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Sexo anal sem dor: saiba por que você não deve usar anestésicos

Médicas proctologistas explicam quais são os possíveis riscos de ter a região anal anestesiada na hora da penetração.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 1 nov 2022, 15h35 - Publicado em 22 ago 2019, 21h01

Quando o assunto é sexo anal ainda há muitos tabus que rondam o tema. E o grande problema de não falar a respeito desse tipo de penetração é que muitas informações divulgadas a respeito do assunto acabam sendo equivocadas. Um exemplo disso é o conselho perigoso de que anestésicos, como xilocaina e lidocaína, são indicados para não sentir dor durante o sexo anal. Não caia nessa.

“Durante a prática do sexo anal é comum o medo da dor, por isso algumas pessoas optam por usar produtos com função anestésica, com uma falsa ideia de que essa é a melhor opção, mas esses produtos são extremamente contraindicados por médicos e órgãos de regulamentação”, explica Alyne Meirelles, diretora da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual (ABRASEX).

Os motivos para essa contraindicação são diversos. Como pontua a Dra. Gabriella Fernandes, membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, xilocaina e lidocaína são duas substâncias químicas de alta absorção pela mucosa retal. Isso faz com que o uso contínuo delas possa irritar a região, causar intoxicação e o pior: fazer com que a pessoa perca completamente a sensibilidade e não sinta quando a penetração está machucando.

Com uma possível lesão no local, ela se torna uma “porta de entrada”, segundo a Dra. Priscilla Rebouças, também membro da Sociedade Brasileira de Coloproctologia. “Uma via de acesso a microorganismos (vírus e bactérias), facilitando o processo infeccioso. Por isso, o risco de contágio por HIV, por exemplo, é maior na exposição ao sexo anal do que no vaginal ou oral”, pontua a médica. 

Alyne também enfatiza que as substâncias anestésicas podem prejudicar a funcionalidade dos preservativos que são imprescindíveis no sexo anal, já que a camisinha evita o contato com uma série de bactérias presentes no ânus, além de previnir as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) – ou ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), que é a nova sigla adotada pela comunidade médica. Também é importante lembrar de que é essencial a troca do preservativo se o casal decidir fazer penetração vaginal após a anal.

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Anestésico não é lubrificante

Ao entender que anestésicos não devem ser usados no sexo anal, é hora de compreender que eles são diferentes de lubrificantes. E, principalmente, de que lubrificantes são essenciais para a penetração anal indolor.

O motivo disso é que, diferente da vagina, o ânus não produz lubrificação natural, além de não ter a mesma elasticidade do que o canal vaginal. Isso significa que o pênis não consegue deslizar para dentro do orifício com a mesma facilidade de quando a vulva está excitada.

Só que é preciso ficar atenta na hora de comprar o lubrificante. Com atenção à composição, a Dra. Denise D’Avila Búrigo, cirurgiã coloproctologista, indica os produtos à base d’água e há um motivo real para isso. “Eles não vão irritar a mucosa, ou seja, o revestimento do canal anal e do reto, e farão com que a penetração não traumatize a região”.

Além da funcionalidade garantida por esses produtos, Gabriella também pontua que os lubrificantes à base de petróleo e óleos como de côco, de cozinha, manteiga, vaselina e de massagem devem ser evitados porque eles danificam o látex da camisinha, além de em excesso fazerem com que o preservativo escorregue e não haja proteção.

E os dessensibilizantes?

Junto com a venda dos lubrificantes em sex shops, também há o comércio de produtos conhecidos como dessensibilizantes. Para Alyne, eles são permitidos porque, diferente dos anestésicos, agem de forma gradativa na pele e reduzem o desconforto do atrito do pênis com o ânus.

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Sexo anal
Ao contrário dos anestésicos, dessensibilizantes podem ser usados no sexo anal. (Getty Images/Getty Images)

O mesmo é apontado por Gabriella, que afirma que os mais indicados são à base de substâncias naturais, como extrato de jambu (Acmella Extract) e óleo de cravo (Oil Clove), e sem aditivos químicos. “Eles agem com efeito anestésico mais brando, sem reduzir a sensação tátil por completo, proporcionando prazer na relação”, explica a médica. 

Porém, ao contrário de Gabriella, Denise não indica o uso do produto para o sexo anal. “A maioria desses produtos cosméticos chamados de dessensibilizantes para a prática sexual contém algum tipo de anestésico, podem ter algum óleo como base, o que não é adequado pro canal anal. Alguns ainda prometem ação cicatrizante, o que pode não ocorrer se acontecer alguma fissura anal durante a penetração, por exemplo. Também devem ser evitados”, enfatiza a especialista.

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