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Ser filho de um casal homoafetivo não afeta a saúde das crianças

Um levantamento recente, realizado por um grupo de estudiosos americanos e holandeses, não encontrou nenhuma diferença entre aqueles que são criados por pais do mesmo sexo para criados por sexos diferentes

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 27 out 2016, 21h12 - Publicado em 15 abr 2016, 13h35
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Um levantamento recente, realizado por um grupo de estudiosos americanos e holandeses, analisou 190 famílias – sendo 95 heteronormativas e a outra metade homoafetiva, que possuíam um filho com idade entre 6 e 17 anos. O estudo analisou a saúde das crianças, distúrbios emocionais, comportamentais e níveis de aprendizagem, e não encontrou nenhuma diferença entre aqueles que são criados por pais do mesmo sexo, ou de sexos diferentes

As conclusões foram publicadas no Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics, mesmo que não tenham sido consideradas uma descoberta tão surpreendente, visto que há outros 74 levantamentos semelhantes que abordam o mesmo assunto. Há também outros quatro que partem do princípio oposto, que não são reconhecidos pela comunidade científica internacional.

O estudo foi embasado pela National Survey of Children’s Health, realizada entre os anos de 2011 e 2012, e as famílias foram selecionadas a partir de 95 677 que se demonstraram aptas a realizarem entrevistas. A primeira análise contou com 139 famílias formadas por duas mães, e 17 formadas por dois pais, que posteriormente foram reduzidas para 106 famílias – sendo 95 do sexo feminino e 11 do masculino. Esta diminuição no número estudado ocorreu porque os pesquisadores preferiram famílias que tiveram seus filhos desde a primeira infância, visto que situações como o divórcio podem ser experiências traumáticas para os pequenos. 

Por possuírem uma amostra tão inferior de famílias homoafetivas formadas por casais de homens, os estudiosos se concentraram, primeiramente, na análise de casais formados por duas mulheres. A partir de então, aqueles à frente da pesquisa passaram a desenvolver um controle parental de informações gerais sobre a população homossexual inglesa, baseada em recortes como idade, educação, nacionalidade, localização geográfica; nome, idade, sexo e etnia de seus filhos. Essa metodologia, mesmo que trabalhosa, garantiu a variável crucial no estudo que os estudiosos pudessem analisar as famílias a partir da orientação sexual dos pais.  

Mesmo que não tenham sido encontradas diferenças na saúde e no desenvolvimento das crianças criadas por casais do mesmo sexo, em comparação com as que fazem parte de uma família com um casal heterossexual, uma das evidências que mais chamou a atenção foi um aumento considerável no nível de estresse dos pais homossexuais. Mesmo que a pesquisa não tenha identificado uma causa palpável para isso, com base em estudos anteriores, os pesquisadores sugeriram que pais ou mães do mesmo sexo possuem “preocupações constantes sobre a criação de seus filhos em uma sociedade homofóbica, que pode acabar por pressioná-los ou discriminá-los pelo relacionamento de seus familiares, usando como justificativa a dita ‘anormalidade’ na parentalidade de um casal homoafetivo que possui filhos.” 

Desde a década de 80, a constituição de uma família homoafetiva tem ultrapassado as barreiras do preconceito e sendo analisada sob os holofotes da mídia na tentativa de fomentar um debate construtivo. Mas o direito dos casais homossexuais de formalizarem a união passou a fazer parte da agenda pública de muitos países quando a Holanda o aprovou legalmente, em 2001. Desde então, esses casais passaram a constituir famílias que não são formadas por um núcleo heteronomartivo, o que ainda é considerado uma questão polêmica por alguns grupos conservadores.

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