Thais Carla alerta sobre relação tóxica de nutricionistas e pessoas gordas
Em uma entrevista ao MdeMulher, a dançarina revelou em detalhes o porquê de ter denunciado uma nutricionista recentemente.
Na última terça-feira (27), a bailarina Thais Carla usou o Instagram para deixar registrado uma vitória importante para as pessoas gordas. Ela conseguiu fazer com que a Justiça exigisse a retirada de fotos e vídeos da bailarina usados indevidamente por uma nutricionista para supostamente alertar os seguidores sobre os riscos da obesidade. Para entender o que levou a dançarina a tomar tal atitude, o MdeMulher conversou com ela na feira de beleza Beauty Fair.
“Eu já tinha observado algumas nutricionistas fazendo isso, mas era uma postagem sem me marcar. Alguém que me mandava, mas nada grave, que me deixasse com raiva. Porque não fico chateada, mas com raiva às vezes eu fico, porque a pessoa quer muito aparecer para fazer isso. E ela não só usou minhas fotos e falou mal de mim, um monte de merda, falou que eu faço um desserviço para a sociedade – e ela ainda me marcou. Para você ver que ela queria me deixar aborrecida e que eu a marcasse. Mas eu não vou marcar você, lindona! Deixa quieto porque se der certo na justiça, vai dar, eu fiz minha parte. É bom porque isso está fazendo as pessoas fazerem matérias sobre o assunto, e estão vendo o cúmulo do absurdo que é os nutricionistas com as pessoas – claro que têm as exceções, mas têm muitos [que são] escrotos. É um abuso de autoridade deles”, enfatiza a bailarina.
Além de retomar o importante debate sobre gordofobia médica, Thais também comentou sobre como é sofrer mais preconceito do que outras pessoas gordas. Isso acontece porque foi construído no consciente social um tipo de “medidor” dos diferentes corpos gordos. A consequência disso é que a gordofobia é proporcional ao tamanho da pessoa – é o famigerado “tudo bem ser gordo, desde que isso signifique vestir 48. 54? JAMAIS!”.
“Com certeza eu sofro gordofobia em tudo. É no assento, no degrau, no ônibus, em uma sala de cinema – tem dois ou três [assentos], mas e se forem mais gordos? Como faz para sentar e assistir ao filme? Então, há uma falta de acessibilidade com as pessoas e preconceito. As pessoas me olham tipo: ‘nossa, que menina gorda. Por que ela tem coragem de usar essa roupa? Por que ela está maquiada daquele jeito? E eu sou magra, maravilhosa, e eu não estou desse jeito?’. Eu sofro, com certeza, mas eu passo por cima de tudo. Eu sou realmente a pessoa ‘good vibes’“, brincou a bailarina relembrando da conversa com Kéfera e Erika Januza no evento, onde elas comentaram que essa história de #gratiluz não existe para as duas.
Sobre a possibilidade de emagrecer, assunto sobre o qual Thais é constantemente questionada, ela revelou que já pensou a respeito. Mesmo assim, há muito tempo percebeu que não era por esse caminho que queria seguir.
“Quando eu tinha 16, 17 anos, eu sofri uma pressão bem grande porque estava perto de me formar [como bailarina]. E aí eu falei assim: ‘ou eu emagreço!’, na minha cabecinha ingênua, ‘ou eu fico gorda e não danço’. Mas aí as coisas foram tomando um rumo diferente na minha vida e aí eu vi que era para ser isso. Cada um tem uma missão na vida e essa é minha. Eu me sinto feliz do jeito que eu sou!”.