A força de Tamara Klink, finalista do Prêmio CLAUDIA 2025, na defesa do clima
Primeira mulher a invernar sozinha no Ártico, também é ativista ambiental e disputa o Prêmio CLAUDIA 2025 na categoria de sustentabilidade
Apesar da pouca idade, apenas 28 anos, Tamara Klink coleciona recordes. Foi a primeira brasileira a atravessar o Oceano Atlântico sozinha, também se tornou a primeira mulher do mundo a passar oito meses de inverno isolada em um barco no Ártico e, mais recentemente, foi a primeira latino-americana a cruzar sozinha a desafiadora Passagem Noroeste, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico pelo Ártico.
Mas, ao ser perguntada sobre qual dessas conquistas mais a orgulha, Tamara Klink responde de forma inesperada: “O que mais me motiva são as mensagens que recebo diariamente de mulheres que dizem que, depois de ler meu livro, tiveram coragem de fazer algo que não conseguiam, começar um doutorado, sair de casa, ter um filho, pedir o divórcio, mudar de país”.
Agora, ela também é finalista do Prêmio CLAUDIA 2025 na categoria de sustentabilidade.
Como Tamara Klink transformou suas dúvidas em motivação para outras mulheres
Tamara é o exemplo de conquista feminina que ela mesma não teve. “Eu pensei em desistir várias vezes, não tinha referências de outras mulheres e, às vezes, não acreditava em mim mesma”, conta.
Com tantas conquistas, logo virou essa grande referência, mas o fez com o cuidado de também expor suas fraquezas e inseguranças. “Tento desconstruir o mito da heroína excepcional, dessa figura excelente em tudo, porque entendo que isso é uma armadilha. Faz parecer que uma mulher que conquista coisas é sempre uma exceção, algo para poucas”, afirma.
A presença digital e literária que aproxima aventuras extremas da vida cotidiana
E quem já leu os livros de Tamara Klink sabe como ela intercala descrições de momentos extremos, como quando precisa se amarrar ao barco para não ser levada por uma tempestade, com inseguranças em relação a um romance que ficou em terra, na França.
Além dos livros, Tamara também divide suas aventuras nas redes sociais, em vídeos que começou a fazer para a avó, Anna Francesca, e que acabaram conquistando um público de mais de 600 mil seguidores.
“Acho que isso simboliza muito o que as mulheres conquistaram nos últimos anos. Minha avó não poderia nem sonhar em ter um barco. O marido dela velejava, e ela ficava no grupo das esposas”, conta. A mãe de Tamara também velejava, era uma das poucas em seu tempo, mas, quando o marido, Amir Klink, decidiu fazer suas expedições, ela ficou em terra, dando suporte.
Como a velejadora alia suas expedições à luta contra as mudanças climática
E nessas viagens Tamara viu de perto as consequências das mudanças climáticas. Lugares que sempre tiveram gelo agora são passagens para navegação. Regiões onde tudo era água congelada agora têm vegetação, e onde antes havia silêncio, pode-se ouvir pássaros e outros animais em busca de temperaturas mais frias.
Assim, a velejadora também decidiu ser porta-voz da causa ambiental. Para isso, estuda o assunto, conversa com cientistas e técnicos de diferentes áreas e tenta usar sua visibilidade e capacidade de comunicação para falar com quem ainda não acredita na urgência do tema.
“Eu tento usar o vocabulário da economia, que eles já conhecem. Digo, por exemplo, que qualquer coisa que for feita agora pelo clima vai custar muito menos e ser mais efetiva do que daqui a 10 anos. Meu público preferido são os não convertidos, não quero falar só com quem já concorda comigo”.
Tamara dá palestras em empresas, esteve em Belém durante a COP 30 e também está se preparando para viajar com outros ativistas para a Noruega, onde pretende convencer o governo a proteger a fauna marinha. Com tantos planos e a expansão de sua atuação para causas tão relevantes, ainda teremos muitos motivos para nos inspirar e nos orgulhar de Tamara Klink.
O Prêmio CLAUDIA 2025
O Prêmio CLAUDIA chega a sua 25ª edição, celebrando mulheres que transformam o Brasil em diferentes áreas. A edição 2025 será realizada em 9 de dezembro, às 20h, no Roxy Dinner Show, Rio de Janeiro, e destaca finalistas que se tornaram referência em cultura, educação, negócios, direitos da mulher, saúde, inovação, sustentabilidade, trabalho social, influência digital e impacto do ano.
O júri desta edição reúne nomes influentes e plurais, como Zezé Motta, Maria da Penha, Luiza Helena Trajano, Ana Fontes e a jornalista Aline Midlej, além das representantes da Editora Abril: Karin Hueck (editora-chefe de CLAUDIA), Helena Galante (diretora de núcleo da Abril) e Andrea Abelleira (VP de Publishing da Editora Abril).
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