuidados estéticos, devemos lembrar sempre do uso do fotoprotetor. Nesse momento da juventude não nos damos conta dos danos solares, mas eles podem aparecer nessa faixa etária ou mais para frente. Use diariamente um protetor solar de amplo espectro, com no mínimo FPS 30; faça isso mesmo em dias nublados, já que as nuvens não impedem a radiação ultravioleta de atingir nossa pele”, explica a médica. Na rotina de cuidados, além do protetor solar, um hidratante adequado é importante para prevenir a desidratação, enquanto alguns ácidos podem ser indicados para diminuir a oleosidade. As máscaras antioleosidade podem ajudar a controlar o brilho excessivo da pele.

“O carvão ativado é um poderoso ingrediente de origem mineral que possui uma série de propriedades benéficas para a saúde e beleza da pele, como controle e absorção da oleosidade e eliminação das células mortas da superfície da pele e do interior dos poros. Quando esse ativo está em uma máscara facial, que fica mais tempo em contato com a pele, o produto também previne e remove cravos e reequilibra a saúde do tecido cutâneo, assim garantindo brilho e maciez à pele”, diz Ana Paula Kasher, diretora comercial da B.URB.

Pele aos 30 anos

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Aos 30, os ácidos entram na rotina de cuidados com mais intensidade. (Mathilde Langevin/Unsplash)
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Essa é a idade em que é possível ver alguns sinais precoces de envelhecimento, bem como os primeiros efeitos dos danos causados ​​pelo sol. “Os pacientes na faixa dos 30 anos começam a ver linhas finas, perda de volume nas bochechas (o que pode fazer com que as alterações sob os olhos pareçam mais proeminentes) e pigmentação mais pesada devido aos danos causados ​​pelo sol. O sistema de reparo de sua pele fica mais lento, o que significa que a pele pode parecer mais opaca como resultado, e a diminuição da produção de colágeno significa que sua pele parecerá menos firme, então você pode ver rugas precoces e pele mais fina em geral”, esclarece Cintia.

Além de uma rotina básica de cuidados com a pele de limpeza, hidratação e proteção solar, o retinol tópico pode ajudar nas linhas finas e na firmeza da pele. Mas os cuidados em casa podem não ser suficientes nessa fase: “Os lasers podem ser usados para tratar hiperpigmentação; os bioestimuladores podem ser importantes para começar a conferir sustentação e prevenir aquele ‘derretimento’ do rosto, quando há quedas das estruturas.” O ultrassom microfocado, segundo ela, nessa fase já pode começar a atuar em uma profundidade maior, atingindo o músculo para “colá-lo” na pele, o que confere mais firmeza.

“As rugas podem ser tratadas com toxina botulínica e, se houver necessidade, podemos preencher com ácido hialurônico”, destaca. 

Pele aos 40 anos

A faixa etária dos 40 anos é quando realmente nota-se grandes mudanças na firmeza da pele. “Nessa fase, o paciente lida com perda de volume e elasticidade (levando a uma pele que parece flácida), bem como rugas mais pronunciadas e danos causados ​​pelo sol, que podem levar a condições como melasma. Precisamos fazer ajustes no estilo de vida do paciente, verificar se há um consumo adequado de proteínas (que ajudarão a formar colágeno) para sustentar os tratamentos iniciados em consultório. Além das tecnologias, os injetáveis são muito importantes nessa faixa etária. Na verdade, aqui geralmente precisamos pensar na associação de técnicas para tratar diferentes estruturas que refletem na aparência envelhecida da pele”, diz Cintia.

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Segundo o dermatologista Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, uma boa estratégia para enfrentar a perda de volume e a falta de firmeza é unir sessões de laser com tem ação de volumização, preenchedor injetável, e ultrassom ultrafocado, que estimula colágeno e combate a flacidez. Nessa fase, o skincare também pode ser reforçado com ativos como Scutaline, que limita a inflamação crônica, retarda o surgimento das células senescentes, protegendo contra a degradação da matriz extracelular, segundo a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, da Biotec Dermocosméticos. 

Pele aos 50 anos

Após a menopausa, as mulheres experimentam uma mudança hormonal com diminuição dos níveis de estrogênio e aumento dos níveis de andrógenos, o que pode afetar a pele, segundo Cintia. Ela explica que a pele ficará mais fina e menos elástica. “A reabsorção óssea ocorre e se apresenta como perda de volume – principalmente no meio da face – à medida que envelhecemos. A secura é outra grande preocupação. O excesso de pigmento e os sinais de danos causados ​​pelo sol (ou seja, manchas marrons e fotoenvelhecimento) também se tornam mais proeminentes”, diz a médica.

Nos cuidados com a pele, é importante a indicação de hidratantes mais densos, que possam ajudar a pele a reter umidade, segundo a dermatologista. “Os produtos de limpeza devem ser mais suaves para evitar um ressecamento maior.” Os tratamentos mais comuns continuam a ser injetáveis, com preenchimentos e toxina botulínica. “Mas cada pele requer um raciocínio clínico diferente para uma associação que produza resultados mais assertivos. Lasers, peeling químicos, ultrassons, microagulhamento, existem várias técnicas que compõem o arsenal cosmiátrico e que devem ser associadas para um tratamento mais natural”, detalha Cintia. 

Pele aos 60 anos e além

Nessa fase, é comum achar que é tarde demais para iniciar tratamentos antienvelhecimento, mas isso não é verdade. A visita ao médico dermatologista pode te ajudar você a ter a melhor aparência ao longo do tempo, isso sem contar a questão da saúde, com prevenção ao câncer de pele.  “Podemos indicar bons produtos de hidratação para retenção de umidade, indicar ácidos para melhorar a superfície da pele e ter bons resultados com procedimentos estéticos combinados (lasers, ultrassom, radiofrequência microagulhada, bioestimuladores injetáveis, preenchedores, toxina botulínica e peelings químicos). Os resultados são progressivos e, mais do que nunca, nessa fase precisamos de bons hábitos de vida para aprimorar os ganhos”, destaca a médica.

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