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8 sinais de que está na hora de terminar um relacionamento

Indiferença, crises constantes e um clima de estranheza no ar apontam que a relação não está das melhores

Por Kalel Adolfo
Atualizado em 12 ago 2022, 13h10 - Publicado em 10 ago 2022, 09h44

Para muitos, terminar um relacionamento equivale a uma morte emocional e social. Isso porque, culturalmente, aprendemos a negar a perda e nos submeter a situações degradantes para corresponder tanto às nossas idealizações internas quanto às expectativas externas. Contudo, de acordo com a psicóloga e psicanalista Raquel Baldo, este é um movimento perigoso que denuncia uma angústia existencial.

Quando optamos por algo que nos provoca infelicidade, levantamos questões de baixa autoestima muito relevantes. Aliás, estar fragilizada pode nos fazer manter situações que apenas reforçam um estado de inexistência, inclusive um relacionamento. Quebrar isso é necessário para compreendermos que podemos existir por nós mesmas”, declara.

Claro, estruturar tal pensamento pode ser difícil, mas é possível. Para que possamos reavaliar se estamos em vínculos amorosos que nos potencializam — ao invés de nos diminuir — separamos oito sinais que indicam que, às vezes, o melhor caminho pode ser o término. Veja a seguir:

1. Estranheza no ar

De acordo com Raquel, os primeiros sinais de que o relacionamento pode não estar dando certo envolvem sensações de incômodo. “A estranheza, o medo e as dúvidas começam a surgir internamente, ainda que a relação continue normal. É aquele sentimento de que algo está errado, só não sabemos exatamente o que é”, aponta. Nesta fase, a psicanalista afirma que as mágoas e rancores ainda não entraram em cena.

Contudo, estes pensamentos que acabam nos fazendo cogitar terminar devem ser analisados com bastante atenção. “Pode ser que você esteja mudando e não está conseguindo ficar tão satisfeita quanto antes. Independente do que seja, é um período de alerta e reflexão.”

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2. A companhia não agrada mais

Após esse período de inquietação interna, o relacionamento começa a sofrer com alguns eventos externos. O excesso de individualidade é um deles. E quando nos sentimos solitários até mesmo na presença do próximo, a atenção deve ser redobrada. Baldo esclarece que isso representa uma falha na conexão, onde a ideia de estar acompanhado pelo parceiro traz medo e até um certo desconforto.

3. Honestidade cruel

A perda de filtro em discussões também é um grande sinal de alerta. Por mais que a honestidade seja primordial em relacionamentos, é necessário estruturar os nossos argumentos para não sermos cruéis e apenas apontar erros alheios. “Quando isso acontece, perdemos a chance da questão ser construtiva. Isso representa que não damos conta do que sentimos e jogamos no outro. É uma imaturidade”, diz Raquel.

Para evitar que o relacionamento caminhe para um possível término através de diálogos destrutivos, nutra um senso de intimidade emocional. “Numa relação saudável, os casais se sentem à vontade para discutir medos e angústias. Mas para chegar nisso, é necessário falar e ouvir. Criar uma estrutura de amparo dos dois lados”, aconselha.

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4. Crises fazem parte do cotidiano

Para a psicanalista, diferente dos conflitos, as crises podem ser evitadas. “Estar em crise é bloquear a união. Estou te culpando, apenas eu estou certa. Quero falar, mas não vou te ouvir. As pessoas acham que isso é uma ‘D.R.’, mas definitivamente não é”, reforça.

Quando o casal não é capaz de chegar a um consenso para resolver determinados problemas, há uma séria desconexão no vínculo amoroso. “As crises não precisam fazer parte da relação. Por isso, devemos aceitar que o conflito é uma chance de crescimento. E, às vezes, a conversa precisará acontecer em vários capítulos. Isso evita que as coisas saiam do controle.”

5. A rotina não tem espaço para o outro

Baldo explica que a rotina pode ser positiva para sabermos os espaços onde podemos estar juntos. “Existem vários processos que tomam o nosso tempo. A vida é muito mais do que ser um casal. E é por isso que, no início dos namoros, as pessoas pegam aquele horário livre para ter um date”, explica.

