Depilação: Qual é o melhor tipo para a minha pele?
Se essa for a sua opção, veja como escolher o melhor método para a remoção dos pelos corporais
Com a chegada do verão, o assunto depilação tende a aparecer no dia a dia de muitas pessoas que optam pela remoção dos pelos corporais. No entanto, além do tema, também chegam as dúvidas sobre qual o melhor método. Será que as lâminas são boas para as virilhas ou só para as axilas? A depilação a laser acaba mesmo com o pelo? Existe alguma contraindicação?
Entre os principais métodos de depilação estão o uso da lâmina, da cera quente e cera fria, e o laser, cuja demanda aumentou consideravelmente nos últimos anos, com o boom das franquias.
Este setor cresceu 8,8% em faturamento nos primeiros três meses de 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising, por exemplo.
Mas, antes de escolher por um método específico, é preciso entender como cada um funciona e quais são os cuidados que você precisa ter, para tomar a decisão final.
O que acontece na pele quando depilamos?
Conforme explica Luciana Passoni, médica especialista em cuidados com os cabelos e transplante capilar e CEO da Passoni Clinic, os métodos de depilação mais comuns da rotina da população brasileira seguem sendo a cera e a lâmina.
A médica explica que quando removemos um pelo, de forma a arrancá-lo com a cera, por exemplo, nós causamos uma lesão no folículo piloso, desde o início dentro do bulbo capilar. Já quando temos a raspagem, a lâmina cortará o pelo que crescerá a partir dalí.
“Em ambos os casos, a remoção pode levar a uma sensibilização da pele, seja pela passagem da lâmina ou do movimento de puxar a cera, o que diminui a camada córnea, a mais superficial e protetora da pele, e a deixa mais propensa a alergias e sensibilidade. No caso do laser, temos menos agressão à pele e ainda uma progressão de enfraquecimento do pelo para parar o crescimento. Desta forma, sempre indico fazer uma avaliação do que é mais fácil e possível, além de uma consulta dermatológica, claro, para saber se a pessoa tem ou não alguma alergia”, explica Luciana.
Quais os cuidados antes e depois da depilação?
Depois de avaliar se você possui alguma alergia, seja coceira com algum método ou foliculite, Luciana chama atenção para os cuidados no pré e no pós-depilação.
”Para todos os métodos, vale um cuidado redobrado com o sol após a depilação. Indico manter uma hidratação diária leve e evitar o uso de roupas apertadas. No pré, recomendo fazer uma esfoliação leve, alguns dias antes de depilar, e, no pós, evitar produtos agressivos, como desodorante com álcool e visitar a praia e piscina”, responde a médica.
Abaixo, segue um guia com os três principais métodos de depilação:
Depilação com lâminas
Presença quase certa nos banheiros brasileiros, as lâminas são muito utilizadas por sua praticidade, para remover os pelos da virilha, pernas e, principalmente, as axilas.
No entanto, para que a pele não acabe ressecada ou com pelinhos inflamados, vale seguir algumas dicas que fazem toda a diferença no resultado.
Além de fazer uma esfoliação antes, procure fazer a depilação no final do banho, pois a pele já estará mais macia e úmida para utilizar a lâmina, sem contar o vapor do banho (não pode ser muito quente, hein!), que ajuda na dilatação dos poros.
Procure usar a lâmina na direção do crescimento dos pelos, para evitar que acabem encravando ou deixar a pele irritada.
Na hora de comprar o seu aparelho, procure por um que tenha mais lâminas conjuntas. “Nós temos uma tecnologia que agrega três lâminas flexíveis, que se ajustam aos contornos do corpo. A junção das lâminas ajuda a cortar o pelo bem próximo à pele, o que faz com que o crescimento seja percebido com mais demora”, comenta Felipe Vitor, gerente de categoria Lâminas em BIC.
Segundo ele, as lâminas devem ser enxaguadas antes de usadas, após cada passada na pele e depois de usadas. “Após a utilização, guarde a lâmina em local seco para evitar ferrugem e com o plástico protetor. Nunca compartilhe suas lâminas. Faça a troca de lâminas regularmente”, avisa ele.
Depilação com cera
Atualmente, o mercado de depilação com cera oferece uma grande quantidade de produtos para o consumidor final.
Na técnica da depilação com cera quente, a cera é aquecida em uma termocera e é aplicada na pele. Ao aquecer, ela ajuda a dilatar os poros para facilitra a remoção dos pelos, que saem com mais facilidade, oferecendo maior conforto ao cliente.
