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Entenda o significado da Páscoa e como as religiões a celebram

Não são apenas os cristãos que comemoram a Páscoa: outras doutrinas também têm suas formas de lembrar a data

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 16 jan 2020, 16h28 - Publicado em 26 mar 2018, 12h13
Mix of colored easter eggs with the traditional designs. (murika/ThinkStock)
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Quem segue alguma das muitas religiões de origem cristã está em plena Semana Santa, a semana que antecede a Páscoa. Este é um ótimo momento para entendermos de que exatamente se trata a data. Qual é o significado deste feriado em que as famílias se reúnem para almoçar (tradicionalmente, algum prato com peixe) e trocar ovos de chocolate?

A origem religiosa da Páscoa cristã

Em resumo, a Páscoa cristã é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo. A palavra Páscoa significa “passagem” e simboliza a esperança de uma vida nova.

A Semana Santa começou ontem, no Domingo de Ramos, por ser a data em que Cristo entrou em Jerusalém para comemorar a Páscoa judaica. Isso foi antes de ele ser traído por Judas Iscariotes, julgado e condenado à crucificação. De acordo com o relato bíblico, naquela ocasião a população festejou sua chegada e o recebeu cobrindo a entrada da cidade com folhas de palmeira.

Ao longo da semana, Cristo foi entregue aos guardas do templo ao ser beijado por Judas – este era o sinal combinado para indicar quem era o líder que eles estavam procurando. O julgamento ficou por conta do governador Pôncio Pilatos, dos líderes judeus e do tetrarca da região, Herodes. Depois de muita indecisão, decidiu-se que ele era um criminoso, por indiretamente alegar que era o Filho de Deus, e seria crucificado entre dois ladrões.

A Sexta-Feira Santa, que é feriado nacional no Brasil e em vários países de maioria cristã, é justamente o dia em que Jesus foi crucificado e, depois de seis horas, morreu.

E finalmente chega o Domingo de Páscoa, o dia em que o cristianismo celebra a Ressurreição de Cristo e sua primeira aparição aos discípulos.

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Os símbolos da celebração da Páscoa cristã

Dentro do cristianismo, a celebração da Páscoa tem algumas variações. Por exemplo: enquanto os católicos não comem carne vermelha durante toda a quaresma (os 40 dias que antecedem a Páscoa), os protestantes não têm essa restrição alimentar.

Alguns símbolos, porém, são comuns nas diferentes vertentes cristãs. Os ovos de Páscoa são os mais tradicionais, e simbolizam a vida nova. Eles vêm lá da antiguidade, de quando os egípcios e persas tingiam ovos para presentear amigos na entrada da primavera, marcando a nova vida da estação. Os cristãos adaptaram o hábito para simbolizar a ressurreição de Cristo e a oportunidade de uma nova vida que ela trouxe.

O coelho da Páscoa nasceu como tradição entre os cristãos da Alemanha do século 18. Ele é o símbolo egípcio da fertilidade, do nascimento e da vida, e por isso foi colocado também no contexto cristão da Páscoa.

Easter eggs in a basket with chocolate bunny
(Wavebreakmedia Ltd/ThinkStock)
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O pão e o vinho remetem à escolha de Cristo para demonstrar seu amor aos apóstolos e discípulos, representando seu corpo e seu sangue e celebrando a vida eterna. O cordeiro, por sua vez, é o símbolo do próprio Cristo, o cordeiro de Deus, que se sacrificou para poupar toda a humanidade, em uma alusão aos cordeiros do Pessach (logo abaixo, quando ler sobre a Páscoa judaica, você entenderá melhor).

E a cruz, por fim, é o símbolo máximo do sofrimento e da ressurreição de Cristo, para que os cristãos não esqueçam de tudo que ocorreu.

A Páscoa judaica

Ali em cima falamos sobre a comemoração da Páscoa judaica, da qual o próprio Cristo participava. Ela tem um significado totalmente diferente da Páscoa cristã, naturalmente. O nome também é diferente: é Pessach.

A Páscoa judaica marca a conquista da liberdade dos hebreus (o povo judeu), liderados por Moisés, depois de 400 anos de escravidão no Egito. Na festa de Pessach, os judeus comem cordeiro, simbolizando os cordeiros sacrificados pelas famílias ainda no Egito para indicar ao anjo da morte quais eram as casas de judeus pelas quais ele deveria passar reto, e o matza, um pão sem fermento que lembra que na fuga do Egito não sobrou tempo para fermentar os alimentos.

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A história toda no segundo livro da Torá (judaica) e no livro Êxodo do Antigo Testamento da Bíblia (cristã) e já foi retratada em vários filmes.

A Páscoa para outras religiões

Há religiões que não celebram a Páscoa de nenhuma maneira, pois não é um acontecimento relacionado a elas. Estão aí o budismo, o islamismo e o espiritismo.

As Testemunhas de Jeová fazem uma leitura bíblica diferente da Páscoa e, por isso, não a comemoram. Para seus seguidores, a Páscoa atual não é baseada na Bíblia, mas sim em ritos de fertilidade pagãos, o que a torna inaceitável.

Na umbanda e no candomblé, a celebração da Páscoa é semelhante à católica, segundo a Fucesp (Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo), pois a maior parte das crenças vem do catolicismo. Pela tradição, na Sexta-Feira Santa os terreiros não abrem, no sábado se reverencia Ogum e no domingo é comemorada a Páscoa, com almoço de família e amigos e troca de ovos.

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