Como revisar as metas de 2023 e reavaliar seus objetivos
Psicóloga dá dicas de como repensar planos traçados no início do ano e definir como serão os próximos meses
Quem não sente um frio na espinha ao encontrar aquele caderninho repleto de metas e sonhos registrados no início de 2023? Bom, talvez seja importante lembrar que equívocos fazem parte da jornada e parar para repensar agora os seus objetivos pode, inclusive, ajudar no processo de conquista.
Mas antes, saiba que traçar planos já é um ato positivo, segundo a psicóloga Andressa Celente de Ávila, membro da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP). Essa é uma forma de se organizar e planejar como seus desejos podem ser conquistados. Durante essa etapa, de acordo com a psicóloga, vale separá-los por setores como trabalho, saúde e família, por exemplo.
Outra abordagem que pode ajudar na conclusão de planos é distribuí-los entre os de curto, médio e longo prazo. Lembre-se de revisá-los semanalmente, para checar o andamento e mudar a trajetória, se necessário, e evitar que tudo seja perdido no caminho. E, é claro, busque traçar metas realistas.
Como revisar suas metas de maneira realista
“Não adianta querer fazer em seis meses o que não fizemos nos últimos seis. Olhe o que dá para fazer, o que é viável. Um problema é colocar metas grandes em curto tempo”, disse a psicóloga. “Conforme atingimos as de prazo mais curto, as mais rápidas, nos sentimos mais capazes de atingir as próximas. Do contrário, se eu for pela mais difícil, eu posso me desmotivar, me decepcionar e me frustrar.”
E essa frustração ao ver os planos irem por água abaixo pode piorar a visão que nós temos de nós mesmos ou nossas “crenças”, como é abordado pela terapia cognitivo-comportamental.
“Muitas pessoas têm crenças, visões de si mesmo, de não terem capacidade, de serem mais fracassadas, de se descreverem como uma fraude, frágeis, incapazes demais de conseguir atingir coisas, metas de vidas”, disse a psicóloga.
“Se você já tem essas crenças mais internalizadas e não conseguir atingir essas metas – nem porque você não tinha condições ou competência, mas porque não se planejou corretamente e não colocou metas concretas – , isso vai ser reforçado, você vai acreditar cada vez mais que essas crenças são verdadeiras, que você não é capaz, não é bom o suficiente, quando, na verdade, às vezes é só uma questão de respeitar melhor o seu processo.”
Outro ponto para se questionar é o real motivo por trás das metas. No caso de quem quer modificar algo no corpo, por exemplo, vale se perguntar se é por pressão externa, de familiares, ou uma busca por saúde e bem-estar.
Segundo a psicóloga, a motivação interna é uma força motriz que vai te engajar e levar a uma mudança de comportamento e hábitos mais fortemente, quando comparada a uma motivação externa. “As pessoas normalmente estão focadas no externo. O que o outro fala de mim, pensa de mim, espera de mim”, pontua. “Para que seja uma mudança saudável, precisamos internalizar essa mudança e ver o quanto ela faz sentido para nós, o quanto ela vai realmente trazer benefícios”, diz.
Ela também indica, como meio de se manter motivado, observar as melhorias conquistadas no meio do processo, em vez de apenas focar na linha de chegada. “Quanto mais vê recompensas, mudanças no caminho, mais você vai se sentir capaz de chegar no final”, esclarece. “Se a pessoa não vê rapidamente algum benefício mais curto, ela se desmotiva. Por isso que as metas de curto prazo te dão esse impulso, o gostinho de estar evoluindo.”