Argila natural: saiba em qual apostar de acordo com o seu tipo de pele
Existem por aí diferentes cores de argila, feitas para tratar diferentes problemas de pele. Conheça as principais delas e suas propriedades.
Verde, vermelha, branca… é provável que nos últimos tempos você tenha ouvido muita gente falar sobre as argilas naturais e todos os seus benefícios se usadas como tratamentos para a pele – seja ela qual for. E não é para menos: tanto em seu estado in natura quanto quando inseridas em fórmulas de produtos industrializados, as argilas, além de serem tendência máxima em matéria de skincare, podem, sim, fazer verdadeiras maravilhas pela sua cútis.
“Os produtos naturais possuem biocompatibilidade com a pele, o que significa uma ‘semelhança’. Dessa forma, agem com menos risco de irritações e alergias, trazendo resultados muito mais efetivos sem agredir – nem a pele, e nem nosso ecossistema”, explica a cosmetóloga e coordenadora técnica da Extratos da Terra, Elizete Garcia.
Entretanto, antes de partir de vez para os tratamentos com argila, é válido conhecer as propriedades de cada uma delas, saber qual a mais indicada para as necessidades da sua pele e, também, as possíveis reações ao usá-las. A biomédica e cosmetóloga Luciana Godinho sugere que, antes de utilizar qualquer produto, seja ele natural ou não, é importante fazer um teste na pele, aplicando pequenas quantidades, para saber se você está sujeita a reações alérgicas – claro que isso vale para as argilas, que só devem ser aplicadas no rosto caso ele esteja bem limpo e sem nenhum resíduo de maquiagem.
Ah! é importante, também, investir em argilas registradas pela Anvisa para serem usadas na pele, como informa Elizete. Anotou? Conheça a seguir os principais tipos de argilas naturais para a pele.
Argila verde
São diversos os tipos de argilas encontrados no mercado e, para diferenciá-los, basta observar com atenção suas cores, determinadas por diferentes composições químicas. Talvez a mais conhecida delas seja a argila verde, recomendada para pessoas de pele oleosa e acneica, já que tem ação secativa e auxilia no controle da oleosidade natural produzida pelo organismo.
Além disso, a argila verde é rica em silício e zinco, tem ação adstringente, tonificante, estimulante, bactericida, analgésica e (ufa!) cicatrizante, nutrindo os tecidos e absorvendo a radiação solar, o que retarda o envelhecimento da pele. Em linhas gerais, lançar mão da argila verde para tratar a pele é mais ou menos como investir em um ‘peeling natural’ menos potente, mas com efeito detox.
Argila branca ou baunilha
Já peles mais secas, sensíveis e que pedem por hidratação devem se voltar para as argilas mais claras, como a branca e a baunilha, que também funcionam bem em demais tipos de peles.
Com propriedades calmantes, suavizantes, cicatrizantes, descongestionantes e clareadoras, possuem um significativo percentual em alumínio, com pH muito próximo ao da nossa pele em seu estado natural. Esses tipos de argila ajudam a absorver a oleosidade da pele sem desidratá-la e, por terem ação tensora branda (ou seja, não repuxam demais o rosto), também são boas alternativas para usar logo após a exposição solar – alguém falou em praia?
Como se não bastasse, a argila branca tem efeito igualmente positivo quando usada para potencializar a hidratação de cabelos secos (em forma de máscara capilar).
Argila preta
Conhecida por ser a mais nobre da categoria, a argila preta, ou lama vulcânica, é comumente usada em processos de rejuvenescimento da pele. Possui pH mais ácido, alto teor de alumínio e silício, além de baixo percentual de ferro.
O que isso significa, na prática? Que ela serve para desintoxicar e prevenir o estresse da pele (principalmente a oleosa) , devido às suas ações estimulantes, revigorantes, anti-inflamatórias e absorventes, com efeitos positivos tanto em uso cosmético quanto para o tratamento de doenças.
Argila vermelha
Para melhorar o aspecto de peles sensíveis e rosadas, a melhor pedida é a argila vermelha, que absorve bem a oleosidade e ajuda na renovação das estruturas das células. Com óxido de ferro e cobre em sua composição, a argila vermelha funciona, também, para reduzir e amenizar linhas de expressão.
Argila cinza
Mais uma alternativa para peles oleosas ou com manchas, a argila cinza serve para combater a formação de cravos e espinhas, atuando como um ótimo esfoliante natural, além de possuir ação antioxidante, retardando o envelhecimento da pele.
Modo de usar
Para aplicar a argila na pele, o ideal é misturá-la com água mineral ou até mesmo chá de camomila (em temperatura morna), até que ela fique com consistência pastosa. Se preferir, use a argila in natura, mas, nesse caso, hidrate a pele com auxílio de água termal, para que o ativo não perca suas propriedades.
Evite passar a argila na área dos olhos e também nos lábios, regiões mais sensíveis do rosto. Assim que o produto secar completamente, retire-o lavando com água, enxugue o rosto delicadamente com auxílio de uma toalha e não use, em hipótese alguma, cremes ou maquiagens por um período de duas horas.
É mais do que normal que a pele fique levemente avermelhada e, no caso da argila verde, que você sinta o rosto “repuxar” – qualquer outra alteração deve imediatamente ser avaliada por um médico.
Quanto à frequência, não existem regras: há quem faça máscaras de argila ou use produtos contendo o produto em suas fórmulas uma ou duas vezes na semana, bem como a cada 15 dias. O ideal mesmo é manter uma rotina de cuidados, definida em conjunto com seu/sua dermatologista, para que ele ou ela possa indicar de maneira precisa quantas vezes por semana ou mês a argila deve ser usada no seu caso.