6 motivos bem importantes para você nunca mais fingir orgasmo
Transar apenas para agradar o outro? E ainda fazer com que o cara se sinta o bonzão de cama? Amiga, você merece mais!
‘Ah, quem nunca fingiu um orgasmo, né?’. No mundo ideal, essa frase não deveria ser comum em conversas entre amigas – afinal, todo mundo merece um sexo tão prazeroso que deixe as pernas bambas. Só que, infelizmente, essa não é a realidade de basicamente todas as mulheres.
Segundo uma pesquisa feita com 11 mil pessoas, pela Sexlog em parceria com o aplicativo YSOS, redes para quem busca por ménage e swing, 72% das mulheres ouvidas já fingiram um orgasmo. Dentro dessa porcentagem, os motivos se dividem: 45% fingiram porque não conseguiam chegar lá durante a transa, já 26% queriam que o momento chegasse ao fim.
Com esses números preocupantes, nunca é tarde para pontuar por que fingir orgasmos durante as relações sexuais é uma atitude extremamente tóxica. A maior prejudicada é você mesma, e a relação que casal está construindo também acaba prejudicada.
Por isso, conversamos com três sexólogas e separamos cinco aspectos que mostram os lados negativos desse tipo de atitude para repensarmos muito antes de fazê-la de novo.
Confira:
1. O relacionamento pode realmente não estar bom
Como explica Alyne Meirelles, diretora da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual (ABRASEX), problemas conjugais podem dificultar a concentração na hora do sexo e, consequentemente, acarretam no fingimento do orgasmo.
“Nessas situações, é comum um ou outro fingir orgasmo para finalizar logo com o ato sexual e manter a ideia de que está tudo bem, de que cumpriram os seus papéis quando, na verdade, estão se enganando e perdendo a oportunidade de conversar e resolver os problemas juntos”, enfatiza a especialista.
Com o alerta de Alyne em mente, é preciso olhar a situação como um todo para entender quais outros problemas podem estar ligados à atitude constante de fingir prazer. Como a sexóloga também pontuou, o diálogo é sempre o primeiro passo a ser dado. Mas, caso o esforço para melhorar não seja mútuo e a situação não se resolva, está tudo bem encerrar ciclos e, quem sabe, buscar um(a) parceiro(a) que se preocupe com o seu orgasmo tanto quanto ele se preocupa com o dele(a).
2. Prazer é saúde e não dá para esquecer isso
Quem pensa que ter um orgasmo é única e exclusivamente uma sensação intensa de prazer, esquece completamente que chegar lá traz muitos benefícios para a saúde. Como explica Sônia Eustáquia da Fonseca, psicóloga clínica, psicanalista e sexóloga, o ápice da excitação é capaz de aliviar tensões e dores, combater a insônia, deixar a pele e os cabelos mais bonitos, diminuir o estresse, proteger o coração, promover a longevidade e até fortalecer a imunidade.
“Durante a relação sexual, o fluxo sanguíneo e a frequência cardíaca aumentam significativamente, chegando ao clímax – que é o orgasmo. E a principal característica do orgasmo é uma contração seguida de um intenso relaxamento, capaz de aliviar as tensões musculares, relaxando o corpo inteiro”, pontua a sexóloga.
Sônia também esclarece que o orgasmo faz com que o corpo libere endorfinas e oxitocinas até cinco vezes mais do que em situações normais. Isso faz com que se tenha o alívio de dores, como as cólicas menstruais, durante o sexo. Essa capacidade de relaxamento intensa é um dos grandes pontos positivos para mulheres que transam durante o período menstrual – mas sempre com a preocupação de usar camisinha, hein?
Além dos hormônios citados acima, Sônia lembra que o orgasmo também aumenta os níveis de estrogênio na mulher, o que reduz as chances de ter um problema cardíaco. Já sobre a imunidade, a sexóloga explica que os níveis de anticorpos conhecidos como IgA, que são responsáveis pela proteção contra infecções, gripes e resfriados, também aumentam durante o pico de prazer.
3. E o autoconhecimento?
Fingir orgasmo também pode estar relacionado ao fato de que muitas mulheres não conhecem quais partes do corpo são mais prazeirosas. E Alyne lembra bem o porquê: “Desde menina, as mulheres são desencorajadas a se tocar com aquelas falas que quase todas de nós já ouvimos: Tira a mão daí; É suja; É feio; Fecha as pernas!'”.
Só que, mesmo com a repressão desde cedo, não dá para falar de sexo a dois sem antes incentivar a masturbação. O toque do próprio corpo é essencial para que você, mulher, entenda o que gosta e o que não dá tesão para você. Para isso, é preciso trabalhar para deixar o preconceito de lado e explorar suas regiões sexuais.
Não há regra quando o assunto é sentir prazer, principalmente consigo mesma. Vale se despir inteira para ver o próprio corpo, colocar um espelho entre as pernas para poder enxergar exatamente onde está tocando e acariciar os próprios seios. Como a lubrificação é essencial para um bom orgasmo, é importante trabalhar todas as partes da vulva – desde a parte externa, clitóris até a penetração, caso você queira e goste – para aumentar a velocidade e gozar.
4. Vira um ciclo vicioso horrível
Quando fazemos algo muitas vezes consecutivas, aquilo pode acabar se tornando um hábito e não é diferente quando o assunto é fingir um orgasmo. Como enfatiza Cátia Damasceno, especialista em sexualidade do canal ‘Mulheres Bem Resolvidas’, isso faz com que o sexo deixe de ser um momento bom e passe a ser uma obrigação e não há nada pior do que isso. Por tanto, ela enfatiza que o primeiro passo é uma conversa sincera, principalmente se a situação acontecer em um relacionamento sério.
5. Sobre mulheres fingindo orgasmos e homens se achando OS CARAS na cama
Diversos estudos já mostraram que mulheres lésbicas costumam ter mais orgasmos do que as heterossexuais. E qual seria a razão para isso? Mais diálogo, uma maior preocupação com o prazer da parceira e a consciência de que a penetração não é centro de tudo são algumas das razões apontadas por esses estudos. E o orgasmo fingido vai na contramão de tudo isso.
O “teatrinho” na hora do prazer contribui para que mais e mais homens acreditem que eles estão arrasando na cama, o que gera uma reação em cadeia que prejudica todas as mulheres com quem ele vai transar. A gente precisa falar mais na hora do sexo, pois só assim nossos parceiros vão saber quando não estão agradando – a você e a outras mulheres.
“Se você finge orgasmo, está passando mercadoria ruim para as coleguinhas – no caso de essa pessoa ser só um caso e uma noite. O cara sai achando que arrasou e vai continuar fazendo da mesma forma, por achar que está funcionando”, resume Cátia Damasceno.
6. Chega de agradar apenas o outro
Muitas vezes, o silêncio e toda a encenação na cama são para que o outro não se sinta mal. Só que a pergunta que não quer calar é: por que você pode não sentir prazer? Ou até ficar desconfortável com algo que deveria ser gostoso? Não, não e não!
“Sexo é troca, é sinergia, é pele na pele, olho no olho, é fantasia. As mulheres são responsáveis pelo seu prazer e os homens pelo deles, quando estão juntos numa relação íntima, ambos devem buscar agradar ao outro, mas também se satisfazer”, enfatiza Alyne.
Por isso, não fique quieta quando não estiver gostando de algo e também não se sinta acanhada caso queira tentar algo diferente. A transa também deve ser um momento bom para você e não alcançar o orgasmo deve ser uma situação esporádica e não uma regra.