Meu fetiche é ser amarrada na hora da transa
Eu e meu namorado somos praticantes do bondage, uma brincadeira em que ele controla meus movimentos e sentidos. Mas tudo é feito com respeito e amor!
A amarração acontece naturalmente.
Podemos estar nos beijando na sala,
namorando, e acontece!
Foto: Marcelo Kura
Sexo é bom. Mas, quando descobrimos um jeito especial de fazê-lo – com quem a gente ama -, a coisa pode ficar incrível!
Eu conhecia o trabalho do artista plástico Von Victor desde meus 15 anos. Achava lindos os desenhos eróticos que ele fazia. Quatro anos depois, terminei um namoro longo e tomei coragem para ir atrás do Von Victor. Encontrei-o no Orkut, ele me passou o MSN dele, conversamos uns dias e marcamos um encontro. Na terceira vez que nos vimos, ele passou a ser o meu Alessandro – o nome de verdade dele.
Não foi na primeira transa que ele me amarrou. Não me lembro bem quando foi, porque aconteceu sem planejarmos. Eu sabia que gostava disso porque meu primeiro namorado já tinha me vendado os olhos e curti muito!
O nome dessa brincadeira é bondage Ter os braços ou as pernas amarrados, usar venda, mordaça ou outra coisa que limite movimentos ou sentidos durante o sexo: tudo isso é o que chamam de bondage. E eu curto esse fetiche!
Dou liberdade para o meu parceiro me prender como quiser. Às vezes, o Alessandro venda meus olhos e põe um som bem alto, a ponto de eu não conseguir ouvi-lo. Eu fico sem saber o que ele está aprontando e penso: ”Será que o toque que senti foi da mão dele ou é um brinquedinho que ele arrumou?”.
Falamos abertamente sobre o que gostamos na cama. Eu sou passiva: gosto de servi-lo, de realizar os desejos dele… É o Alessandro quem traz as novidades. Sei que ele nunca fará nada de que eu não goste. Então, aceito feliz!
A amarração acontece naturalmente. Podemos estar nos beijando na sala, namorando tranquilamente… Quando dá vontade de ir mais fundo, ele diz ”Espere aí” e sai. Eu espero. Adoro imaginar o que ele vai fazer comigo…
Gosto quando ele fecha meus olhos e fico sem saber o que está fazendo! Posso esperar uma hora vendada até ele voltar! Isso me excita, e não sinto medo. Nós nos amamos muito. Ele nunca faria algo que não fosse para o meu bem. Pra ficar disponível assim, só com muita confiança e amor!
Se não tiver corda, serve cinto, mesmo
Para as brincadeiras, não é preciso ter nada elaborado. Nós usamos cordas dessas que se vendem em casas de ferragens. Se não tiver corda, os braços podem ser amarrados com um cinto. Ou o Alessandro tampa a minha boca com uma camisa, por exemplo.
Mas dá pra ser imobilizada sem nenhum apetrecho. A brincadeira pode entrar no sexo convencional mesmo. Se o cara pegar você de jeito, um puxão no cabelo ou uma segurada firme nos braços já servem para saber se você gosta de ficar submissa. Na verdade, tudo começa com palavras. Se ele der uma ordem e você gostar de obedecer, está experimentando um pouco de bondage.
Meu prazer não está na dor, mas na superação. Quando uso a máscara que não me deixa falar e respirar direito, preciso ter forças pra controlar a ansiedade. Se eu ficar nervosa, não aproveito!
A relação que tenho com a minha sexualidade está presente em toda a minha vida. Estou terminando a faculdade de Design de Produto e, para o trabalho final, desenvolvi um massageador para a região íntima. Ou seja: consegui aliar o meu interesse pelo sexo criativo com um trabalho acadêmico.
Falamos sobre sexo sem nenhuma amarra
Nossos trabalhos nos dão liberdade para falar sobre sexo com os outros numa boa. Se estou com uma marca no braço e me perguntam o que é, não invento desculpas: digo que fiquei três horas amarrada na cama e pronto!
O que fazemos é bom para os dois, pois acontece com respeito e muito amor. Pra que ter vergonha? Descobrimos o que nos dá prazer e vamos fundo! Tudo sempre depende da ligação que você tem com o seu parceiro e de quanto vocês se conhecem. Estamos felizes há mais de dois anos e experimentamos juntos as várias possibilidades do nosso prazer.