“Existem tipos diferentes de cera quente. O ideal é a profissional usar a de baixa fusão, porque ela não aquece tanto. Esse é um ponto de atenção, pois, se a cera aquecer demais corre o risco de queimar a pele e causar manchas”, diz Daniela Pontes, biomédica, depiladora, e especialista em biossegurança.
Já a cera fria vem em folhas, em temperatura ambiente. “Neste caso, elas são aquecidas nas mãos, com movimentos feitos por cima das folhas. Este método é mais dolorido e agressivo, pois a cera gruda mais na pele e não no pelo”, comenta Daniela.
Por este motivo, não é recomendado realizar depilação com cera fria em regiões sensíveis do corpo, como a virilha, por exemplo. Geralmente seu uso é mais recorrente em regiões pequenas e que possuem pelos finos, como no caso do buço e sobrancelhas.
Quanto ao tempo de duração da depilação com cera, a média é de 20 dias para os dois tipos.
Uma das principais desvantagens da cera é a dor, se a pessoa for mais sensível ou tiver um limiar de dor mais baixo. Outra questão importante salientar é a biossegurança, explica Dani.
“Se o profissional não seguir os protocolos já estipulados, pode acontecer uma contaminação cruzada e transmitir doenças como candidíase, HPV, herpes.”
Então, quando for procurar um profissional para fazer a depilação, procure ver o ambiente antes, falar com clientes e ver se está tudo nos conformes.
Segundo Luciana, não há nenhuma evidência científica que mostre que a depilação causa o escurecimento da pele, uma das dúvidas mais ligadas à depilação com cera.
“A tonalidade das axilas pode variar em cada pessoa e também depender muito dos cuidados pós-depilação. O escurecimento pode acontecer em casos de hiperpigmentação pós-inflamatória, ou seja, casos em que uma inflamação gera uma mancha”, esclarece a médica.
Depilação a laser
Um dos métodos de depilação mais ‘novos’, o uso do laser ganhou e aumentou sua fama com o discurso de que pode ‘eliminar’ o pelo ou que é ‘definitiva’.
Ainda existem discordâncias sobre este ponto, pois, de acordo com a médica, há uma progressão de enfraquecimento do pelo para parar o crescimento, quando ele é feito com o laser.
Porém, Ana Paula Martins, Coordenadora Clínica da Dr. Laser, afirma que a depilação a laser é o único método de depilação definitiva disponível no mercado, constatado não apenas por meio das inúmeras publicações científicas, mas também pelas ótimas experiências de quem já a realizou.
“Os resultados da depilação a laser são duradouros por toda a vida, uma vez que as células da raiz são destruídas. Como o organismo vivo continua com a produção de novos fios, são recomendadas sessões de manutenção após o tratamento”, ressalta Ana Paula.
Para quem não está familiarizado, a tecnologia de remoção de pelos via depilação a laser envolve a emissão de uma luz com características especiais, que é absorvida pela melanina, pigmento presente nos folículos pilosos, resultando na morte das células germinativas, portanto, isso acaba inibindo o crescimento dos fios.
A depilação a laser é indicada para todo o corpo, com a ressalva de cuidados específicos para algumas áreas mais delicadas, como regiões íntimas masculinas e couro cabeludo.
Neste tipo de remoção, fica o alerta quanto à sensação de dor, pois algumas pessoas podem sentir um desconforto leve a moderado, descrito frequentemente como uma sensação de calor e ‘fisgada’.
“A intensidade da dor varia de acordo com a sensibilidade individual da pele e a área do corpo sendo tratada. Contraindicações para a depilação a laser incluem certas doenças de pele, como vitiligo e psoríase, uso de medicamentos específicos e gravidez. É importante fazer uma consulta de avaliação e buscar redes confiáveis para realizar o tratamento”, afirma a especialista.
Quanto ao número de sessões para ter o resultado esperado, ela diz que o recomendado é sempre realizar um primeiro ciclo de 10 sessões de depilação a laser para quem nunca realizou o procedimento.
Isso, segundo ela, acontece devido à fisiologia das fases de crescimento dos fios, já que se consegue eliminar em torno de 10% dos fios a cada sessão.
Porém, de acordo com Ana Paula, já é possível observar os resultados a partir da primeira sessão. O intervalo entre as sessões depende da fase do tratamento e as manutenções variam de pessoa para pessoa, mas são comuns a cada 2 anos, aproximadamente.
A médica Luciana pontua que, independente do método de remoção de pelos escolhido, é sempre recomendável passar em um dermatologista antes e durante as sessões, este último em caso de algum tipo de reação.
A pele é o maior órgão do corpo e está sempre nos dando sinais do que está acontecendo conosco. “Não podemos nunca deixar de olhar para a pele como um meio de comunicação”, finaliza Luciana.