Elio: filme da Pixar propõe uma viagem intergaláctica para acabar com a solidão
A animação conta a história de um garoto que se sente deslocado após perder os pais – até que ele viaja a outro planeta para encontrar a si mesmo

Em algum momento da vida, todos já se sentiram diferentes dos demais – como se estivéssemos bem longe de achar nosso lugar no mundo. Mas, e se esse lugar fosse fora do planeta? Essa é a premissa de Elio, nova animação da Pixar que estreia hoje nos cinemas.
A trama conta a história de um garoto de 11 anos que, após a morte dos pais, passa a morar com a tia Olga, cuja carreira militar o faz se sentir ainda mais isolado. Certo dia, ele esbarra com uma exposição sobre o Sistema Solar e seu refúgio se torna a busca por vida extraterrestre.
Por pura coincidência, Elio é abduzido por alienígenas e confundido com o embaixador da Terra no “Communiverse”, um conselho interplanetário. A partir daí, ele é lançado numa jornada para enfrentar desafios de diplomacia galáctica e, de quebra, descobrir seres excêntricos e formas de vida completamente estranhas.

Produção bem elaborada
O filme foi originalmente concebido por Adrian Molina, que trouxe à tona questões pessoais sobre isolamento e pertencimento inspiradas em sua infância. O desenvolvimento, no entanto, ficou por conta das diretoras Domee Shi e Madeline Sharafian – marcando a primeira vez que o estúdio nomeou duas diretoras titulares. A produção, por sua vez, é de Mary Alice Drumm.
A voz de Yonas Kibreab dá vida a Elio, com Zoe Saldaña interpretando Olga – papel que originalmente estava escrito para ser sua mãe e seria dublado por America Ferrera, que acabou se desvinculando do projeto por conflitos de agenda.
O que esperar do longa?
Visualmente, Elio impressiona com sua estética colorida e acolhedora. Os personagens, mesmo os secundários, são contundentes e complexos. Dentro do Communiverse, encontramos um ambiente surreal, uma mistura de inspiração clássica de ficção científica com toques psicodélicos.
A narrativa, por sua vez, une aventura e emoção enquanto desenvolve temas como luto, empatia, autoaceitação e a complexa relação entre pais e filhos. Ao combinar sci‑fi, humor e sensibilidade, a Pixar entrega uma proposta ousada voltada para adultos e crianças.

Veja a entrevista completa com as diretoras
CLAUDIA: Quando somos crianças, queremos fazer parte de um grupo, mas isso nem sempre acontece. Como esse filme pode confortar quem passa por isso e quem já passou?
Domee Shi: Nosso filme é sobre um garoto estranho e solitário que aprende a se conectar com as pessoas através de uma aventura intergaláctica. Nem todo mundo pode ir para o espaço para fazer amigos, mas há outras coisas possíveis. No começo Elio está muito fechado porque acabou de perder os pais – o que coloca uma barreira entre ele e outras pessoas. E quando ele encontra esse alienígena chamado Glordon, vê que há pessoas especiais.
Ou seja, você pode viver novas conexões quando se sente confortável o suficiente para estar aberto a isso. Sei que é algo que leva tempo e dá trabalho, mas é por isso que amo tanto o Elio. Ele nunca desiste pois ainda há esperança.
CLAUDIA: Enquanto eu estava assistindo ao filme, percebi que ele claramente foi feito por mulheres. O que vocês pensam sobre isso?
Madeline Sharafian: Você é a primeira pessoa a dizer isso. E fico muito feliz que seja assim! Nós realmente aproveitamos o processo e pesquisamos profundamente as emoções de todos os personagens. Entramos nas nuances de cada expressão facial e ainda conseguimos Zoe Saldaña para interpretar a tia Olga Onde. Além disso, chamamos animadoras para desenhar as maiores cenas dela. Alguns dos meus momentos favoritos foram feitos por mulheres – e nos sentimos muito orgulhosas com isso.
Acredito que estamos mais acostumadas a falar sobre nossas emoções e trabalhar com à flor da pele no estúdio – até porque os kick-offs podem parecer grandes sessões de terapia.

CLAUDIA: Elio se conecta com o espaço quando visita uma exposição. Quão importante é levar crianças a lugares culturais e históricos?
Madeline Sharafian: Quando você vai a um museu, especialmente a um planetário, pode deixar sua imaginação fluir ao invés de ler grandes blocos de texto ou tentar pensar em coisas lógicas. Você ativa suas emoções e curiosidades – tenho memórias bonitas desse passeio quando eu era criança, então acho incrível que Elio seja movido por isso.
Domee Shi: Eu costumava ir ao Museu Royal Ontario, em Toronto, com a minha mãe. E eu gostava de desenhar os ossos de dinossauro. Isso abre a mente de uma criança para todos os tipos de coisas sem, necessariamente, estar interessado em ciência.
Assine a newsletter de CLAUDIA
Receba seleções especiais de receitas, além das melhores dicas de amor & sexo. E o melhor: sem pagar nada. Inscreva-se abaixo para receber as nossas newsletters:
Acompanhe o nosso WhatsApp
Quer receber as últimas notícias, receitas e matérias incríveis de CLAUDIA direto no seu celular? É só se inscrever aqui, no nosso canal no WhatsApp.
Acesse as notícias através de nosso app
Com o aplicativo de CLAUDIA, disponível para iOS e Android, você confere as edições impressas na íntegra, e ainda ganha acesso ilimitado ao conteúdo dos apps de todos os títulos Abril, como Veja e Superinteressante.