Contudo, a rotina deixa de ser benéfica quando nos coloca num estado de automatismo e anulação: “Quando o outro não pertence mais a sua estrutura de vida, é um problema. Tenho a minha academia, amigas, viagens no meio do ano… Até podemos fazer alguns compromissos juntos, mas se prestarmos atenção, não existe um momento de encontro. Só existe o cumprir funções, semelhante a um trabalho contínuo.”

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A psicóloga alerta que, caso a sua motivação seja exclusivamente acordar e dormir fazendo coisas que não envolvem o próximo, há um risco bem relevante que merece a sua atenção.

6. Conformismo

No início dos vínculos amorosos, sentimos uma intensa pulsão amorosa. Mas, com o passar do tempo, vivenciamos a repetição de antigos movimentos. “É o famoso: ‘Casamento é assim mesmo’. ‘Marido é assim mesmo’. ‘Nem nos beijamos porque estamos há muito tempo’. Normalizar a falta de afeto e sintonia é um problema.”

“Se eu percebo que sua voz está estranha, e deixo esse detalhe passar, é porque aquilo está perdendo a importância para mim. Isso acontece sutilmente, até que a nossa individualidade ganha um traço diferente onde o outro está apenas lá”, esclarece.

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7. Indiferença

A psicanalista também afirma que, a partir do momento que nos sentimos indiferentes à outra pessoa, a relação pode estar perdida. “O contrário do amor não é a raiva ou o ódio. Essas reações emotivas vêm de um lugar amoroso. Se eu estiver magoado, é porque ainda te amo ou me importo. Mas quando o que você faz não me impacta de forma alguma, acabou”, declara.

Ela reitera que a indiferença não precisa acontecer num tom cruel para percebermos a sua presença. “Este sentimento de apatia se manifesta de forma sutil. É o famoso ‘tanto faz’. Quando não esperamos mais nada, não acreditamos em nada, e pensamos que é melhor ‘deixar assim mesmo’, estamos falando de um lugar onde a relação já não existe.”

8. Lutar para manter a relação

Raquel faz uma provocação: até que ponto vale a pena lutar para manter um relacionamento? “Se estar num relacionamento representa uma luta, algo está errado. Estamos falando de um esforço para estar com a pessoa.”

A psicóloga indica a seguinte reflexão: caso a luta implique na perda da própria identidade, ela não vale a pena. “O amor é uma pulsão que constrói algo. Já a luta tem um teor mais destrutivo. Queremos destruir algo para continuar juntos. Isso pode valer a pena se os dois fizerem isso sem anular a si mesmos.”

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Contudo, apenas a presença de um grandioso esforço para manter um vínculo já é o suficiente para repensarmos a relação. “Por que essa batalha? Como chegamos nisso? Antes de decidir se lutará ou não, saiba como a situação chegou neste ponto. Isso vai definir se vale a pena estar no relacionamento”, aconselha.

Lidando com a perda

Por fim, Raquel declara que, para conseguir lidar com um término, é necessário bancar a própria existência. Não de maneira financeira, mas sim, emocional. “Isso significa lidar com os nossos conflitos e medos. Eu reconheço os meus valores. Não é ser uma pessoa que se acha, e sim, ser aquele alguém que se reconhece ao olhar no espelho.”

Segundo a psicanalista, qualquer término é acompanhado de dor e lágrimas. “De certa forma, um pedaço meu que existia no outro está indo embora. Mas se eu tenho noção de quem eu sou, tenho uma tendência muito maior de reconhecer e respeitar o próximo por quem ele é”, elucida.

“O que realmente faz sentido é estar vivo e o outro também. Os dois precisam estar felizes. E se isso não está rolando juntos, por amor, o ideal é deixar ir. Isso dói, mas é um processo de vida: aprender a se recolher na própria dor para depois levantar”, conclui.

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